Capítulo 33

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Dulce Maria

Coloquei a roupa na mesinha do quarto e entrei no banheiro de um dos quarto de hóspede, era tão bonito quanto o banheiro de Christopher. Não quis prolongar muito a ducha, então, em poucos minutos, sai do banheiro enrolada apenas em um roupão.

Minha roupa já não estava mas lá.

E sim um conjunto de moletom que caberia três de mim dentro. Preferi continuar com o roupão e voltei para a sala, Christopher mexia no celular.

Dulce: Obrigada pelo moletom. - sorri.

Ucker: Aquilo é o mais próximo que tenho para você usar. - sua voz pedia desculpas pra mim.

Dulce: Obrigada. - peguei meu celular.

Ucker: Sua roupa vai ficar pronta amanhã. - avisou - Espero que tenha uma boa noite. - desejou enquanto me dava um demorado beijo.

Quando seus lábios deixaram os meus, eu quase implorei para ele voltar a me beijar, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele apenas beijou minha bochecha e mandou eu ficar a vontade. 

O vi desaparecer no corredor e suspirei. 

Eu tinha a nítida sensação de que eu dormindo aqui, muito coisa mudaria entre nós dois. Só espero que mude para melhorar, porque esse pouco tempo que estamos assim "nos pegando" está sendo maravilhoso, e eu não queria estragar isso que temos.

Desliguei a TV da sala e dei uma olhada na forte chuva. Fui para o quarto onde eu iria dormir e coloquei a blusa de moletom, que como imaginei, ficou um enorme vestido em mim.

Deitei na cama enorme e muito confortável olhando o teto. Ouvi mais um estrondo e lembrei que  Zora nessa hora estava morrendo de medo. Eu queria estar agora com ela.

Suspirei virando para o outro lado.

Christopher deveria me achar uma idiota, ou melhor, uma criança e não uma mulher de vinte anos. Porque ao invés de estar na cama com ele, estou aqui sozinha, no escuro e sem sono.

Na verdade, o que eu quero nesse exato momento é estar com ele. Não aqui sozinha, mas eu não queria fazer nada além de ficar grudada nele. Se eu for até lá, ele pode achar que eu queria algo mais, afinal, uma mulher que vai para a cama de um cara ainda mais sendo um cara como Christopher, com toda certeza espera algo. 

E sei que estou sendo tonta por não "aproveitar" Christopher logo, mas eu não sou assim. Não sou a grande maioria das mulheres que fazem sexo sem compromisso ou sem sentimento. Para que eu fosse pra cama com alguém devo estar ligada emocionalmente a ele. 

É bem século dezenove esse jeito, certo?

Mas eu sou assim.

Com um suspiro, levanto e caminho lentamente até o quarto de Ucker. Não tenho a mínima ideia se o que estou fazendo é o certo, mas a vontade de ficar mais próxima dele era maior.

Encosto meu ouvido na porta e tento escutar alguma coisa, mas nada. Já estaria dormindo? Lentamente giro a maçaneta e abro um pouco a porta.

Christopher estava largado na cama e imediatamente, olhou para a porta quando abri a mesma. Ele sentou na cama surpreso.

Fiquei sem graça.

Dulce: Desculpe. Eu..

Ucker: Não consegue dormir? 

Assenti.

Dando um meio sorriso indicou a cama para que eu fosse até lá. Minhas pernas automaticamente o obedeceram e quando fiquei ao seu lado, Ucker me beijou fazendo que eu deitasse e ele ficasse em cima de mim.

Nos beijamos por alguns minutos, até eu sentir sua mão descendo para minha coxa, segurando em seu tórax sem camisa o empurrei parando o beijo.

Dulce: Hoje não...- sussurrei.

Confesso que temi um pouco sua reação, mas ele apenas sorriu e voltou a me beijar da mesma forma de antes, não sei por quanto tempo ficamos assim, só quando ele deitou ao meu lado é que paramos de nos beijar.

Ucker: Ainda bem que veio aqui, não queria parecer um tarado atrás de você no quarto e eu estava a ponto de fazer isso, quando você entrou - confessou.

Ri.

Dulce: Eu não consigo dormir lá. 

Ucker: Eu também não consigo dormir sabendo que você estar aqui e eu não estou com você - me fez colocar minha cabeça em seu peito, enquanto suas mãos ia para minha cintura.

Quando ouvi seu coração, fechei os olhos e na hora me senti em casa.

O abracei também pela cintura.

Dulce: É tão bom ficar assim.

Ucker: Também estou achando.

Dulce: Achando? - levantei a cabeça para o encarar e ele assentiu.

Ucker: Olha é a primeira vez que uma mulher vai para minha cama e eu não faço nada - revelou franzindo o cenho.

Eu podia ver que ele estava surpreso  e curioso com isso. Para tudo tem uma primeira vez, certo? Com isso, lembrei que precisava perguntar uma coisa.

Dulce: Ucker...- hesitei um pouco - Por favor seja sincero, o que nós temos?

Ucker: Eu...eu eu não sei. - me encarou agora mais sério - Desde que conheci você, não paro de pensar em você. Nunca desejei tanto alguém como te desejo, nunca quis tanto uma boca, como quero a sua - seus olhos foram diretos para minha boca - Nunca quis a companhia e uma opinião de alguém como quero a sua, e o mais curioso pra mim, nunca levei uma mulher pra cama para ficar desse jeito.

 Fez uma pequena pausa.

Ucker: Eu não sei o que temos, mas eu não quero parar. - me olhou nos olhos-  E eu quero deixar rolar desde que você sinta pelo menos uma das coisas que falei que sinto por você.

Dulce: Ah mas eu sinto. Eu sinto tudo o que falou. - sorri - Quando acordo a primeira coisa que eu quero ver ou falar é com você e não paro de pensa em você um minuto se quer, fico contando os segundos para dar o horário para te ver e quando estamos assim, juntinhos eu me sinto tão bem Ucker. Tão bem.

Ele segurou com mais força na minha cintura assim que parei de falar.

Ucker: Ainda bem que sente isso. Não queria ser o único louco.

Ri.  Mas logo fiquei séria.

Dulce: Quero te fazer um pedido.

Ucker: Faça. O que quiser. - beijou minha bochecha e depois a boca.

Dulce: Christopher por favor não brinque comigo. Se rolar apenas uma coisa sem importância pra você, deixe bem claro pra mim, por favor não me iluda e brinque comigo. - pedi.

Ucker ficou surpreso.

Ucker: Estar falando isso por causa da minha fama? - murmurou.

Dulce: Também. Mas eu não posso julgar alguém sem conhece-lo antes. Eu sei que é mulherengo e que nunca parou com mulher nenhuma antes, mas se formos deixar rolar, quero que seja sincero comigo por favor. - pedi novamente.

Ele me encarou sério.

Ucker: Prometo não brincar e não iludir você nunca. - falou de forma séria.

Seus olhos demonstrava verdade.

Suspirei assentindo.

Ucker me apertou mais em seus braços e com uma mão acariciou meu cabelo fazendo um leve cafuné delicioso. Fechei os olhos aproveitando o momento.

Dulce: Você faz tão gostoso...- murmurei.

Ucker: Eu faço gostoso mesmo - falou malicioso me fazendo rir.

Dulce: Malicioso. - o encarei.

Ele riu.

Com o cafuné gostoso e os braços de Christopher em mim, não demorou muito para que eu pegasse no sono me sentindo no lugar mais seguro do mundo inteiro que era: em seus braços.

Almas Opostas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora