02

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você poderia me devorar se quisesse.

poderia sobejar com cada pedacinho meu. da unha do dedinho do pé até o último fio de cabelo. poderia drenar toda a água e sangue do meu corpo. poderia roer todos os meus ossos, chupar meus tendões e lamber a gordura sujando seus dedos.

você poderia fazer um milhão de coisas comigo. tudo o que você quisesse. eu te dei esse poder.

𖧷

Louis e Harry estavam sentados no chão da sacada, pouco se importando com as roupas de alta costura. O mais velho fumava um cigarro enquanto olhava para o céu, estava estrelado e com uma lua cheia que adentrava o cômodo vazio e apagado, iluminando uma boa parte do salão e dos rostos. Harry mexia em seus anéis, havia pedido para um serviçal trazer uma garrafa de vinho rosé e assim o serviçal fez. 

— Você já beijou? — O adolescente perguntou, um pouco receoso levou a garrafa até a boca, virando a bebida. 

— Já e você? — Louis moveu seus olhos até o garoto e pela expressão do cacheado ele tinha certeza que nunca. — Desculpa, senhor Styles. 

— Apenas Harry, por favor, senhor Tomlinson.

— Certo, Harry. 

Oh céus, Harry estava envergonhado e podia sentir seu rosto queimar de vergonha. Louis apagou o restante do cigarro no cinzeiro que o serviçal havia trazido junto com a bebida, deixando o cinzeiro de lado no canto da sacada.

— Senhor Tomlinson? — Chamou manhoso.

— Apenas Louis, criança, apenas Louis. 

— Você poderia me ensinar a beijar? Sei que o quê tivemos ali naquele piano não foi um beijo de verdade. — Murmurou. 

— Te beijar? — Louis uniu seus dedos mindinhos que estavam descansados sobre o chão. 

— Foi uma péssima ideia, não é mesmo? Quem gostaria de beijar um adolescente virgem? — Ele riu levando a mão desocupada para a garrafa ao seu lado e levou-o até a boca, dando longos goles até a mão de Louis retirar a garrafa de forma lenta. 

— Eu não entendo porque você continua sozinho, um homem como você deveria ter alguém. — O homem deu um gole longo e deixou a garrafa de lado, apenas pela metade. 

— Eu teria aceitado um não. — Harry riu sem humor, se levantando e sendo acompanhado por Louis. 

Harry jamais sentiu algo assim por alguém apenas com míseros minutos. Louis tinha lábia, era tão atraente e era encantador. O cacheado nunca conheceu o amor e nunca teve uma experiência sequer e, é aceitável ter ele se apaixonando logo de cara por um homem de trinta e oito anos com uma experiência de vida mais elevada do que a dele, era compreensível sentir algo especial por Louis. Pois bem, o adolescente vivia trancado em sua mansão, trabalhando para o pai e sendo totalmente privado de viver sua própria vida. Rob quer que Harry siga seus caminhos, fundando ONGs e ganhando dinheiro através dos vinhos, mas o garoto só queria uma coisa, se apaixonar e se sentir livre para viver um amor, mesmo que esse amor seja uma pessoa muito mais velha que ele. 

— Eu não disse um não, Harry, eu apenas disse que você deveria ter alguém. — Abraçou o garoto por trás e afastou os cachos da nuca de Harry. 

Geborgenheit [larry stylinson]Where stories live. Discover now