Lauren 2.0

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Eu estava preocupada, Laka e sua equipe não conseguiram localizar o homem, Camila ainda estava assustada, eu não poderia deixá-la em perigo.

– Camila...ei, olha pra mim.

Peço tomando o rosto dela em minhas mãos, olhando no fundo dos seus olhos, vi o medo que ela estava sentindo, eu conseguia ver o quão apavorada ela estava com toda essa situação.

Já tinha amanhecido e eu só queria que ela dormisse um pouco.

– E-eu...

Toco os lábios dela com meu dedo, fazendo as palavras ficarem somente nos pensamentos dela.

– Shhh...eu quero que vá ao meu quarto e durma um pouco ok? Vou ficar de olho na...

– Deita comigo? Por favor, eu juro que eu não quero te matar, e eu não tenho outra arma em minha bolsa.

Ela pronuncia me empurrando delicadamente para o sofá e sentando em meu colo.

– Você sabe que você quebrou minha confiança, não é? Não vou me deitar com você.

A dor passando por seus olhos era visível e lá estavam as lágrimas novamente.

– Tudo bem...

Ela levantou do meu colo e pegou a bolsa que deixou cair, começando a caminhar em direção a porta do apartamento, ela estava indo embora?

– Camila?

– Eu vou embora, vou fazer o que me pediu e não vou mais te procurar, desculpa por tudo.

Olho para ela saindo, mas logo dou um pulo pegando as chaves do meu carro, eu não obrigaria ela a ficar, mas pelo menos deixaria ela em casa com segurança.

– Espera! Eu te deixo em casa.

Ela nem ao menos virou para olhar-me.

O elevador chegou novamente e entramos, enquanto ele fazia o seu percurso até a recepção, nos mantivemos caladas, Laka nos viu quando saímos e nos alcançou.

– Para onde vai?

– Deixá-la em casa.

– Você é realmente uma idiota.

Revirando os olhos segurei na mão de Camila e sai para a garagem, abri a porta do carro para Camila entrar e logo em seguida entrei, saindo rápido do prédio.

– O que você vai fazer?

Pergunto deixando somente uma mão na parte de cima do volante e a outra na minha perna.

– Como assim?

– O seu trabalho, o que vai fazer?

– Me desculpe ser rude, mas não é da sua conta.

– Uh.

O que deu em mim para ser tão curiosa e querer cuidar da vida dela?

O resto do caminho foi em silêncio, quando chegamos, ela rapidamente saiu do carro e entrou no prédio, suspirei alto, eu queria garantir a minha segurança, mas será que estava ouvindo mais meu coração ou a razão?

(...)

Já se passava três semanas, eu não tinha notícias de Camila, nem o cara me procurou mais, e não recebi nada que não fossem mínimas ameaças.

No dia depois da festa, havia uma matéria na internet: Lauren Jauregui, Dona da Audi, aparece com uma desconhecida em sua festa, será ela sua affair?

Uma semana depois as pessoas já sabiam quem era, mas a detonaram por ser uma Stripper, eu não fiquei calada, fui a imprensa e pedi que a respeitassem e a deixassem em paz.

Por mais que eu estivesse distante, não deixaria de zelar pela segurança dela, assim foi feito, mandei dois seguranças para a casa dela e outro para ser seu "Guarda Costas".

Hoje resolvi que iria visitá-la, para saber se estava bem e se precisava de alguma coisa, encontrei seu pai na empresa, batemos um papo sobre trabalho, mas nada sobre ela.

No horário que eu sempre ia embora, peguei meu carro e ofereci uma carona a Alejandro que não recusou, cogitei a possibilidade de disponibilizar um carro para ele, mas primeiro queria saber sobre Camila, ela era a prioridade.

Quando chegamos, Alejandro estranhou que eu desci junto, mas não comentou nada, seguimos para o apartamento e a cena que vi foi uma das mais lindas, aparentemente Camila estava fazendo bolo com sua mãe, a cobertura de chocolate que seria colocada em cima do bolo, estava sendo saqueada.

Camila, com um vestidinho florido e que ia até mais ou menos o meio das coxas, estava apoiada no balcão enquanto tirava pouquinho a pouquinho com o dedo, sua boca estava suja e no nariz tinha um pouco também.

Eu não sabia como ela reagiria quando me visse, mas eu queria poder conversar com ela.

Alejandro entrou primeiro, logo me dando passagem, a porta abrindo chamou atenção das mulheres na cozinha, a expressão de Camila alegre e de uma criança que pega escondido algo da mãe, iluminava seu rosto, mas mudou quando seus olhos caíram em mim.

– O que faz aqui?

Ela já se direcionava para lavar as mãos e envolta da boca, logo os lavando.

– Ela veio comigo, hija.

Alejandro tenta justificar, mas ela mal ouve o pai, provavelmente esperava que eu dissesse alguma coisa.

– Eu...é...vim ver você.

– Eu não tenho nada para falar com você.

– Hija...

Seus pais a repreendem pelo tom rude, ela revira os olhos, faz um sinal com a cabeça para que eu acompanhe ela, peço licença aos pais dela e a acompanho, ao chegar no quarto, ela rapidamente fecha a porta e cruza os braços.

– O que foi? Já não basta esses dois brutamontes que ficam aí para me vigiar, aí você ainda quer ver o quão ridícula eu estou de perto?

Recuo com a agressividade em suas palavras.

– Não...quer dizer, mais ou menos...eu vim ver como está, está precisando de algo?

– Estou...nesse exato momento estou precisando de você longe daqui!

Suas mãos vem ao meu peito e me empurram.

– Desde que você surgiu na minha vida, ela tem sido um inferno, pessoas me descobriram, pessoas me ameaçam todo dia, pessoas ameaçam me matar e algumas perguntam o valor que a vagabunda cobra por uma noite.

Ela suspira pesadamente e passa as mãos nos cabelos.

– Porra Lauren, porque eu? Qual é, você poderia ter pagado por qualquer outra mulher, isso não era para acontecer comigo!

Ela se entrega ao choro, me aproximo e abraço seu corpo a deixando chorar em meu ombro.

– Desculpe Camz, eu nunca pensei que isso se tornaria um inferno para você, mas da primeira vez que nos vimos, eu sabia que não podia me apaixonar, mas eu te olhei e porra...parecia amor a primeira vista.

– Que papo clichê.

Ela murmura soltando uma risadinha, a acompanho e me afasto um pouco para poder olhar em seus olhos.

– Eu sei que é clichê, mas meu bem, eu me aproximei de você tão repentinamente, eu queria te dar o mundo, eu queria ir a guerra por você, eu queria morrer por você, saber que apontou uma arma para mim, foi devastador, eu juro, pensa se fosse ao contrário.

Ela ficou calada por um tempo só me olhando, mas logo soltou um grunido voltando a chorar no meu ombro.

– Você não imagina a outra parte que é um verdadeiro inferno agora.

Seu corpo sacudia com os soluços.

– Me conte, eu quero saber.

Seu tempo acabou - Camren G!PWhere stories live. Discover now