Ao adentrar mais o lugar pude ver a pequena cozinha e dois cômodos, um que julguei ser o banheiro, e o outro, o quarto de roupas. E era apenas isso. Simples, pequeno e aconchegante.

— Eu adorei noona. Pelo menos não me sentirei sozinho aqui dentro — sorri me curvando para a alfa — Obrigado.

— Não precisa agradecer, dongsaeng, afinal, a casa é de Taehyung e ele é seu marido, então é sua também — sorriu constrangida.

— Não é pela casa, mas sim, por tudo o que tem feito, desde antes mesmo de nos conhecermos. Obrigado noona — sorri docemente para Hwasa, que desviou o olhar.

— B-bom, você é o o-ômega do Taehyung, que é meu melhor amigo… — murmurou constrangida, passando a mão na nuca.

Abaixei meu olhar ao escutar aquele nome. Fazia apenas algumas horas, talvez doze, que o vi pela última vez e já sentia vontade de voltar correndo para seus braços.

— Certo. Eu vou descansar agora, está bem? Faça isso também, a viagem foi cansativa para todos nós — digo sorrindo forçado, queria apenas um tempo sozinho.

Hwasa assentiu e então saiu. No mesmo momento me joguei na cama, que ficava praticamente ao lado da porta, e me encolhi entre os lençóis.

Abracei um travesseiro com força e mordi sua fronha, para abafar meu choro. Meu peito doía e só desejava voltar para o meu alfa. Não achei que me sentiria desse jeito, mas nos aproximamos muito nessas últimas semanas e isso dificultou ainda mais a minha escolha.

Eu não queria mais estar aqui.

Mas as palavras de Taehyung ainda ecoavam em minha mente, dizendo-me que sempre fui competente e que seria um médico perfeito. Ele tinha orgulho de mim, e eu o faria ter ainda mais. Esse seria meu motivo para seguir com minha escolha, dar orgulho não somente ao meu marido, como também aos meus pais. Meu pai era médico, porém não me influenciou a trilhar o mesmo caminho.

Meu pais sempre foram carinhosos e compreensivos. Sempre me ensinaram que eu poderia ser o que eu quisesse, independente de ser ômega, beta ou um alfa. Eu, assim como qualquer outro, merecia meu lugar no mundo. Eles me incentivaram, me apoiaram, me amaram. Yoongi e eu não temos do que reclamar, nossos pais eram perfeitos.

Novamente gritei abafado pelo travesseiro, sentindo falta dos meus pais. Eu só queria que eles estivessem ali para ver as escolhas que seus filhos estavam fazendo, verem como havíamos crescido e estávamos evoluindo. Eu queria escutá-los dizendo que estavam orgulhosos de seus filhos, mas eles não estavam ali e não nos diriam isso, contudo, algo dentro de mim sabia que era assim que eles se sentiam.

Após um tempo chorando, consegui me acalmar. Precisava tomar um banho e, talvez, desfazer as malas, ver o que havia nos pequenos armários e na geladeira para poder fazer uma lista de compras, caso precisasse.

Eu tinha que me organizar e não podia perder tempo chorando. Aliviava minha dor, mas eu só estava perdendo tempo. Se queria deixar Taehyung e meus pais orgulhosos, precisava me mover e não ficar me lamentando.

Sendo assim, abri uma de minhas malas e peguei um pijama que havia roubado do meu marido. O cheiro dele estava forte naquele conjunto, o que era bom. Ao menos dormiria tranquilo enquanto pudesse sentir seu cheirinho de pinho e canela.

Após isso, peguei uma toalha em outra mala, uma maletinha com produtos de higiene e segui até o banheiro que havia ali. Era realmente pequeno, mal conseguia me mover, mas tinha uma banheira e isso já ajudava muito.

Enquanto a banheira enchia, retirei minhas roupas e deixei-as penduradas em um gancho que havia na porta. Coloquei a maleta em cima da pia e a abri, pegando sais de banho de lavanda e despejando na banheira. A viagem deixou meu corpo dolorido e eu só precisava relaxar. Sendo assim, entrei na banheira pequena e demorei para me lavar, aproveitando até a água esfriar.

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