Fernando ( Livro 2)

PARTE 6

Resolvi não contar nada pra Ana, e esquecer isso. Mais uma pessoa passava pela minha cabeça, comecei a imaginar se Cíntia não estaria por trás disso tudo. Eu conhecia ela a anos, e sabia que ela não ia fazer essas brincadeirinha de chantagem. Mais ela era a principal suspeita.
Na segunda de manhã, Ana recebeu um telefonema de uma pessoa que queria alugar seu apê. Fui com ela até lá e deu tudo certo... Era um casal jovem, tinha acabado de morar junto e estava procurando um lugar pra morar.

Quando voltamos pra casa, Ana sentiu uma contração e eu resolvi seguir direto pro hospital.
- Amor... Não é necessário, é normal sentir alguma coisa. Vamos pra casa...
- Você tá no início da gravidez meu bem. Sentir essas dores não é tão normal assim...
Ela não me respondeu nada, apenas ficou olhando pra janela do carro. Eu sabia que ela concordava comigo, e estava com medo também... Ana já amava essa criança mais do que qualquer coisa.

- Vamos fazer alguns exames, não vai demorar mas também não vai ser tão rápido assim. Se vocês quiserem aguardar o resultado pra não virem novamente mas tarde, fiquem a vontade. - Falou a enfermeira enquanto pegava alguns dados de Ana.
- Nós vamos aguardar, muito obrigada. - Respondi.
Fomos até a sala de espera e nós sentamos.
- Você tá se sentindo melhor? - Perguntei.
Ela concordou com a cabeça e segurou minha mão. Sua mão estava gelada, e eu sabia que ela estava preocupada.
- Ei... Vai da tudo certo. - Falei enquanto beijava sua mão.
- Não precisa ficar até terminar tudo, posso me cuidar sozinha... Você tem tanto trabalho pra hoje. - Falou ela olhando pra mim.
- Isso tudo aqui é mais importante do que meu trabalho!
Ela sorriu e encostou a cabeça no meu ombro.

Esperamos por mais ou menos meia hora até o médico chamá-la. Ana fez alguns exames de sangue entre outros pra vê como o bebê estava. Em seguida esperamos por quase duas horas até o médico chamar a gente.

- Então doutor, está tudo bem? - Perguntei. Estávamos sentados na cadeira a frente da sua mesa, enquanto ele analisava os exames em mão.
- É a primeira gravidez né isso? - Perguntou ele olhando pra gente.
-Sim... - Respondeu Ana.
- Primeiramente quero parabenizar os papais.
- Muito obrigado. - Respondi sorrindo.
- E segundo... Creio que não vai ser uma gravidez tranquila.
- O que quer dizer com isso? - Perguntei já ficando agoniado.
- É uma gravidez de risco. De alto risco... Tanto pro bebê quanto pra mãe.
- Devemos se preocupar? - Perguntei.
- Estou sendo sincero com vocês, não gosto de mentir pros meus pacientes. Eu não posso dizer exatamente se devem se preocupar ou não, mais a concelho a tomar muito cuidado em tudo que Ana for fazer. Sem muito esforço nas coisas, nada de pegar peso ou ficar muito tempo em pé.
- Bom... Mais eu trabalho sentada, acho que isso não atrapalharia. - Respondeu ela olhando pra mim e pra ele.
- Talvez não, mais seria bom não arriscar. O máximo de repouso é uma ótima ideia pra você e pro bebê.
- Bom... Mais isso é só no começo da gravidez ou vou ter que passar os próximos meses nesse repouso?
- Isso não posso dizer. Vamos saber conforme for passando as semanas. Você terá que vim sempre pra gente ir acompanhando seu caso.

Iremos fazer isso... Tem mais alguma coisa que devemos saber? - Perguntei.
-Por enquanto não.
- Obrigado.

Minha preocupação tinha aumentado ainda mais. Ana havia sentido muitas dores nos últimos dias e tudo teria sido por causa de seu esforço em tudo que fazia. A gravidez de Cintia foi tranquila e calma, nunca de risco. Mais também, ela mal se levantava e adorava ficar parada. Talvez a de Ana podia ser uma gravidez normal, isso se ela concordasse em descansar mais.
- Acho que ele exagerou um pouco... Não acha? - Perguntou ela enquanto voltávamos pra casa.
- Nem um pouco Ana... Você vai ter que seguir o que ele falou. Nada de esforços daqui pra frente. É pro seu bem e pro do bebê.
- Eu sei... Vou fazer isso por ele. Por nós três na verdade. - Falou ela sorrindo.
- É bom ouvir isso.