Capítulo 08- Proibido é bem melhor.

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Sinto algo meio áspero passando pelo meu ombro e acordo, olho a minha volta e caio na realidade de onde eu estava: na cama do Suguru. Seu braço abraça minha cintura e sinto um beijo no meu ombro.

- Acordou? – diz com a voz rouca, eu me viro e vejo ele me olhando com os olhos brilhando.
- Que soninho bom – abraço ele – que horas são?
- São três da tarde – me assusto e ele ri – quer ir embora? – ele diz e na mesma hora meu celular toca, assim que vejo que era meu pai o olho e ficamos em alerta.
- Oi pai – digo e ele me pergunta onde estou – não precisa se preocupar, eu estou bem apenas preciso espairecer a cabeça – respondo torcendo para ele desligar, mas ele insiste – estou na casa da Carol – digo e Suguru segura a risada – a noite eu volto – desligo e ele ri.
- Carol – ele diz me imitando e rimos – o que vai fazer quando ele descobrir que a Carol é o cara que mandou se afastar de você?
- Eu realmente não sei – colo nossos lábios – acho que vou ter que arrumar uma amiga ou trocar a pessoa que eu estou ficando – brinco tocando nos cabelos dele, vejo seu rosto mudar de expressão.
- Você está proibida de me trocar Srta. Goldberg – ele diz me beijando e depois pega o meu celular – vamos pedir algo para comer – assim fazemos o nosso pedido.
Enquanto a comida não chegava ficamos assistindo qualquer coisa deitados, eu no peito dele o acariciando e ele me dando um cafuné. Um filme de tudo que ele me disse hoje passa em minha mente e eu não acreditava nisso.
- Niragi? – digo ainda deitada nele e ele apenas murmura um “hm?” – aquilo que você disse, é verdade?
- O que eu disse? – diz simples.
- Sobre gostar de mim – respondo e ele nos faz sentar e nos olhar. Sua mão segurava meu rosto e seus olhos me olhavam profundamente.
- Sim Kaori, eu gosto de você de verdade – ele desvia o olhar por um segundo – sei que por muito tempo te tratei apenas como um caso, mas não consigo mais fazer isso, to cansado de inventar motivos para te ver ou para te ligar – rio para ele – quero que você seja minha da mesma forma que eu sou seu e me queira na mesma intensidade que eu te quero.
- O que vamos fazer com o meu pai?
- A única forma vai ter que ser as escondidas, ele ainda me odeia e me quer longe de você – ele sorri bobo – temos que ser discretos com isso até que tudo passe.
- Proibido é bem melhor – digo e subo nele, logo o beijando – é crime a gente se querer tanto assim? – pergunto quando separamos um beijo quente e cheio de toques.
- Se for poder ter certeza de que é o meu crime favorito – ele diz e volta a me beijar, mas temos que parar para receber a comida. Após comer, ficamos deitados conversamos e rimos horrores um com o outro até a barriga doer – será que a Srta. aceita ir tomar um banho de banheira com minha humilde presença, acompanhada de um bom vinho? – perguntou me fazendo rir por causa do vocabulário.
- Só vou pelo vinho – brinco e ele me carrega até o banheiro – Niragi – digo enquanto bebo um pouco do vinho, já estávamos a um tempo na banheira, mas o assunto tinha acabado então ele apenas massageava meu pé.
- Oi? – disse e levantou o olhar, ele estava com as pontas do cabelo molhadas o que o deixava dez vezes mais atraente.
- Pq começou a fazer isso? Tipo, entrou nisso tudo? – perguntei e ele me olhou, bebericou um pouco e se encostou na banheira novamente.
- Não sei dizer mas acho que tudo começou quando eu entrei na faculdade e não era nada do que eu queria então para mim não pensar nisso, pq eu tinha muita pressão pela parte do meu pai sobre isso, eu ia a boates e lá comecei a ter contato com esse tipo de gente – ele fez uma pausa e eu o olhava com total atenção – quando eu percebi eu já tinha largado a faculdade e comecei a trampar de noite com uns caras, meses depois meu pai morreu e isso só me fez afundar naquilo, me afastei da minha mãe e desliguei meus sentimentos para dar tudo de mim até eu ser o chefe que sou hoje – ele disse com um pouco de tristeza nos olhos.
- Você... – me aproximei dele – você se arrepende? – pergunto e ele nega.
- Me arrependo quando eu lembro da minha mãe ou quando ocorre algo fora do planejado e eu não posso simplesmente surtar, eu tenho que agir rápido para não perder tudo, afinal eu não faço isso para lucrar tanto apenas por luxo eu faço por elas duas, elas precisam de mim – ele diz acariciando meu rosto.
- Elas? – pergunto.
- Um dia eu mostro foto delas – ele sorri – eu raramente falo sobre elas ou conto minha vida para elas pq acredito que tudo que eu toco quebra ou se desmancha é apenas questão de tempo, então quero pelo menos as livrá-las disso – diz e eu sorrio gentil para ele pois nunca imaginei isso indo ele.
- Ah Niragi – o abraço – eu sabia que você tinha um coração ao invés de uma pedra – digo brincando e ele ri.
- Se eu estou vivo, significa que eu tenho coração pq a função dele é bombear sangue – ele diz me fazendo revirar os olhos antes dele me beijar.
Saímos da banheira e me arrumo para ir embora, na saída ele segura minha mão até o carro me fazendo rir e olhá-lo, eu não via algo ruim no seu semblante como se não houvesse raiva ou ganância naquele momento, havia apenas a sensação de que aquele era seu porto seguro.
- O que foi que está quieta? – perguntou ainda dirigindo – exagerou no vinho é? – rio.
- Estou te admirando, eu exagerei no vinho? To com cara de quem não ta sóbria? – fico nervosa.
- Não doida, calma – ri – eu não deixaria você beber tanto, não quero te deixar bêbada – diz simples – sexo sem consentimento não é comigo.
- Amém? – ele ri e logo na frente do meu condomínio – obrigada Carol – brinco e ele ri.
Damos um beijo de despedida e era bom demais o beijar sabendo que ele sentia o mesmo por mim.
- Kaori, eu quero que você saiba – ele segurou meu rosto – que não importa o que aconteça, aonde quer que isso leve a gente – ele colou nossas testas -  eu estou com você a cada passo, a cada momento, estou com você com certeza – sorrio e tento não chorar -a gente está junto – abraço ele com força e ficamos ali, um no outro apenas sentindo o coração do outro bater acelerado pelo momento – vou passar na boate para ver se está tudo certo e quando eu chegar em casa eu te mando mensagem.
- Ta bom – nos despedimos e eu saio do carro em direção a dentro do condomínio.

*mensagem de texto*

N: Chegou bem?
K: Simm e vc?
N: Tbm
N: Seus pais falaram algo?
K: Não não
N: Qualquer coisa fala que tava com a Carol hahaha
K: Meu álibi ne hahah

Meu celular toca e eu atendo. Era Niragi, ele não tinha falado muito comigo hoje após a aula.

- Oi – diz um pouco animado.
- Oi – digo seca.
- O que foi? – perguntou preocupado.
- Nem parece que você gosta de mim – respondo e ele ri anasalado.
- Pq?
- Nem falou comigo hoje – respondo e ele ri.
- Você estava na escola e eu trabalhando, mas agora estou aqui – diz simples.
- Só me procura quando quer ne Suguru, vou fazer greve de sexo.
- Dramática – ele ri – e eu acho que é você que não me quer.
- Pq? – pergunto brava.
- Pq você não abre essa sacada – ele diz e eu puxo a cortina e o vejo apoiado no parapeito, sorrio e abro a porta de vidro e ando até ele.
- Só eu falar de greve de sexo que você aparece – digo desligando a ligação.
- Ah claro, eu sou o flash para vim em 10 segundos? – ele pergunta e eu rio desmanchando toda a minha braveza – venha aqui – ele me puxa pela cintura e me beija.

Retribuo o beijo pois eu estava cheia de saudade dele, o beijo termina em um abraço apertado enquanto as mãos dele agarravam a minha cintura. Sinto o perfume dele e fico impressionada de como ele sempre era extremamente cheiroso.

- Gosto do cheiro do seu cabelo – ele diz e eu rio. Olho para ele e sua mão acariciou meu rosto, estávamos nos olhando com tanta intensidade até eu escutar meu pai me chamar na porta do quarto, me assusto e vou até a porta.

A minha sorte era a cortina estar fechada então não dava para ver a sacada.

- Oi pai – respondo sorrindo tentando esconder meu nervosismo.
- Toma – ele me entregou uma caixa de pizza com meia pizza – eu sei que você come tudo – ele ri e eu rio com desespero.
- Obrigada – digo sorrindo, mas sinto que eu estava tremendo.
- Tudo bem? – ele pergunta e eu concordo antes dele sair do quarto e eu trancar a porta. Deixo a pizza na minha escrivaninha e volto para a sacada e para os braços dele.
- Se seu coroa descobre, tô atrás das grades – ele diz e eu rio antes de nos beijar mais uma vez – vou te sequestrar na escola – ele diz simples e eu assusto.
- Pq? – pergunto.
- Para você ficar o dia todo comigo – ele diz e eu olho confusa – o que? Não posso ter saudade de você?
- Pera, você ta com saudade de mim? – pergunto rindo.
- Sim, pq? – responde assustado.
- Pq você é Niragi Suguru, você não tem saudade de ninguém.
- Mas da minha namorada eu tenho – responde e eu assusto mais uma vez – o que foi Kaori? Estou falando grego para você?
- Você não nasceu para namorar Suguru, você não é desse tipo então escutar isso de você é algo surreal – digo e ele me puxa para ele e segura meu rosto.
- Você está duvidando do meu amor por você? – ele diz me olhando e eu fico fraca com aquilo – hein?
- Não – respondo fraco, mas eu não tinha medo dele.
- Preciso tomar as providencias, não admito você duvidar disso Srta. Goldberg – ele me beija intensamente e no fim morde meu lábio inferior fazendo eu soltar um gemido – Goldberg é um sobrenome lindo, mas não combina com você – ele diz rindo.
- Qual combina comigo? – pergunto.
- Um que você ama gemer quando está comigo – ele diz e beija meu pescoço me fazendo gemer o sobrenome dele – esse mesmo – Niragi começa a me levar para dentro do quarto e quando ele está em cima de mim ele diz – domingo vamos sair, te passo buscar cedo.
- Aonde vamos? – pergunto tirando a blusa dele.
- Surpresa – diz sorrindo e eu queria bater nele, mas a única coisa que fiz foi tirar meu sutiã pois a blusa já se encontrava no chão.

Favorite Crime [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now