✞ CAPÍTULO TRÊS ✞

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- Então, Maisie... - começou, ele ainda folheando o bloco de notas.

- Tarasov, por favor. - corrigir ele que ergueu as sobrancelhas e concordou com a cabeça.

- Tarasov, conhecia o homem que te atacou?

- Não, nunca tinha visto antes.

Me acalmei e tentei responder aquela pergunta o mais sério possível. A última vez precisei passar por aquilo, havia sido logo após a morte do meu pai. E pelo que me lembro; foi péssimo!

Flashback:

- Levanta, Maisie! - Marisa, minha mãe, gritou ao entrar no meu quarto - Maisie, estou falando com você!

Relutante e me roendo de raiva, sentei na cama e a olhei. Seu rosto sempre impecável agora ostentava grandes olheiras e inchaços nos olhos; não muito diferente de mim.

- Aconteceu alguma coisa, mama?

- Sim, você precisa prestar esclarecimento a polícia. - lembra-me.

- Não quero...

Falei e voltei a deitar. Porém, minha mãe fez questão de puxar meus lençóis.

- Nada disso, eles estão lá embaixo! - avisou - Veste algo e desce agora!

...

- Viu alguém? - questionou a investigadora, mas eu simplesmente não conseguia falar sobre o dia da morte do meu pai e da minha irmã - Vocês tinham uma boa relação? Houveram desentendimentos com sua irmã é você?

- Como? Está insinuando que fiz algo contra minha irmã? - perguntei um pouco brava.

- Quando a polícia chegou aqui, você estava com sua irmã nos braços! Os médicos já disseram que, caso chamasse socorro, ela poderia estar viva!

- Eu sei!..

- Então, Maisie, não chamou ajuda, por quê?

- Eu não conseguir! - gritei com ela - Mamãe... - me voltei para a mais velha - Eu não tive culpa! Não sabia o que fazer...

Minha cabeça ficou tonta e de repente desmaiei nos braços da minha genitora.

Flashback:

- Tarasov!

A grave voz do loiro diante de mim, me puxou para o momento atual dos fatos.

- Sim!

- Perguntei se sabe que um corpo foi encontrado no local do ataque.

Me concentrei e aproveitei o momento para tirar uma dúvida que vagava por minha cabeça há dias.

- Sim, senhor. Mas, como sabe que é o mesmo homem?

O policial remexe os bolsos da jaqueta até que parece encontrar algo. Retira e me entrega, eram fotos; da cena do crime, do home morto - ou ao mesmo alguém parecido, não lembrava do rosto dele - entre outras.

- O seu documento de identificação foi encontrado à cinco metros do corpo que foi identificado como Ivan García. - olhava as fotos atentamente - Também tinham muitas digitais suas no corpo e roupas dele, sem contar a quantidade de sangue no local... De ambos.

Lhe entreguei os papéis e olhei nos seus olhos.

- Sabe quem o matou? - ele perguntou.

- Como?

- Mais... Tarasov, não se preocupe, o Ivan lhe atacou primeiro e seria totalmente compreensível se tivesse feito alguma coisa para se defender.

- Acha que matei ele? - o homem continuou quieto - O senhor só pode estar blefando! Fiquei toda arrebentada!

Me exaltei. Como ele podia pensar isso? Aliás, quem em sã consciência pensaria que alguém no meu estado teria forças para algo tão bárbaro?

- Tudo bem, pelo menos pode me relatar o aconteceu naquela noite?

E por longos e maçantes minutos contei absolutamente tudo que havia ocorrido. Meus olhos chegaram a arder um pouco, mas consegui segurar as lágrimas.

- Tudo bem. - disse levantando da cadeira - Por enquanto é o bastante.

- Por enquanto? - questionei.

- Sim, fique atenta, senhorita, voltarei breve.

O loiro me lança uma piscadela. Quando foi abrir a porta, tivemos uma surpresa ao ver que Sebastian fez o mesmo quase que no mesmo instante. Os dois cruzaram um olhar de rivalidade, até que Sebastian decidiu falar.

- Posso examinar minha paciente, investidor?

Christopher olhou para mim e depois para o irmão.

- Claro, doutor Sebastian. - respondeu enquanto arrumava o jaleco do médico - Agora ela é todinha sua!

Com isso, saiu do quarto. O médico veio até mim e sentou na ponta da cama.

- Idiota! - praguejou Sebastian - Ele encheu muito o seu saco?

- Um pouco... - murmurei.

- É a maior especialidade dele.

A cara que Sebastian fez, me lembrou as que Natasha fazia quando brigávamos por quaisquer besteira.

- Verdade que são irmãos?

- Sim e acredite, não me orgulho disso!

Examinei cuidadosamente os traços do rosto dele. Em nada me lembrava o policial. Absolutamente.

- Deus abençoe o útero da sua mãe! - deixei escapar.

Ele sorriu para mim, acho que até um pouco envergonhado. Mas não deixava de ser um sorriso lindo.

- Digo o mesmo, seus pais deviam estar muito inspirados...

- Por deus, doutor! - com isso sorrir de volta para ele.

- O seu sorriso é maravilhoso.

Não acredito que ele estava flertando comigo! E menos ainda que eu estava flertando com ele!

- O senhor também é... Lindo! - falei ajeitando meus cabelos.

- Não mais que você...

- Mesmo cheia de curativos? - quis saber.

- Mesmo assim... É linda por inteiro.

Suas mãos param entre meu pescoço e maxilar. Os olhos dele fixaram na minha boca e eu juro que pude escutar o som acelerado da sua respiração.

- Foi isso que pensou quando me viu sem roupas? - murmurei, o que diabos estou fazendo?

- Eu... - me deu um beijo na testa e levantou - Me perdoe, nunca fui antiético assim...

- Ah, vai dizer que nunca de una amassos com nenhuma enfermeira na sala de consultas?

- Não!

Achou que ele não gostou muito da brincadeira, pois saiu do quarto sem me examinar.

Eu realmente precisava para com essa mania de flertes! Desde que Ross foi embora, não tive outra pessoa. Entretanto o doutor Sebastian me deixava com uma certa curiosidade e vontade de voltar a beijar uma boca.

O que estou falando? Não é hora para isso! Eu tenho que focar no que está acontecendo... A curiosidade para saber quem matou o tal do Ivan, não me deixa relaxar.
E ainda tenho que me preocupar com aquele investigador insuportável... Que vida, senhor! Que vida!

𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora