XXIV. De volta para casa

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— Olhe pelo lado bom, todos foram vingados. Aquele homem nunca mais poderá fazer mal a ninguém, nem mesmo nas próximas vidas. E depois de dois meses de terapia, você conseguiu falar sobre isso — Namjoon sorriu torto, sentindo a dor de seu primo.

— Eu andei conversando com o Tae… sobre isso… Chorei por noites a fio até finalmente conseguir falar com ele — Contou abraçando mais forte o travesseiro.

Já fazia um mês que Taehyung havia lhe deixado novamente, e faltava um mês ainda para terminar o treinamento e, enfim, voltar para os braços de seu amado.

— Isso é muito bom também, melhora a confiança um no outro. Assim podem construir um relacionamento saudável com confiança mútua — agora o sorriso do Kim era verdadeiro, não torto como antes.

— Tem algo a mais também. Eu não lembro de uma parte da minha infância. Sei que salvei a vida de Taehyung e já tive vários sonhos com um lobo negro esmagado por pedras, mas não consigo lembrar do que aconteceu exatamente naquele dia — Jeongguk fez um biquinho chateado.

Só queria poder se lembrar do dia em que teve seu destino traçado ao lado do alfa.

— Bem, referente a isso, não tenho muito o que fazer. Mas ouvi lendas de que quando um alfa marca seu ômega, todas as lembranças de vezes em que já se encontraram sem saber nessa vida, voltam à tona. Tudo, literalmente. Se passaram ao lado um do outro na rua, se foram ao mesmo tempo em algum lugar, se haviam se encontrado antes e a memória se perdeu — Namjoon não era do tipo que acreditava em lendas, portanto o ômega se surpreendeu com aquilo.

— Mas você não acredita nessas coisas, nessas lendas — resmungou apertando o travesseiro.

— Não é assim também. Eu não acredito nas lendas referentes ao surgimento dos Grandes Lobos. Há uma parte restrita em algumas bibliotecas, onde há livros do Antigo Mundo e relatos dos primeiros humanos com descendência lupina, abençoados pelos nossos Grandes Lobos. Não acredito nas lendas que inventam sobre isso, pois sei a verdade. Lendas referentes a memórias recuperadas com marcas seladas fazem sentido para mim. Os Grandes Lobos trabalham de modo curioso referente a fated mates — deu de ombros com um sorriso no rosto.

— Então só tenho que ser marcado pelo Tae e irei recuperar minha memória? — Jeongguk indagou, parecendo perdido em pensamentos.

— É isso que as lendas dizem — Namjoon enfatizou novamente.

— Certo… Vou até o templo dos Grandes Lobos amanhã. Estou pronto para receber a bênção de Paz de Justiça. Já passou da hora de deixar tudo isso para trás.

Primeiro dia de Abril, domingo
1848 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Taehyung sorriu satisfeito quando terminou mais um quadro.

Olhou ao seu redor, vendo cerca de vinte quadros apenas com a imagem do belo rosto de seu Jeongguk. Haviam alguns outros poucos que continham paisagens, e até mesmo alguns de Yoongi e Jimin, juntos ou separados. Adorava pintar o casal, tinham um contraste magnífico.

Sorriu mais uma vez lembrando de ambos.

Desde que voltaram, o casal Park começou a conversar sobre adoção e, no momento, estavam construindo algumas coisas para a criança que adotariam, apesar de ainda não terem ido ao orfanato. Antes, Taehyung não era muito próximo do ômega, mas desde que saiu da capital há pouco mais de um mês, começou a se aproximar do cunhado.

Claro, Yoongi estava adorando aquilo pois Taehyung cozinhava muito bem e não lhe negava nada. Se pedia um prato cheio das mais diversificadas comidas, lá estava o Kim lhe entregando um banquete.

Vidas Entrelaçadas  ☽︎𝑲𝑻𝑯+𝑱𝑱𝑲☾︎Where stories live. Discover now