𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭𝐢𝐧𝐠𝐚𝐥𝐞 | | 𝐀𝐥𝐚𝐬𝐭𝐨𝐫 [🎙️]

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Contém violência e assassinato, aqueles sensíveis, recomenda-se cautela

Nightingale | | Alastor [🎙️]

   -Apenas...Sorria para mim, [S/N].- implorou com suavidade, percorrendo os dedos sob os traços afeminados, delicados e cálidos como uma estátua antiga.

   -Me-Meu nome não é [S/N].- choramingou a mulher, encolhendo-se contra o toque gélido do maníaco locutor.-E-Eu me chamo Camille e tenho uma filha de...- fungou.-Três anos.

    Gradativamente, como em uma ampulheta antiga, Alastair permitiu que o brilho tímido que cintilava atrás das lentes em seus óculos sumisse, tal qual o característico e grandioso sorriso que fora substituído pela face neutra - com olhos vazios, insanos e castanhos. Este ergueu-se sobre as pernas, preenchidas pelo tecido da calça-social marrom e avistou, sob um suporte ornamentado acima da elegante lareira de pedregulhos empoeirados, jazia o pescoço emoldurado de cervo-vermelho que - com seus olhos vibrantes - desviando, para o comprido machado, escorado na estrutura rochosa.

   -Você não é ela...- murmurou, comprimindo a canhota entre os fios amarronzados.-Não é meu nightingale*...

   -Não sou, eu-eu sinto muito.

   -Se fosse, talvez eu pudesse emoldura-la.

   -O-O que...?- soltou, forçando o rosto úmido da pomposa tapeçaria com arabescos suaves e espirais frondosos.

    Os olhos aterrorizados somente avistaram a lâmina abrilhantada do machado que, em um floreio - certeiro e ágil como a gilhotina - arrancou-lhe a cabeça antes mesmo que ela pudesse protestar, em lágrimas. Alastair não conteve o sorriso quando o sangue, quente e espesso, jorrou contra a bochecha enquanto o crânio, finalmente, deixara de rodopiar no carpete caro - agora arruinado. Contornou a lâmina do machado na roupa esfarrapada e agora limpo, tornou a devolve-lo à lateral da lareira.

   -Se tivesse me entretido como pedi, cantado e sorrido como mandei, talvez...- acariciou o rosto que, aos poucos, perdia o róseo.-Talvez eu não precisasse desperdiçar você.

    Uma badalada estrondosa encheu o amplo escritório de paredes avermelhadas - papéis de parede - Alastair, prontamente admirou a imagem do relógio de pêndulo recostado em uma parede, balançando constantemente ao som da ventania noturna, indicando as nove horas em seus ponteiros metálicos.

    Perderia a primeira música de quinze, era o padrão comum do Cherry Lounge - aberto no fim ano passado, 1928, por um incômodo londrino que Alastair fora apresentado pelo chefe da rádio - todos os sábados e domingos aquele bar-restaurante parecia lotar com os mais adversos tipos de lixo; endinheirados e velhos, bastardos jovens e bêbados, adultos que traíam suas esposas e como ele, doentes obsessivos por alguém, em seu caso, [nome completo].

    A cantora mais jovem do Lounge, princesa cigana daquele que a contratara, aquela que abria a noite com quinze músicas entre dois e quatro minutos cada, rodopiando em uma vestimenta reveladora e brilhante sob a sutil luz esbranquiçada - causando no locutor dos olhos escuros, pontadas violentas de alguém que avistara um querubim encarnado - com o rosto aberto em um sorriso jovial, sublime e o bastardo não cansaria de afirmar o quão perto estava de massacrar os homens que a olhavam, cobiçando seu corpo e seus ruídos.

   -Alimente-se dela, faça o que quiser.- soltou o locutor, removendo a calça, manchada por respingos de sangue.-Não me importa.

