Capítulo 02- Cansei de ser apenas mais uma para você.

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- Parece que você não é tão fodão assim Niragi – digo e ele ri fraco – como isso aconteceu?
- Isso que dá ir passear sem arma, alguém me denunciou e agora eu to aqui – ele me encara.
- Meu pai vai soltar fogos de felicidade - rio
- Me solta – ele pediu. Eu queria, mas eu não podia.
- Não – falei e ele respirou fundo.
- Seu pai ainda não sabe que estou aqui, se ele vim acabou para mim – ele diz me olhando – nunca mais vamos nos ver, você quer isso?
- Desde quando meus sentimentos importam para você?
- Kaori, por favor – ele pede e eu me aproximo dele.
- Não – digo e saio da sala, ou tento pois ele grita me fazendo voltar.
- Me solta por favor, se você fizer isso eu faço qualquer coisa que você pedir, tudo mesmo – ele diz nervoso.
- Será que eu devo soltar você? – brinco.
- Kaori! Não temos tempo, então por favor solta as algemas – rio do desespero dele – por favor gata, prometo de recompensar com a melhor foda da sua vida.
- Cale a boca Suguru – solto as algemas – não preciso de sexo – digo e ele me olha antes de beijar a minha testa.
- To te devendo uma – ele diz e pega seus pertences e sai correndo.
Escondo as algemas e tiro as minhas digitais da sala antes de voltar para o banheiro. O que eu acabei de fazer? Escuto meu pai gritar e saio do banheiro tentando fingir que não sabia de nada.

NIRAGI ON

Resolvi dar uma voltinha a para ver Kaori e acabei sendo preso, eu estava xingando ela de tudo que eu sabia e meus planos era acabar com ela se eu saísse de lá, mas quando ela apareceu naquela porta e me soltou eu não queria mais fazer nada além de me soltar e beijar ela. Ela tinha ficado bravinha mais cedo e isso me fazia rir pq ou ela não sabia flertar ou não estava sabendo levar na brincadeira.

No decorrer da semana, fiquei pensando se o pai dela  sabia que foi ela que me soltou, cogitei ligar, mas eu também imagina que se ela tivesse de castigo as coisas iriam piorar. Dois dias após isso eu a vi na rua, ela não me viu, mas algo me falava que não estava bem, no próximo dia ficamos frente a frente e ela apenas me olhou e saiu, eu já estava ficando louco. A gota d’agua foi na sexta à noite eu a ver entrar na minha balada e ela simplesmente me ignorar, tipo ela me viu, mas resolveu fingir que eu era invisível, aquilo me fez entrar no escritório e quebrar tudo antes de cheirar várias fileiras, ser invisível para ela era a pior coisa do mundo pq ela NUNCA foi para mim e quando ficamos até ela ter que ir embora tudo meio que mudou. Sexta à noite eu não ter um overdose foi por um fio, meus caras me ajudaram, mas no sábado eu fumei tudo que tinha a fim de estar em outro lugar a não ser essa realidade sem a atenção de Kaori Goldberg. Eu tinha recebido um convite dos meus parças de domingo irmos à praia e ficarmos no iate dele, eu aceitei, pois, eu precisava voltar a minha vida com ou sem Kaori, muitas garotas foram chamadas, mas eu não fui com a mentalidade de ficar com alguma, era simples se rolasse, rolou.

Quando pisei naquele iate e vi milhares de bebidas, drogas e garotas, peguei meu celular e fiz a minha última ligação, sabe aquela que decidiria sua vida? Então essa. Liguei para Kaori e ela não me atendeu. Uma parte minha queria que ela atendesse para mim sumir daquele iate e ir correndo para ela, mas a outra parte esperava isso mesmo para ficar doidão e finalmente parar com isso. Ela não merecia um bandido.

O dia passou e quando percebi eu estava na praia comprando litros de bebidas pois essa festa iria até o amanhecer e eu iria pegar todas lá a fim de acabar com essa vontade que eu tinha dela. Ainda havia sol, então dava para ver todos que ali estavam, fui até o bar e fiz o pedido e enquanto esperava tudo ficar pronto eu vi algo que fez meu coração congelar. A criatura de cabelos morenos que corria sorrindo em um biquini rosa me fez ter um ataque ali mesmo para todos ver, meus olhos brilhavam ao ver ela, era como se ela fosse iluminada e apenas ela brilhasse ali.

Um garoto segurou o rosto dela e beijou a bochecha dela antes de sussurrar algo no ouvido dela que a fez ficar vermelha. Quem era ele? Só eu podia fazer isso. O garoto chegou ao meu lado pedindo algumas bebidas e quando começou a dar passos para ela e o monte de amigos e amigas que a acompanhava e o puxei para um canto. Ele se assustou.

- Olha aqui seu merda, quem você pensa que é para tocar nela? Acha que esse seu cabinho de pirulito daria algum prazer para ela? – digo o empurrando na parede, ele tremia sem conseguir me responder – acho que não né, então não toque nela senão acho que você sabe do que Niragi Suguru é capaz de fazer – o solto e ele corre.

Respiro fundo tentando me acalmar e pensado o que tinha acabado de fazer, eu não podia agir assim, mas quando se falava em alguém tocando no que é meu eu ficava fora de mim. Olho para o lado e vejo Kaori indo ao banheiro, me escondo para que assim que ela saísse eu a puxasse.  E foi isso que eu fiz, ela tentou gritar, mas quando a prendi entre meu corpo e a parede do bar ela parou.

- Mas que porra é essa? – ela reclama.
- Quero saber pq você está me ignorando – falo a encarando – seu pai te puniu?
- Ele não sabe – ela diz me olhando – E PQ VOCÊ FEZ AQUILO COM ELE? – ela se altera.
- Ele quem? – pergunto e ela faz a pior cara do mundo para me lembrar daquele menino – ah pq ele estava te tocando.
- Que atitude bosta Niragi – ela diz virando o rosto.
- Pq está me ignorando? – pergunto e ela balança a cabeça rindo antes de me encarar.
- Pq eu cansei de ser apenas só mais uma para você – nós olhamos e eu não falar nada.
- Mas...
- Mas nada Niragi, aliás volta lá para o iate que as garotas devem estar ovulando de vontade de dar para você – ela diz e sai.
Não tento ir atrás, apenas a vejo afastar. Pego as bebidas e volto para o iate e passo a noite bebendo e me drogando enquanto o “cansei de ser apenas só mais uma para você” dela rodava na minha cabeça.

KAORI ON

É eu realmente tinha tentado me afastar de Niragi e falar aqui para ele me doeu, mas acho que doeu mais nele do que em mim. A pior parte é que se ele vier atrás de mim eu iria igual uma cadela e isso me deixava brava comigo mesma.

Na segunda feira eu vi ele me olhando na aula de educação física, tentei ignorar, mas meus olhos pararam por alguns segundos no dele. Ele era lindo, seu rosto não tinha nenhum defeito, mas naquele dia seu rosto estava péssimo, ele continuava lindo, mas os olhos estavam fundos e pequenos além da olheiras que cercavam seus olhos, porra ele havia se drogado, certeza. Tentei não importar pq aquilo não era problema meu. No outro dia ele estava me observando no horário da saída enquanto eu esperava meu pai e mais tarde eu o vi olhar para o meu quarto lá de baixo, enquanto se drogava. No terceiro dia, eu não aguentava mais aquilo, hesitei em ligar, mas ao ver ele de novo dentro do carro me observando não consegui resistir. Atravessei a rua em direção ao carro dele, meu pai demoraria para vim hoje, e abria a porta entrando no carro.
Entro e vejo ele bolando um, ele me vê e se assusta.

- Que porra é essa? – digo tirando o cigarro da mão dele e jogando pela janela.
- Não porra – ele procura algo e me olha – agora acabou – diz evitando meu olhar.
- Pq está fazendo isso? – pergunto brava olhando para seu rosto totalmente destruído pela droga.
- Te olhar? Não pode mais? – ele diz tirando um cigarro e acendendo, vejo ele se aliviar quando traga e isso era a pior cena da minha vida.
- Não krl – tiro o cigarro e jogando fora – pq ta se drogando assim? – pergunto e ele ri.
- Pq eu quero, afinal quem se importa? Eu vou morrer de qualquer forma, ou por causa naturais ou por um tiro então pq não morrer feliz né? – ele me olha sorrindo, mas se desmancha ou ver a minha cara.
- Eu não sei por onde começar mas vou começar falando sobre isso – aponto para ele – você me fala que ninguém se importa e que não ligaria de morrer com um overdose, mas eu não entendo desde quando isso é uma frase de Suguru Niragi – ele me olha – e eu também não entendo quando eu virei ninguém, tipo na minha visão eu sou alguém importante e que minha opinião importa, apesar de as vezes ser uma tola e estupida mas definitivamente eu não sou ninguém – ele me olha – se era isso que você queria escutar de mim, parabéns e eu repito, eu me importo agora se você quer se acabar com as drogas, boa sorte só não faça isso na minha frente pq eu simplesmente não consigo te ver se destruindo – falo e saio e antes de atravessar a rua vejo o carro do meu pai e vou até ele.
- Filha, hoje não vou dormir em casa por causa das buscas a Niragi e sua mãe foi viajar a trabalho, então se cuida – ele deposita um beija na minha testa e eu saio do carro.

Entro em casa no maior desanimo, jogo minha bolsa no quarto e desço novamente para pegar meu almoço e comer no quarto. Como um pouco da macarronada e deixo de lado até que eu ache algo interessante para assistir, o clima hoje estava estranho e eu estava triste por ver Suguru naquela situação então tudo que eu queria era ficar deitada e triste.

Favorite Crime [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now