No Pique de Nova York

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— Não precisa, vou tomar banho — ela diz seca.

— Tem...

— Eu sei me virar, obrigada — ela bate à porta na minha cara.

Katherine se controla, bater de frente só vai piorar tudo e se espancar você vai presa, então relaxa garota. Vou até à cozinha e faço o jantar.

— Lizzie fiz comida para você, eu vou tomar banho, fique à vontade, você deve estar com fome — falo da porta do quarto.

Passo um bom tempo tomando banho de banheira, apesar de não ter uma vida financeira muito boa, eu não tenho muito o que reclamar, ganhava bem no Empire e consegui comprar um apartamento lindo, ele é pequeno, tem dois quartos com suíte, uma cozinha, uma sala, os antigos donos iam se mudar para outra cidade e já deixou todo mobiliado por um preço muito bom, mas ainda estou pagando ele.

Saio do banheiro e visto apenas um pijama. Estou morta, após horas viajando só quero minha cama agora.

Vejo que ela comeu e isso é ótimo, acho que não iria ter paciência para está insistindo para alguém se alimentar e ela sabe bem disso.

Pego alguns cobertores, vou para o quarto dela e vejo que já está dormindo. Aproximo-me e cubro ela.

— Boa noite irmã, não sabe o quanto estou feliz em te ter comigo de novo — beijo seu rosto e saio depois de apagar a luz.

....

— Eu vou sair, tenho que resolver umas coisas do meu trabalho e te matricular na escola, você vai ficar bem? — Não sei se é adequado deixar uma adolescente sozinha em nova York, mas não tenho escolhas.

Ela simplesmente não responde, não sei como vamos conviver assim, sem trocar nenhuma palavra. Fecho a porta e saio em direção ao centro de Nova Iorque, tenho que entregar alguns currículos, ver uma escola para Lizzie e fazer minha matrícula na faculdade do meu próximo período.

Essa semana não vou ter aula e agradeço por isso, vou ter um pouco mais de tempo para me organizar melhor. Se bem que não sei como vai ser quando arrumar um novo emprego, eu estudo pela manhã e tenho que arrumar algum que seja a tarde ou a noite, algo que é bem difícil.

— Só pode ser brincadeira — reviro os olhos quando vejo o babaca do Jason saindo da sala da direção da minha faculdade.

— Katherine, oi... — me cumprimenta com um sorriso falso.

— Você é muito idiota sabia, não acredito que teve coragem de vim falar comigo depois do que fez, aquele teatrinho todo dando um de preocupado e me ajudando foi para me entregar depois? — Digo com raiva e ele apenas me olha como se não soubesse do que estou falando e que raiva desse idiota metidinho de merda — se era isso que você queria, parabéns você conseguiu, eu fui demitida — seu semblante mudar e dessa vez não consigo decifrar — obrigada por estragar minha vida — falo essa última parte com a voz embargada.

— Eu não sei, do que você está falando, eu não fiz nada — além de dedo duro é mentiroso.

— Foda-se, me dá licença que tenho muito o que fazer — saio deixando ele e a moça que com certeza é irmã dele atrás me olhando. — Parabéns Katherine você conseguiu ser mais ridícula ainda.

Entro na sala da direção e renovo minha matrícula depois de levar altos sermão. Estou no último ano e minhas notas não estão muito boas, andei faltando muito esses dias devido às horas extras que estava pegando no trabalho para ajudar a mamãe. É acho que fiz tudo que tinha para fazer, então é melhor eu voltar para casa e ver como a Lizzie está.

— Oi, cheguei — tento parecer o mais normal possível, eu não sei bem como agir. Fazia dois anos que eu não via minha irmã. Agora ter que cuidar dela é complicado, eu não estou conseguindo nem cuidar de mim mesma. — Você comeu? Deixei sua comida pronta. — Ela fingir não me escutar — vou pedir uma pizza pra gente, não tive tempo de fazer compras ainda, como eu não costumava comer em casa, nunca ia ao mercado. — Pareço está falando com as paredes, olho pra Lizzie assim e é horrível, mas eu tentei ser o mais presente possível, ela e minha mãe que não permitiu. — Qual você prefere? — Seu silêncio me causa raiva. — Elizabeth Grey, dá para você responder qual droga de pizza você quer — dessa vez falo um pouco mais alterada e ela continua fingindo não me escutar.

Bato forte na mesa em minha frente e ela me olha assustada.

— Eu cansei disso, cansei de todo mundo só pisar em mim, me humilhar e eu aguentar calada. Não quer comer, não come, você é bem grandinha para estar fazendo birra, você não foi a única que perdeu a mãe não.

— Você nem estava lá com ela — ela grita.

— Porque vocês não permitiram, eu só soube que ela estava doente por que me falaram, eu ligava todos os dias para vocês e nenhuma chamada era atendida, eu não abandonei vocês Elizabeth, eu só vim atrás dos meus sonhos e se você fosse uma irmã melhor você me apoiaria, não ficaria com raiva de mim por isso não, eu faria de tudo pra você ter o melhor e faço, mas a única coisa que ganhei em troca foi o ódio de vocês, mas agora você não tem escolhas, vai ter que me aguentar, por bem ou por mal — nesse momento já não consigo mais segurar minhas lágrimas. — Eu juro que estou tentando, mas eu não sei o que fazer — sento no chão chorando.

— Katherine, tudo bem, você está tremendo — Lizzie se aproxima de mim, mas não olho pra ela — Kah, por favor não chora, porque está fazendo isso.

— Porque minha mãe morreu droga, eu não puder nem me despedir por culpa de vocês, eu só queria vê-la por uma última vez, mas vocês tiraram isso de mim, eu perdi meu emprego, fui humilhada, eu sou responsável por uma pessoa que me odeia, eu estou desesperada e ninguém, nem minha própria família ver isso — grito levantando e indo para meu quarto, bato a porta forte e me jogo na cama chorando mais ainda.

Uma vez me falaram que você não pode chorar demais, que uma hora você acaba dormindo e isso é verdade. Nas minhas noites de insônia, fria e sozinha que eu acabava chorando, sempre acordava no outro dia, cansada, com os olhos inchados e vermelhos e dessa vez não foi diferente, acabei dormindo depois de horas chorando.


Hello! Oi meus amores, tudo bem com vocês? Comigo está tudo maravilhoso, o que acharam do capítulo? Comente aqui e deixe sua estrelinha se possivel, um beijão e até logo...

Barbie Malibu!!!

Como num filmeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora