Camila 1.5

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Depois que Lauren saiu, eu recebi mais um cliente e estava descendo quando escutei uma conversa da sala de James, a música não me deixava ouvir muito bem o que conversavam.

– Qual dessas putinhas suas é mais próxima a essa vadia?

A voz do estranho soa através da porta, parecia exaltado e irritado.

– A Karla Kaliban.

– A Kaliban? Porra, assim você me fode, James, puta que pariu.

O que tinha eu? De quem ele falava?

– Chame ela aqui, eu quero falar com essa puta, tenho uma proposta.

Saio de perto da porta quando ouço passos, provavelmente vindo até a porta, vou até o bar e peço uma água tomando tranquilamente, James toca meu ombro.

– Querida, preciso conversar com você.

– Pode dizer, James.

Sorrio olhando para ele.

– Em particular, Kaliban.

Aceno positivamente dando mais um gole na água, ele espera paciente eu terminar de beber a água e me leva até a sala dele com uma mão em minha lombar.

– Essa é Karla Kaliban.

O homem musculoso se vira para mim e estende a mão, abrindo um sorriso.

– Olá Karla Kaliban, sou Michele Morrone.

– Oh, prazer.

Estendo minha mão tocando a dele cheia de calos, áspera demais, afasto nossas mãos e ele segura antes que eu me distancie, me leva até o sofá e me faz sentar no colo dele.

– Querida...eu queria um favor seu, conhece a empresária que anda em um carro da Audi?

– E-eu...

James ordena:

– Fale, Karla!

– Conheço...

– Soube que ela vem aqui te ver e sempre é só você, que tal me fazer um favor? Já pegou em uma arma?

Arregalo os olhos.

– N-não.

– Bom, como ela está envolvida com você, quero que faça uma coisa para mim, com certeza em você ela não enfiaria uma porrada de processos.

– Eu n-não posso...

– VOCÊ NÃO TEM A PORRA DA ESCOLHA DE NÃO FAZER!

Ele grita e eu me assusto me encolhendo.

– Desculpe...bom, preciso que faça isso pra mim, ela tem uma coisa muito preciosa para mim em mãos.

– O que é?

– Um pen drive, eu trabalho com ele e não posso deixá-lo cair em mãos erradas, preciso que encontre ele.

Olho meio temerosa para ele.

– Eu te darei uma vida de princesa se você fizer isso pra mim, ou melhor, vida de rainha.

O sorriso que ele abre, é maldoso, eu não queria me envolver naquilo, ainda mais que meu pai tinha passagem pela polícia, eu não poderia tomar essa conduta, mas precisava sair da merda que eu estava, não é?

– Quanto?

– Quanto o que, putinha?

Fecho os olhos, eu odiava aquela palavra.

– Quanto você vai me pagar para acabar com ela?

– Te forneço dez mil hoje.

– Dez...mil?

– Sim.

Solto um suspiro, era bastante dinheiro.

– E no total?

– 1 milhão.

Arregalo os olhos, era muito dinheiro.

– Eu...ahm...aceito.

Ele sorri e olha para James, os dois sorriem e o homem levanta me colocando de pé, assina um cheque e me entrega, dez mil era o valor no canto inferior direito, guardo o dinheiro, quando vou saindo ele segura em meu braço.

– Nada disso, pegue.

Ele me entrega uma arma.

– Quero que acabe com ela na próxima vez que a vir.

Aceno positivamente e saio da sala indo até o quarto, recolho minhas coisas e deito na cama em posição fetal, eu estava fudida, era isso.

Eu não poderia matar Lauren, mas precisava do dinheiro, aliás, se eu fosse desfazer isso agora ele iria vir atrás de mim para me matar certo? Já que agora eu sabia que ele queria matar Lauren.

Começo a chorar.

Eu não poderia matar Lauren.

Não, eu não poderia.

(...)

E então o outro dia chegou, Lauren veio a Luxurious e eu fiquei quieta, ela foi a última, como das outras vezes, ela estava deitada de costas para mim e eu estava com a arma em mãos, pronta para atirar, mas eu não podia.

Guardo a arma novamente e corro para o banheiro, eu não conseguiria segurar o choro, escuto batidas na porta, mas silenciar o choro parecia a melhor opção.

– Camila? Por favor, me deixa entrar? Você está bem?

– Estou bem, Lauren, só preciso de um tempo.

– Foi o seu pai? Não foi aprovado para trabalhar conosco?

– Ele está bem, está trabalhando lá.

– Abre a porta, por favor.

Limpo meu rosto e abro a porta, ela avança me puxando para um abraço, eu choro mais ainda com a cabeça encostada em seu peito.

– Ei, conversa comigo, o que foi?

Olho para ela observando todos os detalhes de seu rosto, ela era perfeita.

– Eu...ah...deixa pra lá, eu só não estou bem.

– Oh querida, me abrace.

Abraço ela com toda minha força, eu não poderia mata-la.

Vem vamos voltar pra cama.

Ela se abaixa para me dar impulso e entrelaçar minhas pernas ao redor da cintura dela, abraço o pescoço dela e sou levada de volta para a cama, ela me deita e fica por cima, leva uma das mãos ao meu rosto limpando minhas lágrimas.

– Eu não gosto de te ver assim...

Ela acaricia meu rosto e eu fecho os olhos apreciando o quão bom era.

– Gosto de te ver sorrindo, como só você sabe fazer.

Sorrio um pouco e puxo ela para que eu possa enterrar meu rosto em seu pescoço, solto uma risadinha quando ela dedilha minha costela.

– É assim que eu gosto, sorrindo, triste me dá dor no coração.

PORRA! EU NÃO POSSO MATA-LA!

Levo uma mão ao rosto dela e acaricio, vendo ela virar um pouco o rosto e deixar um beijo na palma da minha mão.

Abraço o corpo dela deixando bem pertinho, acaricio os cabelos dela e ouço ela suspirar.

– Não faz assim, eu vou dormir facinho.

Rio e deixo um beijo na bochecha dela.

– Quer ir lá em casa?

– Não camz...assim eu vou me acostumar a dormir na sua casa e eu não posso, por mais que eu queira muito ficar com você pelo resto da noite.

Faço biquinho vendo ela se afastar, um selinho é depositado em meus lábios e nos afastamos, nos arrumando para sair dali, em silêncio, ela tira uma quantidade grande de dólares do bolso e coloca em minha bolsa, eu confiava nela, ela sempre dava a quantia certinha.

Seu tempo acabou - Camren G!POnde as histórias ganham vida. Descobre agora