Carta 12

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Meu doce quase amor

Imagino que a última coisa que queira receber ou ver, seja algo relacionado a mim, mas eu precisava desesperadamente me desculpar, e tentar te explicar que minha intenção nunca foi te magoar como eu fiz.

Peço por favor que leia, e então jamais receberá nenhuma outra palavra minha, para que você possa se livrar de mim, e me matar de dentro de você, como me disse que faria.

Quando nos conhecemos eu me encantei por você. Pelo seu jeito, simpatia, carisma e educação. Simplesmente não havia defeitos que pudessem ser apontados em você. E eu, afogada em todos os meus problemas, ainda consegui chamar a sua atenção.

Aos poucos nos aproximamos, e eu não achei que mais tarde isso seria um acontecimento tão cruel.

Lembro-me de quando começamos a sair e a ficar. Não demorou pra que você se tornasse minha pessoa favorita, e minha melhor companhia.

Você fazia eu me sentir viva, de uma forma que eu nem lembrava ser possível. Me colocava na realidade do mundo, mas me acompanhava no sonhar. Me inspirou a lutar e buscar mais no mundo, buscar o meu lugar nele, e nesse ritmo aconchegante vivemos lado a lado por meses até agora, porém ontem, quando você se declarou eu congelei.

Ouvi todas aquelas palavras de amor destinadas a quem eu nem sabia que poderia ser amada. Mas infelizmente, não era daquele mesmo jeito que eu me sentia.

Eu amo você, e disso eu não tenho dúvidas, mas foi ao te ouvir com tanta paixão, que eu percebi como nós nos amamos tão diferentemente.

Eu quis segurar sua mão e te acompanhar pra sempre, te dizer como você fazia as borboletas na minha barriga se agitarem, mas eu não podia mentir pra você, pois elas estão mortas desde que eu me lembro.

Na hora, tudo o que fiz foi chorar, e dizer que eu não estava apaixonada por você, e então, eu lhe assisti catar todos os cacos do seu coração que eu havia espalhado aos seus pés, e ir embora. A cada passo seu ao horizonte, eu chorava mais e mais.

Eu sinto muito do fundo do meu coração pela dor que eu causei, e pela mentira que nós cultivamos sem que eu sequer me desse conta.

Por isso lhe escrevo essas palavras, para reforçar o quão incrível você é, e pedir pelo amor de tudo que possa existir, para que você não permita que as suas borboletas morram também. Apenas aquiete elas por agora, mas não as extermine, pois, eu tenho certeza que um dia surgirá alguém digno de fazê-las voar novamente.

Seria um pecado pro mundo permitir que você viva sem o amor que merece, aquele que eu infelizmente, não fui boa o bastante para oferecer...

Joana.

Cartas para o amanhãWhere stories live. Discover now