12 | england

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𝕻𝖗𝖎𝖒𝖊𝖎𝖗𝖆 𝖓𝖔𝖎𝖙𝖊


POV BEN BARNES ON

A ligação mais esperada do meu dia finalmente fora atendida. Eu temia que algum paparazzi estivesse de plantão por onde eu andasse, todavia eu precisava recebê-la pessoalmente. Ela ligou para mim, ou seja, ela precisa de mim.

Retirando o meu carro da garagem do enorme prédio em que morava e indo em direção ao escondido e pequeno hostel que a garota encontrava-se, avisto-a através da janela fosca que nos separa. Ela estava deslumbrante.

- Barnes, você acabou demorando, achei que não pudesse vir. - sua voz manhosa fizera-me rir numa facilidade excêntrica.

- Entre, antes que nos vejam. - apesar da zombaria, minha fala tinha um teor de realidade.

Entrando no carro negro que eu havia comprado a cerca de dois anos, a vi retirar dois dos casacos que, inusitadamente, estava vestindo.

- Não me pergunte, culpe o clima frio e a falta de malas. - antes que eu comente, a jovem arqueja.

- Eu não esperava que chegasse tão cedo, mas resolveremos tudo isso. - como um gatilho, ao ouvir a minha frase, o olhar da mulher ao meu lado caíra. - O que houve?

- Você entendeu o porquê eu te chamei? Ben, eu não tenho onde ficar, eles roubaram-me e... - a interrompo.

- Nós faremos um boletim. - ela nega.

- Eu não quero mais dores de cabeça ou parecer derrotada para a minha família. Eu só... Preciso pensar.

- Relaxa, OK? Você tem a mim aqui. - soltando uma das mãos do volante, reconforto-a pousando meus dedos em sua coxa direita coberta. Vejo-a arrepiar e rio. - Você pode passar o tempo que precisar comigo, no apartamento.

- Não! - antes mesmo que eu pronuncie qualquer palavra, ela grita. - Digo, não, obrigada.

- OK, eu não sabia que era tão ruim a ideia de estar comigo. - um riso frouxo fora solto. Meu ego, apesar do humor, fora magoado.

- Claro que não é isso, Ben, eu só não quero te incomodar a esse nível. Nós somos amigos e você não tem que ter uma hóspede de graça.

- Amigos, hm? - brinco, enquanto estaciono em meu apartamento. Aqui, os perigos eram quase que nulos, era impossível a entrada de qualquer fofoqueiro de plantão.

Descemos do carro. Suas malas eram consideravelmente pesadas, mas ainda pouca bagagem para quem passaria os próximos quatro anos no país. Antes que possamos subir ao elevador, o balconista e porteiro nos cumprimenta, segurando um sorriso lateral que eu conhecia bem. Mal sabia ele que ela não era mais uma.

- Eu irei tentar alugar um lugar em breve, prometo não... - cesso sua fala.

- Por favor, pare com isso, eu disse a ti que poderia ficar o quanto quisesse. Às vezes, eu sinto que estou meio solitário. - abrindo a porta para que a jovem adentrasse com suas malas em meu vasto cômodo, respiro fundo, atirando as chaves na pequena mesa lateral abaixo do meu quadro predileto.

- O girassol? Bom gosto. - ela comenta sobre a obra de Van Gogh. Sorrio.

- Você lembra-me muito a ela, sabia? - dou alguns passos em direção à menina que ainda segura as alças de suas bolsas. - A sua luz vem de dentro, você segue o seu caminho e os seus sonhos. Estar com você faz sentir-me vivo.

Fora nesse momento em que nossos corpos colaram, no entanto, antes que o seu olhar sedento por mim acabe por entregar-se, ela recua e força uma tosse, puxando suas malas lentamente para longe.

𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 | ʙᴇɴ ʙᴀʀɴᴇꜱOnde as histórias ganham vida. Descobre agora