— Por favor, temos que falar disso agora. — Louis suspira igualmente cansado, ele aponta para outro monte de papéis. — Esse são os da minha empresa, parte do sindicato... Eu fechei o pedido da residência.

— Você não precisa comprar outra casa, quero dizer... É muito dinheiro. — Harry analisa os papéis. — Essa casa também é sua Louis, se quiser a gente vende e cada um pega a sua parte, será o suficiente para comprar um bom apartamento.

— Não será necessário. — Louis diz ríspido. — O que está pensando? Eu jamais pediria isso, afinal nós temos três crianças, não da para enfiar isso em um apartamento. — A fala do moreno faz um leve sorriso emergir no rosto do Harry. — O fato é, eu fechei o contrato com a empresa, vou para a França.

O sorriso desaparece de imediato. De fato, tudo no presente piora em questão de segundos. Harry pisca atônito, incapaz de contestar ou produzir algum som. Seu olhar confuso e as narizas infladas pela euforia é a chave para Louis completar a informação.

— É uma boa proposta, me ofereceram um salário melhor, carro e moradia... Escolas, plano de saúde.

— Não. — Harry diz firme, as duas últimas palavras de Louis obviamente fez uma alusão às crianças irem com ele.

— Eu sei. — Não é o suficiente para tranquilizar Harry mediante atmosfera rígida que o cerca, o outro facilmente percebe o efeito negativo que causou. — Eu não pensei em tirar as crianças de você... É claro, pensei em levá-las comigo, mas uma coisa está relacionada à outra e não é o que quero. Nós temos guarda compartilhada, não pensei em de forma alguma levar isso para a justifiça, então permanecerá da mesma forma. Farei visitas quinzenais, é o que consigo. Mas eu quero estar por perto, vou ligar todos os dias e por favor, me fale sobre elas. Não quero que seja como a última vez.

— Nós temos um bebê, Louis!

— Não é permanente. — A voz de Louis sobressai, no entanto, de forma suave. — Apenas o suficiente para arrumar a minha vida, o suficiente para você recuperar sua estabilidade... Sei que tirei isso de você quando retornei, use esse tempo para deixar tudo nos eixos, como você sempre faz. E Então quando voltar, tudo dará certo.

Harry quer dizer um milhão de coisas, um turbilhão de sentimentos tomou conta de seus pensamentos raciocinais, ele tem muito o que soltar, sua garganta arde com tanto coisa acumulada... No entanto, não parece certo soltar toda a merda no ventilador, não agora quando Louis está disposto a fazer o mais certo para os dois. Desde meninos, tudo o que Louis fez foi o certo, porém o certo para ambos juntos como um todo, hoje ainda sim ele visa fazer o melhor para os dois, mesmo que cada um fique em seu devido lugar. Este é o maldito presente.

— Tudo bem se eu der um celular para o Tyler? Ele é o mais velho, se tiver um celular poderei falar com ele independente do momento, assim não vou te importunar.

Harry concorda sem manter contato visual.
— É claro, ele vai adorar as chamadas de vídeo... — Ele pondera sobre o que dizer, a certos assuntos que não podem ser evitados. — Você vai ser um estranho para a Alicia, ela já acostumou com você aqui, todos os dias, em todos os café das manhãs.

— Não torna mais difícil. — Louis sibila cabisbaixo, não houve contato visual nessa conversa.

Harry é adulto, deve saber encarar seu erros. Em razao disso, ele levanta a cabeça para olhar o semblante ferido de Louis.
— Então, viaja quando?

A pergunta lhe desperta, Louis procura ao redor por um calendário, sempre havia um desses pela cozinha.
— Se estiver tudo pronto, dentro de um trinta dias. Devo começar no primeiro dia útil do próximo mês.

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