Where Have You Been

Prólogo: a confissão errada

Hoje já não seria mais um dia comum na rotina de Grimmjow, o azulado estava planejando confessar seus sentimentos para a pessoa que ao longo dos últimos meses, começou a capturar sua atenção. Embora ele fosse um adolescente problemático, ele ainda vivia como um jovem qualquer e isso incluía se sentir apaixonado por outra pessoa. 

Ele andava segurando uma carta em suas mãos, estava matando aula como era acostumado a fazer, mas ao contrário das outras vezes, até que ele estava faltando por uma razão razoável de se dizer. Pulando o muro da escola, o azulado andou com cautela até dentro da escola, chegando nos armários dos estudantes. 

— Preciso aproveitar essa chance… 

Olhando ao seu redor, tinha escolhido esse horário por não ter nenhum aluno andando livremente pela escola nesse horário, pois todos estariam em aula nesse momento. Olhando para os armários com cuidado, Grimmjow foi lendo nome por nome até encontrar o da pessoa que estava tanto a procurar. 

— Achei! Kuchiki Rukia! 

Ao falar o nome da baixinha, sentiu seu coração acelerar mais. Agora estava pronto para deixar sua carta de confissão, porém escutou vozes se aproximando cada vez mais, o deixando nervoso e com medo de ser pego. Não tinha nada de ruim em ser pego em flagrante, isso se ele não tivesse uma infame reputação a proteger.

Nervoso, ele abriu o armário sem ao menos verificar se era de verdade o certo, colocou a carta lá dentro no meio dos livros que apalpou e fechou o armário com força. Assim, ele saiu antes de alguém conseguir o ver. 

Com tudo feito, ele só tinha que esperar na pracinha que tinha no caminho entre a sua escola e a dela, o ponto de encontro que ele marcou para receber sua resposta. Já no local, ele se sentou em um balanço e decidiu esperar, ainda tinha muito tempo de sobra e ele poderia fazer muito coisa, entretanto, o azulado insistiu em esperar lá.

Kuchiki Rukia era a única garota que sabia lidar com ele, com o seu jeito único. Antes ele a odiava por sempre intervir em suas brigas com os alunos da escola Shinigami, o qual ela fazia parte, mas com o passar do tempo, Grimmjow começou a procurar briga de propósito apenas para vê-la. Sua atração pela morena era óbvia para todos os seus amigos, que já estavam cansados de brigar sem motivo e forçaram ele a confessar essa sua "queda". A carta foi a solução mais fácil e menos vergonhosa para ele fazer isso.

Com as horas passando, ele sentiu a ansiedade crescer dentro de si cada vez mais, até o ponto de andar de um lado para o outro. Rukia não era obrigada a ir até o parque encontrar com ele, sabia disso, mas Grimmjow também sabia como ela era alguém considerada, então supostamente iria vir para dar sua resposta - mesmo sendo ruim.

Ele estava preparado para todo tipo de situação, principalmente para a rejeição, contudo, Jaegerjaquez Grimmjow não estava preparado para a real situação.

— Com licença, Jaegerjaquez Grimmjow? 

Dando um sobressalto, rapidamente se virou para a voz atrás de si com seu rosto vermelho. 

— S-Sim! — gritou ele antes de ficar confuso. 

Ao contrário da garota baixinha que esperava, ele encontrou um jovem de cabelos ruivos e olhos cor de mel. Uma jovem linda e que exalava doçura.  

"Quem é ela?" pensou ele.

Ele viu o rosto dela ficar vermelho, mas também conseguiu ver a carta dele nas mãos dela. O azulado travou na hora ao ver aquilo, por que ela tinha a carta dele? Pensando como nunca antes, começou a lembrar passo a passo de seu trajeto, percebendo seu enorme erro. Seu rosto gelou e ele queria cavar um buraco e se enfiar dentro para nunca mais sair! 

A jovem ficou em silêncio, dando mais tempo para ele a analisar. Em sua memória de peixe, lembrou-se da garota, de quem ela era.

Inoue Orihime, a garota mais popular da escola shinigami, sua fama era tanta que inclusive as pessoas de seu instituto a conheciam. Uma beleza sem igual e exótica, os rumores eram tantos que todos pensam que ela era uma deusa que pisou na terra. Grimmjow se sentiu mais aliviado ao saber quem ela era, pois tinha certeza que a famosa deusa iria o recusar e depois esquecer disso. 

As coisas seriam mais fáceis para ele, logo seu corpo relaxou mais e encarou a ruiva em espera da negação que levaria pela sua confissão,  pela sua enganosa confissão. 

— Eu sou Inoue Orihime… Não. É lógico que você sabe quem eu sou. — Orihime deu uma leve risada, estava tão nervosa que estava se atrapalhando em suas palavras. 

Grimmjow arqueou uma de suas sobrancelhas, olhando para ela em confusão.

— O que eu quero dizer é… Espero que cuide de mim! — gritou a ruiva se curvando. 

O azulado deu alguns passos para trás com a cena que acabou de presenciar. Ele só poderia estar alucinando, certo? Talvez sua mente estivesse pregando uma peça nele pela estupidez que cometeu ao colocar sua carta no armário errado. 

Orihime ao levantar sua cabeça e ver como ele estava confuso, imaginou que ele estivesse esperando um não como resposta, afinal, ela já tinha recusado tantos que jamais poderia contar a incrível quantidade de pobres garotos. Claro que se sentia mal ao recusar uma pessoa, porém, Inoue não podia alimentar as esperanças dessas pessoas e então as recusava de forma direta, como sua amiga a recomendou. 

— Eu aceito seus sentimentos! Estou contando com você! — disse a jovem com mais clareza. 

De fato, Grimmjow não estava esperando por isso! Não esperava que Orihime fosse aceitar seus sentimentos, os que não eram nem para ela. Um grande mal-entendido estava acontecendo agora e ele tinha que resolver isso agora. Respirando fundo, ele apertou os punhos e a olhou, vacilando com o rosto emocionado dela, desviou seu olhar para o chão. 

— E-Ei… 

Ele foi interrompido pelo celular da ruiva que começou a tocar. 

— Oh céus! Me desculpe! São minhas amigas, combinei de sair com elas agora. Podemos conversar mais tarde? — falou Orihime puxando uma caneta e um pedaço de papel de sua bolsa. 

A ruiva começou a anotar seu número na folha, logo entregou para ele e sorriu como uma criança feliz. 

— Esse é o meu número, e-espero que você me mande uma mensagem… — seu rosto começou a ficar vermelho. — Até mais! 

Orihime saiu correndo, deixando o azulado para trás com o pedaço de papel em sua mão. O corpo de Grimmjow tremia de completa frustração e de preocupação. O que diabos ele faria agora?!