03. Desafiando o Diabo

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— Eu não me oponho a ideia de ômegas bonitos nus — retrucou divertida. — Principalmente os tatuados.

A maldita tinha um olho bom demais.

Lauren parecia uma espécie de caçadora, e de fato, passou pela minha memória que ela estava dentro da Ordem no Círculo de Caçadores. Ela tinha instinto, olhos analíticos e pose de caçadora. Vivia rodeando sua presa de forma que eu nem sabia que ela estava me orbitando.

Era persuasiva e linda demais. A combinação chave para uma Caçadora excelente e uma boa parceira de cama.

Não era contra a ideia de Jauregui, um doce martini e sua boca ao redor do meu corpo. Ou vice-versa. E como seus olhos verdes tão intensos deixavam claro ao me devorar vivo daquela forma, ela também não.

Sorri mais um pouco, oferecendo meu copo de whisky que foi bebido com uma sensualidade sem tamanho.

De repente estava muito calor ali.

— Só tenho essa — menti. — Não possuo mais nenhuma tatuagem.

— Duvido muito — disse cortante, a sinceridade como uma navalha fina. — Sinto cheiro de mentira quando ela percorre.

— Você anda sentindo e analisando muitas coisas — retruquei acidamente e ela piscou um dos olhos, matando meu último gole de whisky.

— Posso perguntar algo?

— Poder, você pode. Se eu vou te responder, já é outra questão a ser pensada.

Ela estalou a língua no céu da boca, os sapatos scarpin com o solado vermelho batendo insistentemente no chão. O jeito que ela conduzia nossa interação era excitante.

Me sentia, pela primeira vez em anos, lidando com alguém que podia ser capaz de jogar comigo de verdade aquela embriagante brincadeira de cão e gato.

Línguas mordazes e sangue quente.

— Por que você realmente saiu da Ordem? — Foi direta, a curiosidade soando alta na indagação.

Soltei um suspiro, não gostando da pergunta. Não curtia tocar no assunto, e sendo totalmente grato pelos deuses, Styles entrou no dormitório com a expressão séria.

O corpo totalmente vestido em um belo terno Prada, o relógio de prata entrelaçando seu pulso que tinha uma tatuagem de serpente ao redor até seu dedão. Os cabelos cacheados estavam jogados na altura do ombro, em um despojado meio arrumado.

Carinha de filho da puta que não presta. Por que todos eles tinham?

Rolei meus olhos para o espelho central do quarto, estabelecendo um contato diretamente com a minha imagem e tentando não encarar muito os dois.

A quantidade de cheiro que se misturava e o flerte descarado de Jauregui me deixava meio desnorteado por ter tanto alfa com feromônios enlouquecedores.

Eu não era de ferro, mas também não era estúpido.

— Um carro virá nos buscar daqui 30 minutos — notificou Harry. — Aqui estão suas novas identidades até chegarmos em Las Vegas.

Segurei o documento em mãos, olhando e verificando se imprimia uma imagem verdadeira. Era tão real que por um momento eu me perguntei se eu realmente não era Steven Wright.

— Diga olá para Esmeralda White — sorriu Lauren. — Pelo menos não colocaram meu nome totalmente norte-americano. Esmeralda combina com meus olhos.

Eu ri pelo nariz, encarando Harry que desviou o olhar de Lauren, sorrindo fraco.

— Paul Jones — disse simplista, sem ligar. — Nome feio.

Viúva Negra | L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora