- Lady Fosbury tentou contar somente sobre o ocorrido daquela fatídica noite, mas quanto mais falava, mais perguntavam. No fim ela teve que revelar a verdade sobre Olivier Winter e o falecido marquês. As duas relataram toda a história como puderam, provavelmente farão mais perguntas quando o milorde estiver com disposição.

Simon fechou os olhos e fechou os punhos se sentindo fraco, não por sua condição atual, mas por não poder ao menos livrar Louise de tamanho constrangimento ao falar toda a verdade que os rodeava. A essa altura, é claro, muitos já deviam estar cientes do que acontecera a eles, boatos se espalhariam e novamente eles seriam assunto principal de fofoca no chá da tarde.

- Milorde, deixe-me dizer o quanto sinto muito pelas ações de meu sobrinho, Thomas, ele me parecia um rapaz muito promissor.

- Ele era uma fraude. Nem mesmo um homem apaixonado toma as decisões que aquele rapaz tomou. Seu erro foi achar que pensava com o coração.

- Algo o mudou, milorde, acredite. Mas não merece ouvir as bondades de Thomas se ele cooperou para lhe causar mal.

- Causar mal a minha esposa. Não ligo para o que ele faria comigo. É só ela que me importa.

- Entendo, milorde. Não queremos elevar sua pressão. Eu entendo que continue a não querer meus serviços, eu também estou tomando responsabilidade por Mary, ela precisa da família mais que tudo.

Simon não discutiria aquilo. Nunca se imaginou tomando partido por uma de suas ex-amantes, mas Mary se tornara amiga de Louise e não era novidade que Simon faria tudo pela esposa. Desde que Downs cuidasse da sobrinha e da criança inocente que estava a caminho, Simon sabia que Louise ficaria em paz. Eles poderiam ter essa conversa mais tarde.

- Diga a minha esposa que estou acordado. Obrigado por seus cuidados, Downs.

O médico levantou-se e meneou a cabeça antes de sair com passos firmes do quarto. Não demorou nem cinco minutos para que Louise passasse pela porta, olhos arregalados e sorridentes, mãos macias indo direto para seu rosto e cabelo numa carícia familiar.

- Simon, estava tão preocupada.

- Eu também, Lou. Não posso dizer quanto. Eu deveria ter feito muito mais, agido muito antes. Eu não deveria ter te deixado sozinha. Não deveria permitir tal encontro para Mary. Eu sinto muito, Lou. Sinto muito mesmo.

Simon tinha certeza que pediria desculpas a cada hora se pudesse. Ele deveria ter feito muitas coisas diferentes, coisas das quais não teriam feito Louise passar por todo aquele horror. Como não pôde evitar, tudo o que poderia fazer agora era se arrepender e se desculpar. Mas ela estava balançando a cabeça e beijando seus lábios com lágrimas nos olhos.

- Não seja tolo. Você fez tudo o que pôde. E você nos ajudou a escapar. Foi muito corajoso, além de preocupada, estou muito orgulhosa, mas nunca mais faça algo assim. Eu tive muito medo de perde-lo, Simon.

- Deite-se comigo.

Ele só queria abraça-la e beija-la até o fim dos tempos. Como o braço ainda estava frágil, ele pouco se moveu, mas a abraçou pela cintura enquanto ela acariciava seus cabelos.

- Nosso bebê? Está tudo bem? Você se machucou aquela noite?

- Estou ótima, Simon. Estamos todos bem, embora com muitos enjoos matinais. - Ela sorriu para ele, o sorriso mais lindo do mundo. - Eu amo você, Simon.

- Não sou capaz de dizer com palavras o tamanho do meu amor por você, Lou.

Ela sorriu e continuou a acariciar seus cabelos, e foi dessa forma que Simon voltou para a escuridão de sonhos.

Em um Naufrágio com o Marquês [LIVRO 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora