Capitulo 54

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Luiza

Entrei e dona Nara abriu um sorriso triste e eu retribui, ela bateu ao lado do sofá para eu me sentar e não pensei duas vezes.

Nara: Preciso saber como é que você se sente.

Luiza: As vezes evito pensar nisso tudo, sabe? Mas não está fácil, estou tentando pelo nosso filho e pelo meu amor pelo Miguel. Ele também não sabia, não quero que ele não tenha contatos, ou que trate a bebe diferente e nós conhecemos bem o coração de pedra dele né?

Nara: O pior é que sim, mas ele tomara a decisão certa. Você é a mulher da vida dele, não podemos negar. — ela sorriu e eu dei uma risada baixinha.

Os dias estavam sendo longos e demorados, uma semana que parecia mais um século se passou tão devagar. Era sexta-feira e dona Nara iria passar o final de semana na casa de sua irmã e lá teria outra enfermeira, com isso eu teria folga e iria aproveitar pra ver Enzo e passar um tempo com Mirela já que Jota havia voltado a trabalhar. As coisas com o Miguel estavam bem e firme, tentava sempre puxar assunto sobre a bebe e ajudei ele comprar algumas coisas para deixar em casa quando ela viesse pra cá, percebi que assim ele ficava mais tranquilo. Entrei para tomar banho e senti uma pressão no pé da barriga, muito muito forte como se fosse uma cólica. Cólica de treinamento não poderia ser, não estava na hora eu estava de quase três meses. Na próxima semana estava marcado o meu retorno com os exames que a Dra havia solicitado, tirei a minha roupa e fui rapidamente para a banheira pra ver se aliviava. Fechei meus olhos por alguns segundos e quando abri a banheira estava cheia de sangue.

Meu coração disparou e fiquei sem reação na hora, após alguns segundos me sentei e respirei fundo. Eu precisava agir! Não havia ninguém na casa a não ser o motorista e seguranças e eles não podiam me ver assim, me enrolei no roupão e ainda havia sangue escorrendo pelas minhas pernas. Peguei meu celular e apertei o número de emergência que era o de Miguel e na mesma hora ele atendeu.

📲LIGAÇÃO
M: linda, o que houve?

L: Miguel... -dei um suspiro- estou sangrando muito, não sei o que aconteceu. Não tem ninguém aqui -minha voz ficou embargada e pude ouvir ele derrubar algo no chão e gritar o Jota.

M: linda, estou ligando para os seguranças e eles te pegam ai dentro. Estou a caminho! fica calma por favor.
FIM DA LIGAÇÃO

Minhas vistas escureceu e não vi mais nada. Algumas vozes longe e reconheci apenas uma, abri meus olhos com dificuldades e as paredes brancas eram familiar. Miguel surgiu na minha frente, seu olhar de desespero me fez engolir seco e senti um gosto amargo na boca, meu braço estava com acesso e quando cai em mim perguntei com medo: como o meu bebe está? Miguel rapidamente olhou para a Dra que é a minha obstetra e ele balançou a cabeça, as lágrimas escorriam pelos meus olhos sem eu perceber e balancei a cabeça negando.

Luiza: Os meus exames deram alterados, foi isso?

Dra: Lu, sinto muito. Você sofreu um aborto, uma das causas foram a sua pressão. — ela respirou fundo e se aproximou mais de mim — Sinto muito mesmo!

Luiza: É mentira isso, né? — olhei para Miguel que chorava como uma criança, apertei sua mão e ele me olhou balançando a cabeça e negando.

Miguel: Nós vamos passar por isso juntos linda, confia em mim. — ele olhou em meus olhos — Confia em mim por favor.

A pior parte é a negação, é me olhar no espelho e ver que a minha barriga não cresceria mais. É ter que ver cada coisinha que comprei sendo guardada no fundo da gaveta porque ver doía muito. Sentir que tudo perdeu a cor, perdeu a graça e me sentir horrível por ter acontecido isso. Sai de um banho demorado, passei um creme hidratante e me vesti. Bati o pé que precisava trabalhar e depois de uma semana que tentei ficar bem comigo senti que estava pronta. Quando ia sair do quarto Miguel abriu a porta e abriu um sorriso lindo ao me ver bem, vestida e com um semblante melhor.

Miguel: Vim justamente te chamar para tomar café. — ele segurou meu rosto com cuidado e beijou minha testa, fechei os olhos e abri para vê-lo.

Luiza: Então vamos que estou faminta. — rimos e descemos abraçados.

Dona Nara estava tentando de tudo para me ver bem e evitava ao máximo tocar no assunto, principalmente sobre Daniela que é algo que precisaremos conversar em breve, já que dei todo apoio para Miguel viajar pra lá e acompanhar o parto da filha dele, se eu estava pronta pra isso? Não, mas o dia estava chegando e ele já estava ficando desconfortável com isso.

Nara: Chamei Mirela para almoçar com a gente hoje.

Luiza: Não acredito que irei aproveitar meu almoço com o gordinho do Enzo. — rimos juntos.

Fui para uma consulta com dona Nara, onde o médico literalmente estava dando alta pra ela. Ou seja, livre do cancer. Ela com certeza é o nosso milagre e precisavamos comemorar, tinha algo para comemorar.

Nara: Bernardo chega amanhã, ele esta super preocupado com você. — ela abriu um sorriso — Acho lindo a relação de vocês juntos.

Luiza: E eu agradeço a senhora por isso. — segurei em sua mão e sorrimos.

 — segurei em sua mão e sorrimos

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