Irresistible Woman「 akalynn × ahrilynn 」

13. A irresistível festa surpresa

e v e l y n n

Sabia que poderia dar algum problema com essa bendita surpresa, se tratando de Kinkou Akali, não duvidava da sua capacidade de fazer besteira. Só que eu não imaginava que seria numa proporção como essa, Seraphine quase meteu o violão eletroacústico novinho nas costas da japonesa e devido ao susto uma chuva de confete voava sobre nós enquanto eu segurava minha irmãzinha para que ela não avançasse no projeto de ser humano. Meu desgosto deve estar estampado na minha cara, já que Akali me encarava com temor e estava mais pálida que o normal, provavelmente pelo susto do ataque repentino de Sera.

— O que é isso? — Seraphine pergunta, virando o rosto pra encarar cada um dos seus amigos.

— Ahn... Surpresa? — respondeu Akali, completamente sem graça.

— Eu não acredito, isso é... — solto a mais nova, que já desistira de acertar o suposto "invasor" com seu instrumento novo — Isso é pra mim?

— Pra quem mais seria, Bubblegum? — uma das garotas disse, com um sorriso de orelha a orelha — Só que a tonta da Akali cagou em tudo!

— A culpa foi sua, desmiolada do caralho! — reclamou a japonesa — Era pra gritarmos "surpresa" assim que você abrisse a porta, mas você ouviu essa idiota berrando e imaginou o pior.

— Pensei que alguém tivesse invadido a casa! — e Seraphine começou a rir assim que assimilou toda a situação — Não acredito que fizeram isso por mim! Tem dedo seu nisso, né jiejie?

— Pra você ver como eu me importo contigo, criança. Pelo menos o meu lado do plano deu certo! — reitero, encarando diretamente a Kinkou, que estava visivelmente envergonhada por ter estragado a sua parte.

— Obrigada a todos vocês, essa é a melhor surpresa que já me fizeram na vida! — ela pula nos braços do único rapaz do grupinho e eu já estava preparada para subir as escadas e dar privacidade aos pirralhos, me refugiando no meu próprio quarto, contudo, Seraphine interrompe meus planos — Ai, como eu sou mal-educada, deixa eu apresentar minha irmã pra vocês!

Eu adoraria dizer "não tem necessidade porque é impossível eles não me conhecerem, eu sou famosa", mas vamos manter a decência, não é Evelynn? Simpatia é tudo.

— Quando você falou que era irmã de Evelynn Stelle-Wong, eu pensei que 'tava curtindo com a nossa cara, mas pô... — o rapaz que ela abraçara anteriormente me olha de cima abaixo, embasbacado — Ela é real!

— Claro que sou real, querido. — gabo-me, jogando meus cabelos para o lado com a mão — Embora eu sei que pareço um sonho, felizmente eu existo!

— Graças a Deus, existe! — comentou Akali — Senão esse plano ia dar mais merda do que já deu.

— Deus no céu, Evelynn na Terra! — desdenhou Seraphine.

— Antes de conversarmos, será que alguém pode apagar essas velas? — reclamou a garota de coque.

Já gostei do estilo dela, uma pessoa que sabe combinar óculos escuros, brincos de argola e top cropped sabe que a vida é uma passarela aberta ao público.

Depois de apagar as velinhas em cima do bolo, todos nos acomodamos na sala de estar, onde a verdadeira festa começou. Seraphine foi me apresentando seus amigos um por um, o rapaz se chamava Ekko Butcher, todo o seu porte gritava que ele veio das periferias dos Estados Unidos e eu acertei quando perguntei se ele era um rapper, os cabelos endredados e jogados de lado lhe davam um charme e entravam em harmonia com a pele morena, os olhos cor-de-mel e o vestuário lotado de tecido de moletom. A garota que segurava o bolo anteriormente chama-se Qiyana Rebecca Davis-Martínez – e eu pensava que tinha um nome longo – e me deixou surpresa ao revelar que possuía nove irmãs mais velhas, eu já não sei lidar direito com Seraphine, imagina se eu tivesse mais irmãs pra dividir a atenção dos meus pais? Qiyana era realmente bonita e os cabelos em tons pastéis de azul e rosa combinavam com os olhos quase tão dourados quanto os meus, só pela pele bronzeada e pelo sobrenome dava pra imaginar que ela era latina-americana, seu sotaque realmente entregava que ela tem um pé no México e outro nos EUA, mas claro que isso não a envergonhava ou coisa parecida, pelo contrário, Qiyana demonstrou se orgulhar das suas inúmeras raízes distintas e está certíssima em se achar a última bolacha do pacote, porque ela é linda mesmo. Já a mais doidinha dos três era Jianine Jules Levesque – mais um nome comprido –, porém, ela preferia ser chamada apenas de Jinx, e pasmem, ela é a única dos quatro que não está cursando Música, e sim Engenharia Química.