Capítulo 29 - Siga em frente

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Alex Lawson

3 anos depois, Miami

Glorioso era do que eu era chamado quando saímos do vestiário para o jogo. As arquibancadas inteiras gritavam pelo meu nome, como se eu fosse um deus pronto para fazer os Panteras serem campeões estaduais. Eu era o capitão consagrado, amado pelos fãs e pelo time, todos pareciam estar felizes comigo naquela posição. Fui designado por votação logo após a saída de Colton fazia dois anos. Fiquei nervoso com a responsabilidade, mas com o tempo pareceu algo natural, como se o antigo capitão dos Furious nunca tivesse se aposentado do posto.

E hoje, como quarterback dos Panteras, estaria mentindo se dissesse que não haviam grandes times do país na corrida para me fazer assinar um contrato. As opções eram imensas, mas eu simplesmente não conseguia escolher... ainda. Não queria dar um passo maior do que a perna, queria averiguar bem as minhas opções, e escolher a que fosse melhor para minha carreira e a minha vida fora dos campos.

O jogo de hoje seria contra um time de Miami mesmo. A disputa era acirrada e o time adversário não parecia nem um pouco abalado por saber que éramos o bicampeão das estaduais. Naquela noite em particular, que eu deveria estar extremamente focado e motivado, eu estava totalmente disperso. Aquele sentimento se repetia todos os anos, naquela mesma data. Não era algo aleatório.

Hoje faziam cinco anos desde o meu término com Camila. A verdade é que ainda estaríamos juntos se eu não tivesse ferrado com tudo. Me martirizava de vez em quando, quando parava para pensar sobre. Ainda doía, mas não me impedia de viver. Era algo que eu estava conversando na terapia – sim, eu havia voltado, e não, ela não era uma gostosa por quem eu me apaixonaria novamente, ela tinha cinquenta anos e seu jeito me lembrava minha mãe, ou seja, fora de qualquer interesse meu.

Antes do jogo começar, já em campo, o treinador Hinton me puxou de canto:

― Você tem que dar o seu melhor hoje. Um grande amigo meu, olheiro do Green Bay Packers está aí, e eu falei muito bem de você.

Olhei nos olhos do treinador, abismado.

― Está falando sério?

― Sim, moleque, estou. Mantenha o foco, Alex, seja o quarterback que todos conhecem e consiga um contrato de mais de setenta mil dólares.

O barulho do dinheiro soou bem perto dos meus ouvidos.

Quando o treinador me empurrou de volta para o campo, tentei a todo custo colocar em minha cabeça que eu tinha uma grande oportunidade hoje. Precisava deixar de lado qualquer coisa que me tirasse o foco, ou melhor, precisava deixar de lado a pessoa que mesmo depois de tantos anos ainda me tirava o foco por completo.

O jogo foi difícil, turbulento. Muitos dos meus passes foram violentos – o que me rendeu algumas advertências dos juízes –, mas o treinador Hinton continuou cético. A verdade é que eu estava extravasando meus sentimentos naquela partida, contra a minha vontade. Porém isso nos ajudou a ganhar. No final do jogo todos me ergueram e eu saí flutuando em um mar de braços com todos gritando meu nome.

Depois do discurso de parabéns que eu e o treinador demos aos garotos no vestiário, eu tomei uma ducha rápida, já atrasado, mas antes de conseguir sair do campus da FIU, o treinador me arrastou para conhecer o olheiro.

― Gunther Odom. ― O homem disse, estendendo a mão que eu rapidamente apertei. ― Devo dizer, Sr. Lawson, você tem um desempenho impressionante nos campos. Não é à toa que é um dos melhores quarterbacks do estado.

Dei de ombros fingindo indiferença, mas por dentro estava surpreso. Eu era mesmo conhecido assim?

― Estava comentando com Gunther sobre sua capacidade fora dos campos e o quanto é dedicado nas aulas também.

Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"Where stories live. Discover now