"Só tem uma cama."
"Não estou cego."
No passado Mabel sofreu um acidente de carro com seu namorado, e acabou sofrendo um aborto espontâneo por conta disso, e seu namorado não resiste aos ferimentos e acaba falecendo também. Agora com vinte e quatro...
Segunda-feira é o pior dia da semana, isso é um fato, ainda mais para alguém que está toda dolorida; eu havia saído da casa de Vinnie e passei rapidinho no meu apartamento para me trocar, antes de vir para o trabalho.
Quando estava entrando no prédio, dei de cara com Henry, trocamos apenas algumas palavras e percebi que ele é realmente chato, talvez ele parecesse um cara legal ontem porque estava bebendo.
Hoje assim que cheguei no trabalho, alguém ligou para o departamento onde trabalho, dizendo que havia um corpo jogando perto da rodovia 087, como eu cheguei um pouco atrasada, Donna e Lizzie tiveram que ir ver a cena do crime sem mim, Donna me mandou uma mensagem dizendo que o corpo já havia sido encaminhado para o IML e elas pediram para mim ir para lá.
Odeio ter que ir ver os corpos no IML, aquele lugar me dá arrepios, mas preciso saber o que houve com a vítima para resolver esse caso, que merda.
Entro na sala onde Lizzie e Donna me esperavam junto ao necropsista e o médico legista, e é claro, a vítima.
A sala estava totalmente gelada, agora entendi o porque de Donna está de jaqueta
- Demorou. - Lizzie falou como forma de cumprimento.
- Nem queria ter vindo. - Digo parando a poucos metros da maca onde estava a vítima. - Já tem a ficha da vítima?
- Sim. - Lizzie suspirou do outro canto da sala, tenho certeza que ela odeia esse lugar muito mais que eu, já que estava encolhida em um canto perto da porta.
- E então? - Pergunto com as sobrancelhas erguidas.
- O nome dele é Dylan Harvey. - O médico legista falou, enquanto lia o papel que segurava em sua prancheta, e instantaneamente prendi a respiração. - Vinte e sete anos, era advogado, sem filhos e sem esposa.
Meu Deus.
Caminhei lentamente até o corpo, e tirei o lençol que cobria a vítima, enquanto os meus olhos estavam fechados.
Deus... por favor... por favor... que não seja ele... por favor...
Assim que abri os olhos novamente, soltei rapidamente o lençol e levei as mãos até a boca horrorizada, e me afastei do corpo; era ele, Dylan, o moreno do sorriso encantador.
- Mabel? - Donna correu para perto de mim e levou suas mãos até o meu rosto, levantando o mesmo para encará-la, mas eu já sentia as lágrimas rolarem pela minha face. - O que houve?
Dylan, meu amigo, estava morto, morto.
- É ele, Donna. - Falei entre soluços.
- Ele quem? - Lizzie chega perto de mim também. - Você conhece?
- Sim. - Choro mais ainda. - É o Dylan.
Lizzie e Donna olharam uma para outra, e depois para mim.
- Dylan, seu amigo? - Donna perguntou com cautela.
- Sim. - Dessa vez eu desabei nos braços de Lizzie e Donna.
- Meu Deus. - Lizzie arregalou os olhos.
Não era possível, eu vi ele na festa da praia, ele estava bem, feliz, eu estava feliz de vê-lo novamente; mas agora ele estava morto.
Quem fez isso com ele?
Me soltei do conforto dos braços de Lizzie e Donna e caminhei até o corpo de Dylan novamente, seu lindo rosto estava tão machucado.
- Qual é a autópsia? - Perguntei para o médico legista.
- Bom. - Ele pigarreou. - A vítima está com vários hematomas pelo corpo, seis costelas foram quebradas, seu braço direito também, quatro dedos dos seus pés foram cortados, Dylan está com um corte profundo em seu abdômen. - A cada palavra que o médico falava, era como uma faca sendo gravada em meu corpo. - Mas o que levou ele a morte, foi asfixia, tem muita água em seus pulmões. Isso me leva a crer que a vítima foi torturado.
Torturado, ele foi torturado, quem diabos fez isso?
- Nada foi encontrado junto ao corpo? Nenhuma pista de quem foi o responsável por isso? - Pergunto ainda chorando.
- Não, absolutamente nada. - Lizzie respondeu ao meu lado.
Como? Por que? Quem iria fazer isso com ele?
- O que é isso? - Pergunto apontando para o pulso de Dylan, havia duas letras gravadas ali, VH.
- É isso o que eu quero saber, parece que foi gravado com faca. - O médico falou.
- VH. - Repito para mim mesma. Que merda é VH? - O corpo foi encontrado na rodovia O87, não é?
- Sim. - Donna respondeu.
Essa rodovia e em Turim, onde Vinnie mora, VH é são as iniciais daquele desgraçado.
Sem pensar duas vezes saí daquela sala rapidamente, e logo já estou saindo do prédio e entrando no meu carro.
Eu vou matá-lo.
Continua...
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Agora é só ladeira abaixo. Até o próximo capítulo, bjss
