Ao chegar em casa, apenas deixei meu corpo cansado cair na cama. Happy logo se aproximou manhosa, querendo carinho, e se deitou sobre minha barriga. Então comecei a acariciar suas orelhas e perto de seu rabo peludo.

Espera

— Happy! Não! Não pode ficar na cama meu amorzinho, vai deixar cheio de pelos! — exclamei pegando a gata no colo e caminhando até perto da lareira, onde havia um puff.

Comprei-o uma semana antes de adotar Happy, enquanto estava em busca de um animalzinho para me fazer companhia. O objetivo era apenas ter um outro lugar confortável para estudar além da cama, mas minha filha se apossou do estofado.

Quando fui até o canil a fim de adotar algum bichinho, pedi para que me mostrassem os que tinham algum problema físico ou de saúde. Todos os funcionários ficaram confusos, é óbvio, afinal quem queria um animal “defeituoso”?

Bem, eu queria. Eles não eram defeituosos, eram especiais.

Foi aí que eu vi Happy. Ela era agressiva e estava suja, pois provavelmente ninguém conseguia se aproximar dela. Me disseram que ela tinha um problema na pata direita traseira, por isso era manca.

Naquele momento lembrei de Taehyung, então decidi que a levaria. Os funcionários não concordaram e disseram que seria culpa deles se eu me machucasse, mas estava decidido e quando eles foram colocar uma focinheira na pobre gatinha, eu os impedi.

Quando abriram a gaiola, Happy se encolheu no canto completamente assustada. Eu percebi que ela não tinha garras, arrancaram as unhas dela. Por isso era tão agressiva, pobrezinha…

Com calma, estiquei minha mão e a gatinha chiou, mas assim que me farejou, esfregou o rosto na minha palma e pulou no meu colo, miando sofrido.

Ela só estava com medo e queria carinho. Ela só precisava de amor.

Haviam machucado ela, por isso era tão agressiva e reclusa, mas podia ser extremamente carinhosa se a tratassem bem. Era como Taehyung.

Taehyung… Já faz uma semana que conheci e me aproximei de Kim Yugyeom e não havia dito nada para o meu marido.

Happy já dormia em meu colo por conta dos carinhos que deixava em seus pêlos compridos e macios. Desde que a adotei, passei a cuidar muito bem dela. Seus pelos já estavam brilhantes como deveria, e a escovava quase todos os dias, sem que ela reclamasse.

Happy era muito manhosa comigo, mas agressiva com estranhos. Yoongi era um dos poucos que conseguiam chegar perto dela, afinal ela adorava se esfregar no meu irmão e ronronar para a barriga dele, assim como fazia com a minha. Era estranho, mas fofo. Acho que era por conta do calor que vinha daquela região do corpo.

Me levantei e deixei Happy no puff que era propriedade dela. Quando a gata não dormia ali, se apossava da minha cama, deitando ao meu lado. Ri ao lembrar que quando disse isso a Taehyung ele ficou emburrado.

— Gguk? Está aí? — escutei a voz de Yoongi e suas batidinhas na porta. Ele já não fazia mais a terapia com Namjoon, mas eu ainda precisava por conta de Hyungsik.

— O que faz aqui Yoon? — indaguei ao abrir a porta da frente.

— Estou carente, 'saeng… — murmurou deitando na cama, com as mãos repousadas na barriga. — Onde está a Happy? Ela me dá carinho…

— Hyung, eu vou tomar banho e aí te dou carinho. Você pode dormir aqui hoje, também estou carente — murmurei com um biquinho emburrado. Era estranho pois a cada dia que passava eu ficava mais manhoso.

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