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Matador

Saí de dentro de casa vendo minha mãe sentada no sofá assistindo televisão, subi na minha moto e já fui guiando pro salão da Lara pra ela trançar meu cabelo, o pai é chato.

Sou homem mas sou vaidoso pra caralho, ando sempre cheiroso, cabelo sempre na régua, bigodinho fininho e sempre posturado, a cara do enquadro.

Qual foi? Ando sempre arrumado e cheiroso pra ter a moral de chegar numas nega daora, os cara quer chegar nas nega tudo com as canela russa cheia de pereba e pensa que as nega vai querer? Uma porra que quer.

Cheguei na porta do salão e já ouvi um monte de conversinha fiada de mulher, namoral tenho nem paciência pra conversinha besta de mulher não pow, qual foi? Parece um monte da papagaio essas vagabunda.

Na hora que eu entrei já logo fechei a cara, na hora elas pararam com os burburinhos, elas já sabem como funciona, venho sempre aqui no salão e quando venho não gosto de ficar ouvindo conversinha fiada de mulher não.

Bati o olho na Lara e ela já foi me chamando pra sentar na cadeira, começou a destrançar meu cabelo e passar umas parada lá que não sei, depois já começou a trançar novamente.

.

Depois de uma hora e meia Lara terminou, paguei pra ela e fui saindo. Passei essas uma hora e meia todinha recebendo olhares daquele monte de mulher, tudo cachorra adora um cintura ignorante, sabe as coisas que eu faço, e ainda quer jogar pra mim, é foda mesmo.

Meu vulgo "matador" não é só um apelido não, tenho esse vulgo por que mereço ele. Minha missão aqui na favela é simplesmente matar, faço todo o trabalho sujo daqui, tenho mais de 80 mortes nas costas, e te falar eu posso matar quantas pessoas forem, mas a sensação de vazio é sempre a mesma, é como se fosse a primeira vez.

Ja matei muito pai de família, já matei gente boa, gente ruim e de todas as espécies. Não tô perguntando se você é bom ou ruim, se o chefe me pedir pra te matar eu te mato e acabou, é isso, sou apenas um soldado, faço apenas o que me mandam.

Saí do salão da Lara e já fui logo pro salão dos crias fazer meu disfarce, cheguei lá cumprimentei os aliados e já fui sentar e esperar, quando o Piauí chegou.

Piauí- Colfoi Rapaziada- falou com o pessoal- iai meu mano, como é que tá?- fez um toque comigo.

Matador- fala nego do caralho, tô na paz pow. - falei com ele mas não dei muita ideia, Piauí é o único que eu tenho um pouco de consideração nessa favela, o resto quero que se foda, dou moral pra ninguém, sou nem palhaço pra tá de risada com esses comédia.

Piauí- pow, minha irmã tá querendo vim pra cá morar comigo, sei nem o que falar pra ela tá ligado? Quero ela aqui não, muito perigoso, tenho medo de alguma coisa acontecer com ela, minha princesa pow.

Matador- foda.

Piauí- homem de poucas palavras.- ele rio- frio e calculista como o Tomás Shelby daquela série lá que eu esqueci o nome.- ele disse olhando pra mim rindo- pica blinders pow, sei lá como chama essas porra.

Olhei pra ele rindo e negando com a cabeça, esse galego é foda, único que consegue fazer eu tirar um sorriso nessa porra, gosto dele demais, ele nunca vai saber disso, mas eu gosto pow, moleque sagaz, trabalha comigo a mó tempão.

Ele continuou falando da irmã dele lá, e eu nem ligando logo eu fui cortar o cabelo e fui pra casa bater um rango.

....

Bom gente, esse foi meu primeiro capítulo, espero que gostem. Se puder curtir e comentar seria bom também, fica a seu critério. Um beijo

atrás das máscaras (MORRO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora