Capítulo 13

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Estava sentada na minha escrivaninha, rodando pela internet e sites de fofoca quando batem na porta. Como se eu não soubesse quem é.

Meu pai entra assim que eu permito. Ele usava a camisa social do trabalho ainda e tinha olheiras de baixo dos olhos, pelo visto estava dormindo tão bem quanto eu.

- A gente pode conversar? - ele pede, sentando na cama. Ele está muito cansado. Aceno e me sento ao lado dele. - Filha, eu sei que a gente passou por muita coisa esses últimos dias. - ele começa. Já sinto as lágrimas surgindo em meus olhos. - Ah, não, não chora. - ele diz e me abraça. Descanso minha cabeça em seu ombro enquanto ele faz carinho no meu cabelo.

- Olha, eu vim te pedir desculpas. Eu sei que não venho sendo um dos melhores pais esses últimos tempos, eu já havia te perdido uma vez, por 10 anos fiquei sem você, e não estava preparado para me apegar a você de novo e a perder tão facilmente. Olha, você foi ótima durante o ataque, nada...daquilo, foi culpa sua. Não foi culpa de ninguém. - me levanto e olho em seus olhos.

- Eu senti sua falta, pai. - digo ainda com lágrimas escorrendo pelos meus olhos. - É muito difícil ficar sem você.

- Eu vou melhorar, meu amor. Prometo ser melhor para você.

- Mas pai, o senhor acha que se eu tivesse sido um pouquinho mais forte e tivesse prestado atenção eu... - começo e ele e interrompe.

- Ninguém poderia ter impedido, não adianta você se culpar. Sei que Nath te disse que você só precisava de experiência e isso infelizmente faz parte. É a pior parte, na minha opinião.

- Desculpa. - digo. Ele também pede desculpas.

Passamos um tempo conversando e desabafando um com o outro até escutarmos mais uma batida na porta. Meu quarto virou ponto turístico e eu não sabia? Essas batidas pareciam desesperadas.

- Entra. - digo. Mal acabo de pronunciar a palavra quando Banner entra, completamente chocado e assustado.

- A Clara tem uma substância chamada Lítio, dentro do corpo. Não tem em grande quantidade mas é constante, não diminui. Eu preciso de mais exames dela, isso pode ter feito ela ficar em uma espécie de "transe feliz" durante 10 anos lá. - ele fala rapidamente, sem nos dar tempo nem para contestar.

- Claro. - meu pai concorda e me acompanha com Bruce ao laboratório.

No caminho Banner continua falando. Não tenho nem tempo de enxugar as lágrimas direito para entender o que está acontecendo.

- Eu tenho várias teorias mas isso eu tenho certeza, eles devem ter injetado ou dado para ela tomar a substância constantemente durante esses 10 anos, mas por que pararam? - Chegando no laboratório, eles me deitam em uma maca para começar a tirar mais amostras do meu sangue.

- Teorias? Pode contar quais são as outras? - pergunto me sentindo um pouco fraca com a retirada do sangue.

- Bem, se você me der algumas informações, sim. - ele diz. Aceno com a cabeça afim de divulgar qualquer informação. Não pretendo guarda-las para mim. - Eles disseram algo quando você fugiu? - ele começa.

Me lembro, eu estava correndo pela floresta quando o professor disse...

- Um deles disse que não era para me deixar acordar. - lembro. Sinto um calafrio ao reviver aquele momento, mesmo que na minha cabeça.

Banner e meu pai se olham assustados.

- Eles deram alguma coisa pra você comer? A comida parecia diferente? - Tony pergunta.

- Sim eu comi todas as refeições lá. Não sei se tinha algo muito diferente. - digo.

- Mas então porque você simplesmente saiu do transe se eles não queriam que isso acontecesse? - Bruce pergunta pondo um dos frascos com o meu sangue dentro de uma máquina.

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