Capítulo 17

457 31 4
                                    

Abro os olhos, estava no hospital.

Consigo ver as luzes fortes da manhã entrando pela janela, escuto os aparelhos monitorando meu estado e sinto várias partes do meu corpo completamente enfaixadas. Imóveis.

Pisco algumas vezes afim de ajustar minha visão ao ambiente quando escuto uma voz.

- Ai meu deus, ai meu deus, enfermeira ela acordou! - era Peter. Ele aparentemente estava ali me fazendo companhia, mesmo que eu estivesse desacordada.

Logo estou cercada de profissionais, enfermeiros e médicos checavam meus batimentos e tudo mais. Entre dois deles, consigo ver Peter me olhando preocupado, mas parecendo aliviado. Ele tinha olheiras e alguns arranhões, mas continuava bonito como sempre. Sorrio levemente. Ele retribui.

Após diversas checagens em meus olhos, batimentos e pressão, o médico começa a me fazer perguntas.

- Qual o seu nome?

- Clara Stark.

- Idade?

Eu iria dizer 17 mas lembro que meu aniversário deveria ter sido há alguns dias. Não sei que dia e hoje.

- 18 - digo sem saber se é verdade. Aparentemente é, já que ninguém fala nada.

- Ok, está tudo bem com você. Iremos a observar por tempo indeterminado, provavelmente um dia ou algumas horas para ter certeza de que está tudo bem. - ele diz e sai da sala me deixando com Peter.

- Como você está? - ele pergunta sentando em uma cadeira ao lado da minha cama.

- Melhor impossível. - digo. Eu sobrevivi, como poderia estar melhor? Ele ri.

- Olha eu...- ele faz uma pausa e respira fundo, é como se tivesse pensado muito sobre isso. - ...logo antes da gente sair eu ia te perguntar uma coisa, mas aí a gente teve a emergência e tudo mais e eu não pude, não pude... Olha, eu fiquei completamente devastado sem saber quando você acordaria ou se acordaria e cheguei a conclusão de que eu preciso de você. Sempre precisei. - ele me olha nos olhos com a mais pura sinceridade e transparência que ele podia oferecer. - Sei que você acabou de acordar e quer saber o que tá acontecendo mas eu preciso falar, sabe, se você quiser pensar um pouco, ou ter alguns dias tudo bem, mas eu preciso muito perguntar antes que...

- Peter. - o chamo. Ele falava tudo muito rápido pelo, parecia nervoso quando então respira fundo mais uma vez. - Pode perguntar. - Ele me olha.

- Eu só queria saber se você aceita namorar comigo? - ele finalmente pergunta. Uma felicidade imensa invade meu corpo então não consigo conter o sorriso ao ver que ele segurava uma caixinha preta com duas alianças prata. Havia uma listra roxa na aliança maior e uma vermelha na menor.

- Como eu poderia dizer não, meu amor? - pergunto como resposta. Ele então sorri e relaxa como se finalmente tivesse tirado um peso das costas.

Então me beija. Uso a minha mão livre para acariciar sua bochecha. O beijo foi simplesmente tão calmo, tão reconfortante que nem reparei quando comecei a chorar.

- Ah não, não chora. - ele disse rindo, me fazendo rir também, e então me dá mais alguns beijos reconfortantes. Colocamos as alianças e ele fica ali, do meu lado conversando comigo por horas.

Chego em casa de cadeira de rodas 2 dias depois. Peter me contou que eu fiquei desacordada por 2 semanas, e sim, meu aniversário passou durante esse tempo.

Minha mão direita, a que eu usei para o estalo, estava em carne viva quando os médicos viram. Foi horrível. Eles achavam que eu não iria resistir.

No fim, acho que o destino queria nos avisar. Era meu dever salvar o mundo. E eu consegui.

Agora aqui estava eu, prestes a voltar para casa como a Vingadora que eu nasci para ser. Bucky empurrava a minha cadeira de rodas pela porta da frente, Peter que estava do meu lado, abriu a porta da frente para eu poder entrar.

Foi surreal ver toda a minha familia esperando pela minha volta. Eles haviam decorado tudo com balões e uma faixa que dizia "Bem-vinda de volta".

Me parece que não precisa nascer um super herói para ser um, dá para ajudar até com as menores coisas. Eu aprendi isso da melhor forma possível.

Acima de tudo, eu consegui. Nunca fui fraca demais nem pequena demais, sempre estive destinada a isso. Haja o que houvesse.

FIM

De Volta ao PresenteWhere stories live. Discover now