- Você lembra da primeira vez que esteve aqui? - a dama questiona-o, enquanto lhe oferece um dos biscoitos recheados que mais gosta e sentira saudade durante sua estadia no exterior.
- Como eu poderia esquecer? Eu tive tanto medo de que um dos seus pais saísse contigo àquela hora da noite. - sentado em frente a uma das janelas que compunham a vista da sala de estar da casa, Barnes avista a calçada em que esperara S/N a alguns meses atrás. - Eu nunca pensei que fosse passar por isso.
- "Isso"? Como assim? - indaga, rindo.
- Você sabe, namorar com alguém mais nova e estrangeira, ir a outro país para ser apresentado aos pais da sua namorada e ainda ficar nervoso com isso aos quase quarenta anos. - ele suspira, feliz com a sua jornada. - Obrigado, eu realmente sou orgulhoso por ter alguém como você ao meu lado. Em pensar que eu fazia questão de te chamar de "criança" no início de tudo só pra me lembrar do quando isso seria errado. - os dois riem da situação embaraçosa ao qual se meteram, situação essa que os levou ao amor.
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Os dois vão para os seus respectivos quartos, recatados e cúmplices das lembranças que compartilham ao morarem juntos. Aquela era a típica atitude a se tomar na casa dos sogros, eles entendiam, mas isso não os impedia de rir sobre suas intimidades. O amanhã os esperava com mais: mais aventuras, mais amores, mais familiaridades e cordialidades.
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- Mãe, o que é isso? - a brasileira mais nova pergunta.
O relógio batia às seis da matina e seus pais acordaram a todos com rangidos e alvoroços, uma mala estava parada em frente a porta de entrada e os senhores vestiam roupas tipicamente tropicais. Eles estavam prontos para viajar.
- Como temos convidados especiais, vamos fazer um dia de folga a la brasileira, querida, vamos à praia! - animada, sua mãe entrega-a alguns lanches e sanduiches embalados, enquanto os visitantes descem as escadas sonolentos e assustados.
- Está tudo bem, minha princesa? - Barnes, de cabelos engrenhados, aproxima-se de S/N, sem perceber o que a menina carregava.
- Meus pais enlouqueceram de vez. - ela suspira. - Vamos, arrume-se e avise aos outros, iremos à praia. - cochichando na língua que seu namorado dominava, ela corre em direção ao seu quarto, tinha suas bagagens para separar.
Mesmo que fossem passar apenas alguns instantes numa praia próxima à cidade, tudo exigia preparativos e, se a jovem não conhecesse bem seus pais, estaria com bastante raiva da espontaneidade dos dois.
- S/N? Eu posso entrar? - era Jessie. A outra confirma e a asiática entra. - Desculpa vir aqui no teu quarto, mas eu queria pedir um favor. - a latina assente. - Eu só tenho um maiô e, pelo que eu vi no Rio de Janeiro, não é muito o tipo de roupa que vocês vestem aqui, você poderia me emprestar alguma coisa? Parece que a minha roupa tem tecido demais para ser atrativa para brasileiros.