    Despido como um recém-nascido, Alastair deixou o escritório - trancado e verficicado - e encaminhou-se para o banheiro para uma chuveirada rápida que perdurou por alguns minutos até que, despreocupadamente, este se enxugava enquanto analisava o traje que escolhera dois dias antes; composto de uma camisa-social branco-marfim, colete e calças vermelho-bordô com gravata-borboleta em preto, tal como os calçados engraxados e de bico triangular que combinavam com o leve sobretudo, escuro e denso como um corvo e com a pelagem de cervo forrando o interior.

    Provavelmente perderia pouco mais que a primeira canção, ponderou após serpentear para o interior mal-cheiroso do taxi amplo e do modelo pomposo fordista, perdera quase quinze minutos para sair de casa, agora não mais que dez para chegar ao Lounge - quase seis melodias de quatro minutos - assim que a fachada do Cherry Lounge enchera a visão do locutor, este parecia ter perdido o desejo homicida de rasgar o rosto do motorista com quem dividia o ambiente. Arremessou-lhe o punhado de notas e saíu, como uma criança em um playground, atravessando a fila com marmanjos abestalhados - que protestavam com sua descortesia - e com um aceno vindo do segurança, Alastair estava dentro.

    A atmosfera fedorenta preenchida por um aroma, quase palpável, de bebida importada e cocaína pura, estreitada em linhas sob três ou quatro mesas suspensas em camarins. Os Loungs eram prostíbulos disfarçados, porém em meio à depravação e o pecado, flutuando sob o palco suspenso, estava ela: [S/N], como em noites anteriores, sorrindo em sua veste pecaminosa.

    Definitivamente, [nome completo] era sua maneira de mais próxima de encontrar uma salvação, personificada como um cupido dos olhos [cor] esta rodopiava em seu atraente e comprido vestido [cor] cujas alças rodeavam os ombros em um decote amplo e com uma estola branco-pérola suspensa ao anti-braço que farfalhava ao dançar, em calidez.

"Don't you worry, don't you worry, child
See, heaven's got a plan for you
Don't you worry, don't you worry now
Yeah
Don't you worry, don't you worry, child
See, heaven's got a plan for you..."

    A voz enchera seus tímpanos, comparou-a prontamente com alguma sereia que, com o próprio canto, atraía marinheiros ao abraço do afogamento.

"There was a time
I met a girl of a different kind
We ruled the world
I thought I'd never lose her out of sight
We were so young..."

    Era ela.

    Somente ela.

    Ela o corromperia, sem mesmo saber seu nome.

    Ela poderia destruí-lo e reconstruí-lo, se desejasse, porque Alastair permitiria.

[Nome completo].

    Ele a mataria, ela morreria e por toda a eternidade, ela seria apreciada.

    Conforme finalizou a canção, [S/N] acenou para os amaldiçoados bastardos, assoviando em apreciação, contudo seu sorriso, suave e encantador, fora direcionado - assim como o olhar de boneca - para Alastair que, esguio e magricelo na multidão de homens, garotas e mesas, permitiu-se sorrir devolta, sem mais amarras, sem mais mentiras. Um grandioso sorriso maníaco que apresentava os dentes luminosos e olhos escuros, preenchidos por uma escuridão obsessiva, contudo, tudo que recebeu devolta, foi um risinho fofo.

    E foi naquele momento, quando a menina iniciou outra canção, ele havia decidido: ele a procuraria no inferno e, caso a pequenina provocadora fosse para o céu, ele invadiria o lugar e a roubaria dali, apenas para que este fosse aquele que a corromperia.

──────◦ ͜͡ ཻུ۪۪⸙͎──────

🌌001. Nightingale significa rouxinol, um palavro com um dos cantos mais bonitos da natureza, segundo muito sites

🌌002. Esse foi o primeiro imagine feito e editado, espero verdeiramente que possa agrada-los enquanto faço alguns outros

🌌003. Mil beijoquinhas, não esqueçam de comentar e fazer mais pedidos!

𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 𝐇𝐚𝐳𝐛𝐢𝐧 𝐇𝐨𝐭𝐞𝐥Where stories live. Discover now