Capítulo 5

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A notícia da mudança da família Scorfano deixou Massimo bem triste, mas ele tentou disfarçar ao máximo que podia.

- Então... Vão para Tóquio, né? Isso aí fica na China? - O pescador disse enquanto lavava um prato.

- Na verdade, fica no Japão! - Antonella sorriu. - Já viajou pra fora de Portorosso, senhor Marcovaldo?

- Já fui para Gênova uma vez.

- E onde fica isso? - Questionou Bruno.

- É uma cidade muito maior que Portorosso, minha ex-esposa mora lá com Giulietta, minha filha. Durante as férias, ela vem me visitar.

- Interessante... Como é Gênova? - Antonella se aproximou dele.

- Bom, é uma bela cidade, mas eu prefiro Portorosso. Não gosto de ambientes tão cheios e movimentados.

- Eu sou o contrário. Penso que quanto mais gente melhor. - Falou Bruno. - Mas, cá entre nós, como funciona isso de ver a Giulia apenas nas férias?

- Ela estuda em Gênova porque eu acredito que o ensino lá é melhor. Por isso, ela mora com a mãe, Alessandra, e nas férias vem aqui me ver.

- É um bom método, gostei. - Bruno estava pensativo.

- Hummm... Quando ele faz essa cara, tá aprontando alguma coisa.

- O que você acha da gente deixar o Alberto aqui, e buscar ele nas férias?

- Isso é uma piada? - Perguntou Massimo, já que ele não era bom em entender ironia.

- Claro que é, mas... Temos mesmo que deixar o Alberto sem os amigos? - Falou Bruno.

- Isso é ruim, eu sei... O que você sugere?

- Perdão por me intrometer mas, talvez vocês possam morar em alguma cidade perto daqui. - Massimo falou.

- Talvez em Gênova? - Sugeriu Antonella.

- Sim, ele ia poder estudar com a Giulia! - Bruno se animou.

- Essa ideia é genial! - Comentou a moça.

- Viu, amor? Somos uma dupla incrível!

- Com certeza!

O casal se beijou. 

- Sabe, Massimo? Eu queria agradecer o carinho que você tem pelo Alberto.

- É impossível não se apegar a ele, seu filho é realmente maravilhoso, senhor Scorfano.

- Fica sozinho aqui o ano todo? - Antonella perguntou.

- Sim.

- Nossa... - Bruno havia percebido que a solidão incomodava o homem. - O Alberto é sua única companhia, não é?

- Eu não quero que desistam do seu sonho de morar fora por minha causa, eu vou ficar bem.

- Ora, senhor Marcovaldo! Não seria um problema ficarmos aqui, nós queremos o melhor pro Alberto, e talvez o melhor pra ele, seja ficar com você!

- É sério? - Massimo estava feliz.

- É, até porque, ele não precisa mais de atenção 24 horas, já tem quase 15! - Bruno falou.

- Eu não acho que dar atenção pra adolescentes seja ruim. - Massimo disse secando a mão no avental. - Pelo contrário, dar atenção é sempre bom, os pais devem ser o porto seguro dos filhos.

- É, mas... Eles têm que ter seu espaço, ou eu sei lá como chama... Eu só não quero ser super protetor com ele. - Bruno disse.

- Ser super protetor é ruim, mas fingir que não liga pros sentimentos deles também é.

Luca 2Where stories live. Discover now