MY DEAR GIRL

QUATRO

PLAYLIST DO CAPÍTULO:

Gone - (Rosé)

Estou me perguntando o que vai acontecer a partir de agora, provavelmente eu sofrerei por estar apaixonada por Jennie e infelizmente não ser mais recíproco?

Não faço idéia!

Pensar nisso faz um gosto ruim ficar na minha boca, é como se tudo que trocamos até aqui não existisse mais pra ela, apagou tudo.

— Te achei! — a voz de Taehyung me chama atenção.

Colocando a mão na frente do sol, eu observo meu ex-namorado sorrir quadrado para mim. Deixando minha mão cair, eu fixo meus olhos nas ondas do mar se quebrando, não sei como lidarei com tudo isso.

Taehyung senta ao meu lado, pelo canto do olho eu o percebo me olhar atentamente. Não sei se ele já sabe sobre tudo isso, mas não quero que as pessoas sintam pena de mim.

Seria horrível chegar no colégio na terça-feira e ver olhares caridosos me observando, cochichos de pena ou até mesmo sorrisos forçados. Sempre fui forte, preciso continuar sendo.

Meu único problema é o fato disso estar doendo tanto aqui dentro, Jennie nem sequer lembra de mim, eu sei que lá no fundo há o armazenamento que guarda nossas lindas lembranças, mas tenho medo dela nunca mais retornar como era antes.

E se ela assumir uma nova personalidade?

E se ela me odiar do nada?

Mil e uma probabilidades estão passando na minha cabeça e é horrível pensar nisso, me sinto uma burra estúpida. Eu tinha planos para o nosso domingo, mas infelizmente, não vai mais acontecer.

— Como ela está? — pergunta Taehyung.

Suspiro pesado. — Ela perdeu a memória, mas está bem.

— Como assim? — agora ele está confuso — Que merda.

Uma dor me atinge. — Ela sofreu uma perda de memória recente, é como se de dois anos para cá ela tivesse esquecido, sabe?

— Nossa, isso parece coisa de filme. — comenta, ainda surpreso — E como você está com tudo isso.

Comprimi a boca. — Péssima! — minha respiração saiu pesada — Ela não sabe quem eu sou, ela pensa que ainda tem quinze anos, eu acho.

— Eu sinto muito.

O encaro. — O que eu faço agora, Tae?

Meu ex namorado não sabe o que falar, ele me olha com resquício de pena e eu odeio isso. Taehyung suspira pesado, então um vento forte bate e seu cabelo preto brilhante voa para trás.

— Dar tempo ao tempo. — volta a me encarar.

Tempo ao tempo.

Nego, voltando a encarar o mar. — Não sei se consigo.

— Infelizmente você vai precisar ser forte, — fala — eu li uma vez que perda de memória recente pode durar pouco tempo. — explica — Geralmente é como uma pequena falha, sabe? — sorri pequeno — Mas as peças voltam para o lugar e tudo fica bem.

Suspiro pesadamente. — Será mesmo que ficará tudo bem?

Taehyung não sabe responder porque isso não é algo que vamos saber de uma hora para outra, e sim, ele tem razão, só o tempo irá dizer o que precisamos.

Não consigo segurar as lágrimas quando Taehyung me abraça de lado, me puxando contra ele. A dor que estou sentindo nesse momento é algo que eu nunca presenciei, então pode ser dizer que sim, eu estou completamente apaixonada por Jennie Kim.

[ • • • ]

— Finalmente! — minha mãe levanta do sofá, vindo ao meu encontro e me abraçando forte — Onde você estava, querida?

Sorri pequeno. — Estava na praia com Taehyung, ele me fez companhia.

Já escureceu, Taehyung ficou comigo o tempo todo, me passando conforto e oferecendo seu ombro para eu chorar.

O mais engraçado é que à dois meses atrás ainda namorávamos e hoje, ele é como um segundo irmão para mim. As pessoas podem achar meio esquisito isso, mas nossa amizade no momento é sem nenhuma maldade.

Não que vá ser futuramente.

Taehyung me trata com muito respeito e carinho, eu admiro isso nele, a educação que ele tem comigo e com os outros é linda.

— Querida, não saia sem avisar dessa forma, por favor. — minha mãe implora, com lágrimas nos olhos.

Eu a abraço ainda mais. — Me desculpe.

Sou levada para o sofá, onde meu pai e meu irmão estão. Me sento entre eles dois e apoio a cabeça no peito do meu pai, sentindo seus braços me apertarem.

Eu estou feliz de como minha família está me apoiando ou pelo menos tentando fazer isso, é muito importante para mim que eles estejam ao meu lado depois de toda essa catástrofe.

— Tudo bem, meu amor, você pode ter um tempo para você sempre que quiser, — mamãe fala — mas ficamos preocupados demais.

Bambam coloca as pernas em cima da minha coxa. — Eu quase acionei o colégio inteiro para fazer uma busca em você na cidade.

— São Francisco é enorme, Banie. — eu ri um pouco.

Bambam arregalou os olhos. — Se você some, eu vou acionar o FBI, — fala, tentando me animar um pouco — os Estados Unidos inteiro vai saber!

— Você é tão dramático, filho. — meu pai disse.

Pela primeira vez desde ontem, eu ri um pouco com a minha família, ainda há um sentimento meramente doloroso dentro de mim, afinal, possivelmente perdi minha namorada.

Só espero que não seja para sempre.