Capítulo 38 - As aparências enganam

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Gente, essa semana foi terrível e só consegui terminar o capítulo agora. Um beijo a todos os leitores e obrigada pela paciência, pelo carinho, por tudo!


Capítulo 38 - As aparências enganam

        O príncipe robusto e de rosto bruto porém belo estava no jardim à procura de sua noiva. Considerando a extensão do jardim do castelo dos Alternadores, demorou pouco tempo até avistar Cindia. A encontrou admirando o céu e as flores já fechadas, como se também dormissem à noite. Ultimamente a moça estava aérea. Não conseguia entender o que a afligia, mas faria de tudo para deixa-la mais feliz. Em silêncio, aproximou-se dela, contemplando sua figura iluminada pela luz da lua.

- Ansiosa para o grande dia?

- Mas é claro - Cinderela sorriu.

- Meu amor, você tem comido muito pouco. Está mais magra.

- Só estou nervosa.

       Cindia jamais iria admitir a Teodoro que estava desesperada por causa de Aurora. Não podia contar a ele, tinha muito medo da rainha das bruxas. O vestido amarelo como o sol era a única alegria que estava exibindo.

- Teremos uma cerimônia mais privada, espero que não se importe.

- Eu só quero que sejamos felizes. Quero te amar e ser amada.

- Você já é amada - Téo insistiu. - Vamos convidar a rainha Solange e... A princesa Estela?

- São minha família.

- Está certo. Os Mogliani também serão convidados. Faço questão da presença de Victor. E Henrique e os nobres de Campos. Tenho certeza de que depois do casamento você irá mudar essa expressão tão triste. Não sei se o que te preocupa é ser rainha. Eu sei que você é capaz, uma moça ilustre e valiosa.

       A condessa abraçou o príncipe alternador e sentiu-se muito pouco ilustre. Em prantos, choro silencioso, o beijou com amor, ansiosa para ser mais, ser melhor, ser digna do amor dele.

***

        A futura rainha dos fadens estava sorridente e deslumbrante num vestido lilás. Mal adentrou no recinto, chamou a atenção do cavaleiro Vicente, que estava surpreso do quanto a princesa havia crescido. Lembrava-se da pequena garota meiga do bosque. Esperava que a mesma estivesse um pouco mais abalada pelo desaparecimento de Aurora, mas ela parecia emocionada, cheia de expectativa. Será que Aurora era a moça má que todos pensavam? O ruivo ficou um tanto apreensivo a respeito.

       Estela não reparou nos guardas, na verdade, nem mesmo na família De Neve ela deteve o olhar. Seu coração estava quase explodindo de tanta ansiedade. Ela encarou a mesa, em busca de apenas um rosto, e o que encontrou não era nem de longe o que ela esperava. Ainda era a sua prima e irmã de criação, porém mais... Chamativa. Ela deu dois passos em sua direção, com um sorriso de orelha a orelha e então parou. Para todos os efeitos a garota era uma desconhecida. Sua avó havia explicado a situação antes mesmo de ir atrás da mestiça, graças ao recado de Lúcio. E o rei, sempre esperto, se meteu na hora certa:

- Querida sobrinha, quero que conheça minha convidada, a senhorita Rosa.

- É um prazer - ela disse, logo após, fez uma mesura. - Eu sou a princesa Estela.

- Vossa Alteza, é uma honra conhecê-la - Aurora respondeu.

        A loira de coração de ouro girou pela mesa até chegar perto de Branca e então a abraçou e disse:

- Senti sua falta, prima. De todos vocês.

- Verdade? Que bom que está aqui! - a mais bela de todas ficou emocionada por ver a prima se importar tanto com ela.

O Conto dos Contos - A origem dos contos de fadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora