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Em alguns instantes, se afastaram por falta de ar, se olharam por alguns segundos, Maria acariciava o rosto de Estevão, ele acariciava os braços dela. Eles se olhavam com desejo. Ela desejava aquelas carícias, voltar a sentir o que era estar nos braços do homem que ela amava. Mas, estava sentindo um turbilhão de coisas. Medo, era o principal deles, será que ela estava pronta para aquele momento?

Voltaram a se beijar ternamente, Maria colocou as mãos sobre o pescoço dele enquanto ele a abraçava pela cintura.

Estevão se afasta sorrindo: Aceita um vinho? Acho que merecemos, depois de tudo que aconteceu!

Maria: Não é uma má ideia! - Sorri recebendo a taça das mãos dele. - Quando as crianças chegam? Queria passar um tempo com eles.

Estevão: Ai, desculpa, com tudo que aconteceu esqueci de dizer que deixei que eles dormissem na casa de um colega, Estrela você sabe onde está não é?

Maria: Estevão - sorri - minha memória não é das melhores, mas eu lembro de algumas coisinhas hahaha!

Estevão: Desculpe!

Maria: Não, - sorri - está tudo bem, eu só estou sentindo falta deles. Geraldo me disse que eles estavam mortos, sabe e eu não tenho sabido lidar muito bem com as saídas, mesmo sabendo que estão sendo bem cuidados. Creio que ainda me falta confiança.

Estevão: Até em mim, não é? 

Maria: Estevão, eu confio em você, acontece que não é fácil sair de tudo o que me aconteceu e brindar minha confiança tão de imediato. Estou surpresa não ter medo ou receio de estar assim com você, já que todo esse tempo eu vivi com aquele monstro pensando que ele era você.

Estevão: Não vamos falar disso. Tenho tentado pensar no fato de você e eu não estarmos juntos aqui, e negar a minha mente tudo o que sei que passou!

Maria: Sendo sincera, esses momentos, não passam de memórias borradas. Estevão, ele destruiu a minha vida, a minha confiança e mesmo com todas as coisas que tenho tentado negar ainda sinto que muito do que eu consigo lembrar me deixa vulnerável. Mesmo enfrentando ele naquele estacionamento hoje, tenho medo, não sei do que ele é capaz, mas não não quero viver submissa a esse medo que ainda sinto então, se formos falar de passado, que seja do que eu não compartilhei com vocês, quero recomeçar e quero que seja completo. E do jeito certo. 

Estevão: Me lembrei de algo que você me disse antes do ocorrido de hoje. De verdade, ainda me ama?

Maria: De verdade, você tem sido meu porto seguro, desde que me encontrou, que voltamos a nos ver. E não pude pensar em outras palavras para descrever o que sinto. Nossos filhos são a prova de que éramos felizes. E.. - sorri - não sei o que dizer!

Estevão:  Sim, éramos muito felizes!

Maria: Pode me contar algumas coisas? 

Estevão: O que quiser saber!

Maria: Sobre aquela foto! - aponta para o porta retrato sobre a mesa dele.

Estevão: Ah, essa foi a primeira viajem que fizemos à praia com as crianças. Estrela ainda estava bem pequenininha. Ela adorou, Heitor não gostou muito! Foi justo na semana que conhecemos a Geraldo. Você trabalhava comigo na empresa e ele insistiu em que você fosse a encarregada de atendê-lo. Você me disse que não teria problemas. Então concordamos.

Maria: Então saímos de férias, mas não deixamos de trabalhar? - sorri intrigada.

Estevão: Você sempre foi apaixonada pelo que fazia na empresa. E nunca negou um desafio. Depois disso te encontraram, você sabe como, melhor não entrar em detalhes. E as coisas mudaram com as crianças. E tive que escolher, ou você, ou o bem estar dos nossos filhos e escolhi a eles. Te conhecendo sabia que não me perdoaria se escolhesse submetê-los a tudo.

Maria: Obrigada, por escolher estar com eles, por cuidar e proteger nossos filhos. De verdade, não sei o que dizer. Nossa história daria uma boa novela, pesada, mas intrigante. 

Eles seguem conversando. E Maria sorri relaxada por causa do vinho. Já haviam tomado, como que umas duas garrafas. 

Estevão: Eu ainda amo você!

Maria o olha e sorri: Mesmo com todas as tentativas da vida para nos separar? Estevão, e se algo acontecer novamente?

Estevão: Nós vamos enfrentar juntos. Como sempre foi!

Estevão a beija suavemente, Maria o corresponde intensificando o beijo. Ela queria aquilo e o vinho lhe dera a coragem de começar. Ela não sabia explicar, mas sentia uma confiança plena com Estevão. E queria consumar de vez todo aquele sentimento que estava guardado a tanto tempo.

Estevão: Maria, melhor não! Não quero que pense que eu me aproveitei de você. Você bebeu consideravelmente - diz ele ofegante.

Maria: Estou bem, não vou me arrepender de nada, me arrependeria se não fizesse. Você também quer! 

Ela o beijou novamente com vontade. Era tão familiar aquela sensação, tão boa. Ela sentia uma segurança impossível de descrever. E lá estavam os dois apenas começando algo que terminaria sendo uma bela noite amor!





Continua...........  

O Recomeço Where stories live. Discover now