Capítulo 13- You really got me

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Passando o braço ao redor do pescoço de Willow, Khalan continuou andando até que pudesse pegar Vanessa pelo caminho. Havia um sentimento nostálgico envolvido pelos três, uma chance como aquela não acontecia com frequência.

— Se não se adiantar vou te deixar para trás. — A detetive repetiu antes de passar pela porta do chalé, chamando a atenção do lenhador, mas dessa vez ela estava sorrindo enquanto fazia a ameaça.

Balançando a cabeça para voltar sua atenção na vida, Aaron se apressou a trancar a casa toda, logo correndo até a grande caminhonete.

— Onde vamos é um pouco perigoso, mas não vão estranhar a nacionalidade de vocês por ter muitos intercambistas por lá. Tentem não conversar com quem acharem tão suspeitos, e se perguntarem seus nomes, não digam de cara.— Aaron comentou assim que entrou no carro, dando a partida no mesmo.— E o mais importante: não bebam nada!

Khalan foi o primeiro a concordar; estar tão perto das vítimas o fez repensar muitas vezes o que iria ingerir. Quando finalmente chegaram numa montanha no meio de uma trilha, Aaron desligou o carro, ligando a luz do teto para enxergar cada um ali.

— Melhor nos separarmos em duplas. Assim ninguém fica sozinho e conseguimos sondar melhor o terreno, não é?— Ele se virou em direção a detetive, que examinava a jaqueta que usava. Após a confirmação da mesma, todos desceram do carro.

— Então o nosso foco é achar quem passa a droga?— Willow perguntou, enquanto abraçava o químico de forma que andassem juntos.

— Uma amostra também seria útil... — Khalan sugeriu animado com a possibilidade, desconsiderando completamente seus recursos precários no hospital.

— Fiquem de olho em qualquer vira-lata que não chame muita atenção. — Vanessa não foi muito bem compreendida, mas apenas deu nos ombros. — Depois não digam que eu não avisei.

Conforme andavam pelo caminho tortuoso, o som de uma música eletrônica se tornou alto o suficiente para abafar até mesmo os próprios pensamentos. Estavam prestes a se infiltrar no ponto alto da noite.

Por se tratar de um ambiente aberto, era impossível considerar as proporções que aquele evento poderia tomar. O vale completamente escondido após uma alta colina era bem montada com um pequeno palco e luzes para todos os lados, mas logo na superfície havia uma multidão de adolescentes bêbados impedindo uma melhor visão.

— Nos encontraremos na caminhonete em duas horas?— Willow disse com um sorriso enorme, e Khalan mais que depressa concordou.

Antes de Vanessa diminuir o tempo que teriam, o casal se enfiou no meio das pessoas, se misturando a ponto de sumir da vista de qualquer um. Apertando os punhos, Vanessa começou a andar em direção ao centro, se espremendo entre os adolescentes que pulavam ao ritmo da música; estar naquele ambiente fazia a cabeça da detetive doer.
Vendo a situação que poderia se formar pela irritação da mulher, Aaron segurou no braço de Vanessa, em seguida tomando um belo tapa na mão.

— Eu só estou tentando te ajudar a não se perder aqui no meio!— Aaron grunhiu, vendo o vergão vermelho que se levantou nas costas de sua mão.

Franzindo as sobrancelhas, estendeu a mão em direção ao lenhador sugerindo uma maneira mais diplomática de continuarem juntos. Foi uma atitude inesperada e por alguns instantes o lenhador hesitou.

Prendendo a respiração, Vanessa se condenou mentalmente por ter tomado uma atitude tão constrangedora. Ela se virou com pressa para continuar o caminhou, mas ficou presa no lugar ao sentir os dedos do norueguês se entrelaçaram aos seus.

Sem se encararem diretamente, os dois seguiram desviando dos adolescentes embriagados sem um destino certo. Aaron deveria prestar atenção no que acontecia ao seu redor, mas só podia notar o quão fria era a mão da detetive.

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