Capítulo 31

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POV Ragnar

- Sou Ragnar Haskel, minha esposa e meus filhos estão internados aqui, quero ver todos eles. - Falo para a atendente da recepção.

- Preciso de um documento do Senhor. - A mulher diz e pego minha carteira estou até tremendo, mostro meu documento e a mulher olha algo no computador.

- Parabéns pelos quíntuplos, Senhor. A sua esposa está no 8° andar. Para ver os bebês precisa falar com os pediatras. O senhor sobe, vê a sua esposa e depois pode pedir para as enfermeiras chamar um dos pediatras. - A mulher fala, me dá um crachá e indica o elevador.

Agradeço e vou para o elevador, aperto o botão e logo o elevador chega. Entro e o ascensorista, aponta um leitor de códigos de barras para o meu crachá.

- Oitavo andar liberado. - O homem diz, aperta um botão no painel e o elevador começa a subir.

O elevador sobe rápido, desço no oitavo andar e vou para uma recepção que há no local.

- Bom dia. Sou Ragnar Haskel, vim para ficar com a minha esposa, Safira Haskel, eu sou o marido dela, pai dos quíntuplos. - Falo para a recepcionista do andar.

Na hora me sinto até mal, eu não acompanhei nada, fiz o papel de um filho da puta miserável, não tenho moral nem direito para dizer que sou marido, nem pai, eu fui um lixo, abandonei minhas esposa e meus filhos.

A Safira sofreu a dor do abandono, eu só consigo me sentir mal, eu conheço a dor do abandono, e não desejo isso pra ninguém, mas fui o responsável por causar essa dor em Safira, e sei que isso vai me amargurar para sempre.

- Bom dia, Senhor. Seu crachá, por favor. - A mulher pede e dou o crachá pra ela, que o passa no leitor de código de barras.

- O quarto da sua esposa está no fim do corredor. Quarto 15, ela já conseguiu tomar banho, foi medicada e tomou o café da manhã. - A mulher diz olhando o monitor do computador.

- Meus filhos, como então? - Pergunto apreensivo e com medo.

- Bem, todos estão na incubadora, mas o Senhor precisa falar com os pediatras, eles podem dar mais detalhes. - A mulher diz e agradeço.

Pego o crachá, enfio no bolso e olho para o corredor. Respiro fundo e caminho para o quarto de Safira.

Sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto, e uma sensação de desespero toma conta de mim. Chego na frente do quarto 15 e coloco a mão na maçaneta, estou tremendo e tenho medo de entrar no quarto, mas preciso ver Safira, preciso pedir perdão.

Abro a porta devagar e vejo Safira deitada na cama, ela me olha séria e entro no quarto fechando a porta.

Em um momento de desespero me aproximo da cama e quase voo abraçando Safira, começo a chorar sem controle pedindo perdão.

- Me perdoa... me perdoa... eu imploro, não sou nada sem você... me perdoa... me perdoa... - Peço em pânico.

Safira não diz nada, e nem coloco as mãos em mim, o que me quebra por dentro.

- Eu sinto muito, eu sinto... - Falo fungando me afastando e ela cerra os olhos.

- Sua sorte é que te conheço bem, e que meu amor por você é verdadeiro. Sua sorte é que não me traiu, se tivesse me traído, eu ia esfregar sua cara no asfalto e acabar com você, filho da puta. - Ela diz brava.

- Eu não trai, eu nunca fiz nada. Eu fui no puteiro uma vez e só bebi, eu não encostei em outra mulher, eu estava me sentindo quebrado, eu nem queria encostar em mulher nenhuma. - Falo a verdade.

Ragnar um Terror de ChefeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora