Capítulo 22 - Capas e disfarces

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Capítulo 22 - Capas e disfarces 

          Felipe discutiu com o irmão por muito tempo, numa verdadeira crise de ciúmes. Ofendeu Henrique, enumerando os defeitos que o príncipe apresentava. A discussão se iniciou na carruagem e se estendeu até chegarem ao salão do castelo dos conversadores.

- É claro que ele gosta da Aurora. Aquele cabeça de bagre infeliz!

- Para de falar nisso, por favor. Não consigo mais ouvir suas reclamações! - Victor gritou, impaciente.

- Ah, mas eu preciso te ouvir a respeito da Branca desde quando acordo até a hora de dormir.

- Felipe, seja sincero. Vocês estão juntos, não estão?

- Não sei do que está falando.

- Sabe sim. Sei que você gosta da Aurora. Antes, era apenas uma suspeita, mas agora tenho certeza. Você está comprometido com ela, não é?

- Você que disse que ela estava comprometida com um conversador.

- E está, não está? Quando vai contar para o nosso pai?

- Para Vossa Majestade? Nunca.

- Ora, vamos, Felipe.

- Quando ele souber, já estarei casado e muito longe daqui. E agora sou eu quem quer mudar de assunto. Vai ficar visitando aquele castelo? Pintando o retrato deles? Você é melhor com esculturas. Acha que vai conseguir?

- Quais são as chances de você ir e me ajudar?

- Nenhuma. Não faço questão de voltar lá. Boa sorte com o quadro.

- Ingrato. Boa sorte com Aurora. Vai precisar.

***

        Terça-feira foi um dia comum de sol, munido ao frescor do vento com sua brisa suave. O príncipe Victor trouxe alguns dos melhores pintores do reino, além de material de alta qualidade para o Reino de Campos a fim de cumprir sua oferta, iniciando o quadro da família.

- Por favor, comece por mim. - Sofia exigiu, ansiosa por deixar uma lembrança sua para todos que amava.

          A aparência da rainha não era a das melhores, mas ela ainda conservava sua beleza. Havia feito uso de pós e rouges, tentando esconder o quanto estava abatida, pálida, com olheiras profundas. O melhor pintor dentre os conversadores trazia a imagem da família, aos poucos, ao quadro. Quatro pintores retratavam separadamente cada um dos membros da casa. E Victor, para justificar sua presença, fazia uma escultura em mármore, talhando o busto da rainha.

- Quero te agradecer muitíssimo, Victor.

          O rapaz sorriu, sem entender o porquê de tamanha gratidão.

- Não precisa. Para mim, a arte é um prazer, bem como ser útil.

- Você é um bom rapaz.

- A senhora é uma boa rainha.

          Sofia sorriu. Há tempos percebeu o interesse de Victor por Branca e o quanto que o príncipe se esforçava para atrair a atenção da princesa e fazer surgir algum interesse por ele. A mais bela de todas permanecia indiferente, apesar de ter certo apreço pela amizade dele. A rainha desejava que os assuntos do coração dos seus filhos fossem tão bem resolvidos quanto os seus eram com o marido. Só que nem todos os desejos se tornam realidade.

O Conto dos Contos - A origem dos contos de fadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora