[00] Prólogo

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O vento forte formava ondas gigantescas, capazes de engolir um navio inteiro, mesmo um tão grande quanto o Sereia de Prata. As águas agitadas, balançando o barco para lá e para cá, ameaçando tombá-lo a qualquer momento se não fosse pela mão habilidosa do capitão, controlando o leme implacavelmente.

— Levantem a vela principal! — gritou para seus homens, forçando o timão para esquerda quando o navio tombou para a direita. — Rápido, inúteis!

Seguindo suas ordens, os tripulantes agarraram as cordas e puxaram-nas rapidamente, subindo o tecido da vela para então fechá-la, restando somente uma, que serviria para guiá-los. Deste modo, o vento não poderia conduzi-los a força, evitando o aumento gradativo de velocidade e diminuindo as chances de um acidente terrível com o Sereia de Prata.

A chuva intensa da tempestade caindo sobre suas cabeças, acompanhada de trovões e raios cortantes entre as nuvens carregadas. Faltava muito pouco para atravessá-la, bastava ter paciência, determinação e muita força nos braços para segurar aquele maldito leme. Jungkook quase soltou um novo grito com todo o esforço feito.

— Segurem-se! — ordenou, tentando uma manobra arriscada para alcançar o céu limpo por um caminho mais curto.

Jogou tudo para a esquerda, e o navio fez uma curva fechada, com o corpo de madeira inclinado, a um tris de tombar de vez. Água espirrou por todos os lados, terminando de molhar todo o convés e ensopar seus tripulantes, estes agarrados aos mastros das velas para não serem jogados contra o oceano violento.

Aos poucos, tudo se estabilizou, e o navio voltou a posição original. A tempestade foi deixada para trás e, agora, a luz forte e brilhante do sol se fazia presente, abraçando-os com seu calor.

Jungkook pode respirar aliviado.

Seu barco estava inteiro, e nenhum de seus marujos parece ter sido engolido por alguma onda terrível.

Entretanto, seu alívio se foi tão rápido quanto veio, e a tempestade deixada para trás parecia melhor se comparada à criatura que ergueu-se sobre eles, surgindo das profundezas do oceano, com tentáculos enormes prestes a atacar e transformar aquele navio em destroços. Não era um Kraken, era pior.

Era um Leviatã, uma espécie violenta de criaturas do mar, quase nunca encontrados. Poucos foram aqueles que o viram e sobreviveram para descrever suas características terríveis.

Ele tinha o corpo de uma serpente, com escamas grossas e endurecidas feito um crocodilo. Sua calda, uma longa barbatana espinhosa, era rodeada por tentáculos aparentemente inofensivos, sendo que estes, normalmente, são usados para ataque, ou para confundir inimigos e fazê-los pensar que se trata de outra criatura.

A cabeça, ainda semelhante à de uma serpente, possui guelras atreladas às duas extremidades, protegidas por espinhos gigantes, que os fazem parecer chifres. Por fim, temos a boca, recheada por dentes pontiagudos e mortais, junto de seus olhos tão vermelhos quanto sangue.

Era raro vê-los além dos tentáculos, e aquele Leviatã, porém, revelou-se quase por inteiro, encarando-os abaixo de suas íris escarlates, soltando um som estridente e distante, quase como se ecoasse dentro dele. Seus tentáculos ergueram-se ao alto, em posição de ataque, e antes que qualquer um deles fosse pego desprevinido, o capitão gritou sua ordem, tirando todos os tripulantes de seus estados de pavor.

— Preparem os canhões e as espadas! — se afastou do timão e empunhou sua própria arma. — Vamos descobrir a cor do sangue dessa aberração e barganhar com seus dentes! — isso deu à eles a coragem necessária para lutar, soltando gritos de guerra com os punhos ao alto.

A Lenda de Chryso: O tesouro perdido · jikookWhere stories live. Discover now