Capítulo 01- Tá ficando comigo para provocar meu pai?

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Me encaminho para fora do meu escritório até a saída do nosso local, muitos caras me cumprimentam, mas eu só consigo acenar com a cabeça e tragar o baseado. Eu estava louco, mas não de droga e sim daquele ser moreno que me envolvi da última vez há mais ou menos 1 mês. Falo que me envolvi pq ela me chamou atenção, me fez querer replay, me fez realizar pelo menos a mais mínima vontade dela pq o resto de mulheres que eu peguei foi apenas sexo e mais nada. Sem graça. Trago mais uma vez para afastar seu rosto e corpo da minha mente e quando percebo estou lá fora.

O nosso local era incrível, homens armados para todos os lados e obvio era uma boate para os policiais não acharem e desconfiar que tinha algo suspeito ali e atrás do condomínio mais caro e luxuoso do país. Alguns metros à frente podia se ver os muros enormes que limitavam o condomínio e a o resto da cidade, aqui era um local estratégico, vendas, lucros e drogas.

Meu celular toca me fazendo despertar, vejo quem é e murmuro um palavrão fazendo os dois homens ao meu lado olharem.

- Kaori - atendo e recebo uma risada meiga e safada, típica dela.
- Quem é vivo sempre atende telefone né? - ela brinca e eu rio - tá livre hoje?
- Kaori... Da última vez você sabe o que aconteceu né? Seu pai vai te matar se me ver comigo de novo - digo respirando fundo.
- Quem disse que ele vai saber? - ela murmura e eu fico sem resposta - então, você está livre hoje?
- Não, não estou - faço uma pausa - tenho que ajudar o pessoal a vender o de hoje, não posso sair daqui.
- Mente mal - ela ri - eu sei que você está apenas parado aqui na frente com um baseado na mão - ela diz e eu levanto o olhar observando luzes de uma casa de 2 andares que ultrapassava os muros, tinha me esquecido que a casa dela tinha vista para aqui embaixo. Ela estava lá, apoiada no parapeito da varanda do quarto dela com o celular no ouvido me olhando - vai ficar aí me olhando com cara de tonto ou vai falar que vamos fazer hoje?
- Não vamos fazer nada Kaori, não quero que seu pai me prenda! - falo ao telefone, mas olhando para ela.
- Nossa que grosseria, mas tudo bem, darei um jeito - ela fala e desliga ainda me olhando lá de cima. Ao virar para entrar no quarto ela tira a camiseta larga ficando apenas de calcinha. A casa dela era longe e tinha o muro, mas ainda dava para ver aquela cena, fico com raiva e ciúmes além de um pau duro. Me garota atentada.
- Ou, essa é das boas - alguém fala quando ela termina a cena e fecha às portas de vidro e as cortinas terminando o espetáculo.
- Essa daí deve ser peixe fácil, vou pegar ela na próxima vez - outro completa
- Vão trabalhar seus vagabundos! - grito os fazendo entrar, fecho as portas e começo a pesar as drogas mesmo com o corpo dela em minha mente.

Após pesar, vender e lucrar milhões em uma das muitas boates que eu tinha, paro do lado de fora com um cigarro e abro o Instagram, @k_golderg tinha postado stories, clico e vejo uma foto dela totalmente arrumada, ela estava hiper gostosa, um vestidinho que marcava todas as suas curvas e um batom vermelho que me fazia delirar. Nos seguintes era muitos vídeos dela na balada com as amigas e alguns meninos, entrei na marcação dos meninos e porra eles vieram aqui e compraram muita droga e isso me preocupa, passei os stories até um dela que mostrava ela com pijama. Ok ela estava em casa e dormindo. Eu tinha minhas formas de entrar no condomínio dela, afinal ser o cara mais temido de Tóquio não era fácil, eu era o sonho de qualquer policial, como o pai de Kaori. Entrei e subi no quarto dela pela sacada, ela dormia com a porta da sacada destrancada, então entrei e vi ela dormindo igual uma criança. Me aproximei e ela não cheirava e bebida e nem a drogas, olhei os olhos e tive certeza de que ela estava sóbria. Dei um beijo na testa dela e sai para a sacada. Não sei por quanto tempo fiquei ali observando ela dormir e pensando em tudo que passamos.

Pulo para fora daquele condomínio e em poucos minutos eu estava no meu apartamento, tomei um banho e me deitei naquela cama enorme. Fecho os olhos e penso na nossa última vez. Porra Kaori, era uma merda eu sei um bandido e você filha de um policial que estava doido para me prender.

FLASHBACK ON

Meu quadril estava encostado no parapeito da sacada dela e ela estava nos meus braços, o toque suave dos lábios dela nos meus enquanto nós beijávamos de forma lenta, dou um belo tapa no traseiro dela sob o jeans.
- Aí aí - ela reclama e ri. O sorriso dela era lindo e ela tinha algo que me chamava atenção. Puxei o rosto dela para mais um beijo, ela tinha as mãos pelo meu corpo - o que vamos fazer amanhã?
Jogo a cabeça para traz rindo fraco
- Seu pai tá quase tendo uma úlcera de tanto estresse pq quer me prender e você quer continuar saindo comigo? – pergunto segurando o quadril dela.
- Vai me dizer que você também não quer sair comigo? – pergunta me olhando nos fundos dos olhos, acho que ela via a minha alma de tão penetrante que era.
- Ficar com a filha do cara que quer me prender é um tanto quanto divertido e prazeroso - digo alisando o corpo dela.
- Tá ficando comigo para provocar meu pai? - ela pergunta tentando segurar o riso e se afasta.
- Jamais, uma gata igual a você não é de se desperdiçar - digo e faço ela girar. Escutamos pessoas gritando se aproximando, ficamos em alerta e quando tenho certeza de que era o pai dela meu coração acelera - hora de escapar do coroa - falo e ela ri antes de dar uma selinho de despedida. Pulo para fora da sacada, agradeço o engenheiro que fez essa casa pq ela foi feita para ser escalada. Já estou lá embaixo quando escuto o pai dela a xingar suspeitando que ela estava comigo. Saio do condomínio acendendo um e depois de ver que a movimentação no quarto dela eu ligo.
- Está com saudades já? - ela atende com voz meiga.
- Talvez - ambos rimos - o que ele disse? Além de suspeitar que eu estava aí?
- Vou ter que passar 1 mês em Paris, na casa da minha irmã até às aulas voltarem - ela diz um pouco triste.
- Quando você vai?
- Amanhã cedo - ela respira fundo - vai chorar de saudades até lá?
- Vou chorar todos os dias em posição fetal no chuveiro - ela gargalha.
- Se cuida Suguru - ela diz meiga e desliga.
Meu coração se apertou.
1 mês Niragi. 1 mês para você esquecer essa garota de 17 anos que era filha do cara que não hesitaria em te matar.  1 mês para entender que vocês eram de realidades diferentes, ela era uma princesa e você a porra de um assassino e mafioso maldito, ela merecia muito mais.

FLASHBACK OFF

KAORI ON

- Tchau pai – digo indo em direção a porta.
- Hey – ele me chama e eu olho para trás – cuidado, você sabe que a aquele animal está solto por aí – ele diz e eu reviro os olhos. Ele estava fervilhando por causa de Suguru então a todo lugar que eu ia ele me alertava como se Niragi fosse me sequestrar e me matar, mal imaginava ele que a um mês atrás eu e ele estávamos ficando sério. Não sei dizer desde quando eu conhecia ele, mas a partir do momento que ganhei liberdade e confiança de sair de casa, comecei a frequentar baladas que tinham pessoas ricas e duvidosas. A gangue de Niragi sempre foi um problema para meu pai, desde pequena eu ouvia ele falar e eu também falava que ia ser policial ou delegada para prender ele, mas não foi isso que aconteceu, em um fim de semana eu e minhas amigas frequentamos a mesma balada por 3 dias e lá conhecemos muitas pessoas, éramos quase intimas do barmen e Dj. Eu conheci Suguru em uma briga com um garoto que passou a mão dele meu corpo, ele veio separar a briga, ficamos naquele dia e eu nem tinha noção que ele era ele. Eu juro que tentei me afastar, mas bastava ele ligar ou mandar mensagem que eu ia correndo para ele. Quando percebi eu estava fugindo de casa para ficar com ele e ele morria de ciúmes de mim, mas tudo acabou quando meu pai me mandou para Paris, tirou minhas redes sociais, então fiquei sem falar com Niragi por bem mais de um mês, eu contei para a minha irmã que era 7 anos mais velha que eu sobre nós e ela achou loucura e eu espero mesmo que não tenha sido ela que contou para o meu pai sobre isso pq só recebi meu celular na minha segunda semana de aula.

Eu fiquei hesitante em ligar para ele, mas eu o queria, na França pensava nele, mas nunca deixei de ficar com alguém pois eu sabia que ele não estaria me esperando. Na verdade, eu não sabia o que ele sentia por mim pq as vezes parecia que ele gostava de mim e as vezes parecia que eu era apenas mais uma, toda essa dúvida sumiu quando liguei para ele e ele foi super grosso. É eu fui apenas mais uma.

Entro naquela mesma boate com minhas amigas e já começamos a beber e dançar. Eu esquecia de todos os meus problemas quando dançava, era algo tão libertador que quando percebi eu estava aceitando o convide de uma das garotas que dançavam no pole dance. Minhas amigas, pessoas que fiz amizade e os homens gritavam para mim dançar, larguei meu copo com a minha amiga e comecei a dançar. As pessoas foram à loucura quando a garota me beijou e tirou minha blusa quanto dançávamos, aquilo estava ficando interessante, joguei minha blusa para as pessoas e segurei a cintura da garotas dançando com ela. Continuava dançando super animada quando senti um braço na minha cintura me puxando, não vi quem era mais só sei que eu não estava mais na pista e sim em um escritório.

- Ta ficando louca? -a voz diz e eu me viro vendo quem é.
- Olha, Suguru Niragi... – digo me inclinando para ele que comeu meus seios com os olhos.
- Ta doida vim aqui e dançar daquela forma? Seu pai vai te matar – ele diz cruzando os braços.
- Meu pai ta muito ocupado querendo te matar, então ele não ligaria para mim – respondo e ele balança a cabeça.
- Pensei que você voltaria da França mais calma, mas pelo visto voltou pior.
- Obvio, fiquei um mês naquele lugar chato e sem celular – respondo e começo a andar pelo escritório.
- Vá embora – ele diz simples.
- Ta me expulsando?
- Se for preciso para você sair desse lugar, sim – ele me encara.
- O que aconteceu com você nesse 1 mês? – pergunto saindo, mas ele segura meu pulso antes de chegar na porta. Fico parada vendo ele buscar algo na gaveta.
- Toma – ele me entrega uma camiseta cinza – não vai sair com os peitos para fora – ele diz vendo eu vestir. Coloco e nós olhamos por alguns segundos antes de mim sair, penso em voltar para a balada, mas aparentemente alguém me segue até eu sair.

Passo em algum lugar para comer pq eu estava com fome e pq não fazia nem uma hora que sai de casa, então fiquei perambulando e gastando dinheiro atoa até voltar para casa. Entro no quarto e começo a mexer na tv a fim de colocar uma música para tomar banho, mas quando já está selecionada escuto uma batida que me faz assustar. Abro a porta e não é ali, até que resolvo abrir a porta da varanda. Abro e me afasto vendo Niragi afastar as portas de correr.

- Ué – falo vendo que ele estava parado me olhando – veio fazer que aqui?
- Pegar minha blusa – diz gaguejando.
Gargalho pq essa blusa era velha e ele tinha várias.
- É? Vem pegar – digo rindo.
- Vamos Kaori, eu não tenho tempo para essa merda – ele diz bravo e aquilo me dói.
- Vai se foder – digo me aproximando e encarando ele – vai descontar seu estresse em outro – ele me olha – mal cheguei de viagem e você já ta me odiando – ele passa o braço na minha cintura e começa a acariciar ela. Minha barriga tinha borboletas e nossos rostos estavam muito próximos – se quiser me livrar da sua vida para sempre é só me soltar e sair pela porta que eu juro que nunca mais vai ver sombra de mim – digo e ele me puxa colando ainda mais nossos corpos e agora nossos lábios.

Nosso beijo era de saudade, nossa língua travava uma batalha me deixando extremamente quente. Uma mão segurava o ombro dele e outra a cintura, minhas unhas cravavam no corpo dele e a mão dele que apertava a todo momento a minha bunda, segurava meu rosto. Sem parar de me beijar, ele foi me levanto para cama, me deitando nela e vindo por cima, o peso que seu corpo fazia no meu era a cereja do bolo. Ele se afastou tirando a camiseta e me olhando.

- Vai tirar o resto ou isso foi apenas para pegar a camiseta de volta? – pergunto e ele ataca meus seios me causando um prazer imenso. Tiro as roupas dele e ele as minhas antes dele começar a me foder com força enquanto eu gemia no ouvido dele, Niragi segurou meu rosto e me beijou, estávamos suados e ofegantes, mas sem vontade nenhuma de parar com aquilo. Ele chega perto do meu ouvido e sussurra.
- Você se foi, mas seu corpo ficou na minha mente me infernizando a todo momento.
- Tem muitas querendo te satisfazer, meu querido.
- Sim, mas nenhuma tem o que você tem.
- O que eu tenho? – pergunto e ele me olha, sem parar de me foder, antes de me beijar intensamente e aumentar o ritmo – Niragi... – tento gritar quando chego ao meu ápice, mas ele tampa a minha boca – toma – digo entregando a blusa quando ele termina de colocar a roupa, ele dobra e coloca na minha gaveta da cômoda e sai.



Respiro fundo para devolver o ar aos meus pulmões, não pensava que ficar um mês apenas sentada me deixaria tão ruim ao jogar vôlei, mas pelo menos meu time ganhou. Arrumo meu cabelo e me abano para tentar diminuir meu calor, mas é inútil então vou até o banco, pego meu celular e uma garrafinha de água para me encostar em na grade. O ginásio dava para ver a rua e a professora não ligava que ficassemos lá quando não era a nossa vez de jogar. Abro meu celular e depois de alguns segundos recebo uma mensagem.

Mexendo no celular na aula? Que lindo.

Era de Niragi. Antes de responder viro para trás e o vejo do outro lado da rua encostado no poste, ele estava extremamente gostoso com um jeans, camiseta larga e meu típico cabelo preso. Olho para ele assustada, mas depois sorrio. Me viro de frente para a rua, tendo ele em minha visão.

*mensagens de texto*

K: Não consegue ficar longe de mim né? - brinco e ele ri quando vê.
N:Virar de costas dnv
K: Pq?? – envio e percebo ele rindo
N: Estava analisando o pacote – ele me olha fazendo gestos sugerindo que era a minha bunda, rio e balanço ela.
N: Quanto fica para descarregar ele no meu colo hj? – fico vermelha ao ler.
K: Muito caro Suguru, não é qualquer um que tem esse privilégio – envio isso, mas a minha vontade era dizer “pra você eu faço por vontade própria”
N: Vc sabe que eu tenho tudo que precisa
K: Como vc pode ser tão convencido que eu qro vc? – eu não ia deixar fácil.
N: Pq eu sei q vc quer, senão não estaria falando comigo no meio da aula – ele me olha passando a língua nos lábios, como sempre.
K: Mas foi vc que veio aqui e que mandou mensagem – o olho e quando ele visualiza ele me olha antes de digitar
N: Pq eu estava passando e quis te dar uma olhada nas opções – eu leio aquilo e não consigo o olhar, doía saber que eu era apenas mais uma para ele então apenas respondo.
K: Tomara que encontre uma boa – olho para ele e volto a digitar
K: Espero que eu não esteja na lista de opções e se eu tiver, me tire – não olho apenas entro no ginásio e saio das mensagens, na verdade eu até desliguei a internet, chega de Suguru por hoje.

Desconto minha raiva com tristeza no jogo de vôlei e após a aula tento não pensar naquilo, mas quando percebi eu estava dentro do carro com o meu pai indo em direção a casa e eu estava relendo as mensagens.
- Filha, alguém está me chamando na delegacia com urgência – ele diz virando a esquina – vamos passar lá rapidinho e depois vamos para casa ok?
- Tudo bem pai – respondo e em poucos minutos eu estava na delegacia.
As pessoas me conheciam, mas eu não estava no pique de conversar, então vou ao banheiro e lá eu ligo o wifi. A primeira coisa que me aparece é a última mensagem de Niragi.

N: Bobinha

Apenas a visualizo e dou descarga antes de sair do banheiro. Eu mantinha meus olhos no celular quando percebia que tinha alguém na sala do meu pai, a roupa não era nada parecida, por não conseguir ver com clareza pelo fato do vidro ser embaçado, entro e fico surpresa com quem estava lá algemado.

Favorite Crime [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now