07

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“Não havia conseguido dormir naquela noite, e meus olhos ainda estavam inchados. Havia passado do choque para a negação, depois para a tristeza, raiva, e de volta ao início, a noite inteira, desejando que as coisas não fossem daquele jeito e que tudo fosse só um sonho ruim.”

— Um amor para recordar.

𖧷

Ele admirava a curvatura do corpo do cacheado em seus lençóis e braços. Seu torso colado no do garoto e os cabelos de Harry formavam ondas leves sobre os bíceps do mais velho. Ele esfregou suavemente o nariz entre os emaranhados de cachinhos e entrelaçou seus pés juntos. O adolescente de cachos usava uma camisa social branca de Louis, deixando uma boa parte de suas nádegas amostra quando se remexia lentamente sobre os lençóis.

Louis estava morrendo de sono, mas não podia dormir com o cacheado ao seu lado. Ele não poderia arriscar. Ele suspirou e devagar tirou seu braço debaixo da nuca de Harry e sentou-se na cama, de costas para o cacheado. Ele coçou os olhos com as palmas das mãos, afastando seu sono e caminhou em passos curtos depois de puxar o maço de cigarro de cima da mesa de cabeceira e se direcionou até a varanda aberta. O vento quente soprou em seus cabelos e torso nu, o maço de cigarro preso entre seus lábios e os dedos brincando com a alavanca do isqueiro. Ele estava pensativo e apoiando os cotovelos no parapeito de aço dourado ele acendeu seu cigarro, jogando para longe de si o isqueiro em cima da mesa no canto da varanda. 

Fumava preocupado com a nicotina preenchendo seus pulmões. Olhava para o jardim com os olhos vazios, sentindo seu coração batendo tão rápido ao sentir o vento beijando suas costas queimadas, lhe arrancando um suspiro doloroso no momento que o vento acariciava com os lábios quentes sua pele com queimaduras de terceiro grau. Ele pode ouvir perfeitamente seu coração batendo próximos ao seus ouvidos, as queimaduras lhe proporcionaram isso. 

A guerra lhe causou isso. Quando um caminhão militar de pólvora explodiu próximo ao seu corpo, levando Niall a socorrê-lo e levá-lo para o batalhão mais próximo e seguro. Entre a vida e a morte.

Ele lembra da dor que sentiu e ainda sentia por ter sido um mês do acontecimento. Ele lembra das lágrimas que ele já fez algumas pessoas derramaram e lembra da sensação de agonia, solidão e arrependimento nos dias seguintes. Um ciclo vicioso, ele tem que admitir, não porque ele quer, mas por ser obrigado a conviver e há ser assim. 

Ele fumou um total de seis cigarros, um atrás do outro. Ele suspirou e passou os dedos sobre os fios que ousavam cair em sua testa, decidido que cortaria os cabelos na manhã seguinte. O peitoral quente de Harry envolve as costas de Louis por completo, enrolando os braços e o torso de Louis com a coberta grossa e quentinha, os cachos deslizando e sendo pressionados nas costas do mais velho e assim Harry acalmar as feridas cálidas do homem, arde um pouco o contato do tecido leve da camisa de Styles em suas costas, mas ele não se importa muito. 

— Senti sua falta na cama, estrelinha. — Harry sussurra contra a pele das costas do mais velho, ainda de olhos fechados e bochecha esquerda pressionada na pele sensível. — Não está conseguindo dormir?

Louis se vira e abraça o pescoço do adolescente, envolvendo seus braços em torno de seus ombros e curvatura do pescoço. Ele esfrega suavemente a pontinha do nariz no de Styles e apoia seu queixo na cabeça do menino, pela posição que Harry se encontra é fácil ficar mais alto que Styles. 

— Não consigo dormir. — Sua visão fica turva por alguns segundos ao sentir a pressão que o metal causa em suas costas ao se encostar para abrigar Harry em seus braços. — Você deveria estar dormindo, princesa. 

Geborgenheit [larry stylinson]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora