06 | Memórias Rubras

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Não soube quanto tempo passou para os soluços melancólicos cessarem e para as gotas grossas pararem de escorrer pela minha face. Enrolei-me no edredom, o qual arrastei comigo para a varanda e fiquei mais alguns segundos observando a movimentação nula na rua de casa, controlando os fungares causados pelo choro recente. Perdendo-me incontáveis vezes na construção da frente, sendo atraído pelas diversas mariposas que sobrevoavam o jardim e sensações inusitadas que invadiam meu interior desde o primeiro dia na capital, limpei o rosto manchado pelos rastros de lágrimas secas.

Franzi levemente o cenho, o vislumbre de uma inspiração alastrando-se pelos meus sentidos. Lentamente, alcancei o caderno do outro lado da mesinha e com um lápis velho, tracei as linhas necessárias para iniciar, arrastando o grafite pela textura lisa. Em poucos minutos, pude encarar os rabiscos quais tornaram-se o rascunho de uma face masculina. Respirei fundo, mirando o desenho e soprei um riso, secando uma lágrima que desceu rapidamente pela minha bochecha.

O primeiro esboço concluído em dois anos.

Mordi o lábio inferior, tentando conter o sorriso, talvez o maior que pudesse ter delineado minha boca em todos os meus anos de vida. Eu desejava gritar para que a Coreia inteira ouvisse-me, no entanto, me abstive apenas a contornar a base estrutural da ilustração. Todavia, a rajada fria de vento trouxe consigo, além de algumas folhas secas, a exigência de um detalhe primordial: ao invés de olhos, o retrato deveria ter as asas de uma mariposa-coruja¹ preenchendo metade do semblante.

Rabiscando os detalhes do inseto, a recordação dos meus olhos brilhando em um tom de azul intenso, me fez afastar o grafite da folha. O djavú presente naquele acontecimento, provocava meu cérebro a trabalhar o triplo do costumeiro, buscando achar alguma pista acerca da acepção para tal mudança.

O chá de camomila estava frio e o gosto era tão horrível quanto café. Alonguei meus braços, sentindo as costas doerem em consequência da má postura e apesar de contrariado, decidi descer para a cozinha e preparar um novo chá. Olhei para o rascunho e tranquei a respiração por breves segundos, deslizando a ponta dos dedos pela imagem do rapaz jovial e feroz, como se eu tivesse capturado toda a essência do seu cerne apenas com a posição do rosto.

Outro sorriso infeliz escapou dos meus lábios e fechei o caderno, prendendo a capa com um botão. Tomei cuidado quando levantei e calcei minhas pantufas, procurando por maneiras de obliterar a onda de pensamentos acerca do modelo para a ilustração, qual eu poderia afirmar ter deixado de ser insuportável e, ㅡ do mesmo modo que o grupo que me acolheu no colégio ㅡ convertido-se à uma parte nobre da minha vida em Seul.

Girei o trinco devagar, chiando ao ouvir o tec da fechadura e crispei a boca, Banana remexeu-se na cama devido o ranger das dobradiças da porta, contudo, sua respiração se mantinha pesada. Suspirei aliviado e me encaminhei para a escada, cantarolando a letra de Give Your Heart a Break, da Demi Lovato, descendo a escadaria como uma estrela do pop de quinze anos nos filmes da Disney em 2000.

Chegando na cozinha, coloquei um pouco de água na chaleira elétrica do meu pai e esperei esquentar, buscando os frascos com ervas que guardei nos armários para usar em receitas caseiras. Balancei o corpo numa dança desengonçada ainda com o ritmo da canção reverberando no meu rádio mental e, despejando a água fervente na minha caneca da Marvel ㅡ concentrado em manter a quietude, esqueci-me da outra xícara de porcelana ㅡ, murmurei a letra da música, interpretando-a como no meu próprio show particular.

Subitamente, as luzes, quais sequer senti necessidade de acender, iluminaram todo o cômodo e com o susto, rodei no meu eixo com uma velocidade louvável, soltando um grito tão fino quanto uma agulha para pontos pequenos. Junghyun estava escorado no batente do portal, com os olhos inchados, madeixas úmidas espetadas como se houvesse levado um choque e seu típico roupão cinza escuro.

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