[18] Ardor

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Depois de escolhermos uma garrafa de vinho e outra de soju, chamamos um carro e durante o trajeto até minha casa eu e Jimin não paramos de conversar. Conforme nos aproximamos do destino, fico ansioso ao pensar que ficaremos sozinhos. Mesmo que Jimin tenha ido há quase uma semana na casa de meus pais para conversar comigo, conversa essa que fez com que a gente se entendesse, ainda assim é a primeira vez que estamos indo para realmente ficarmos juntos.

- Vamos? - é o que pergunto para Jimin, assim que descemos do carro e paramos na calçada.

- Vamos. - ele responde, sorrindo para mim e meu coração acelera algumas batidas porque, meu deus, que sorriso bonito.

Entramos em minha casa, acendo as luzes e já tiramos nossos sapatos, deixando-os perto da porta. Uma parte minha espera meus pais saírem de alguma porta dramaticamente e começarem uma cena, perguntando porque Jimin está ali, mas está completamente silencioso. Aliviado, olho para Jimin, que analisa minha casa curiosamente.

- Ainda não me conformo como sua casa é grande e organizada. Tipo, dá pra ver como os detalhes são cuidadosos...

Por ser a casa na qual cresci e já estar acostumado com ela, nunca prestei muita atenção na decoração que minha mãe escolheu, muito menos no tamanho dela. As duas únicas outras casas que eu costumava frequentar são as de Hoseok e Daeshin, ambas maiores que a minha. Por isso, nunca percebi que a minha casa é maior do que o necessário.

- Minha mãe sempre está trocando as coisas aqui, então nem acompanho todas as mudanças que ela faz...

- Bem, ela tem um ótimo gosto. - parado, em pé ao lado de uma das estantes que há na sala, o olhar de Jimin me deixa um tanto nervoso, então digo:

- Está com fome?

- Sem nenhuma fome. - ele responde, dando alguns passos em minha direção. - E você?

- Estou de boa também. - digo, olhando para a cozinha. - Pode ficar à vontade, colocar alguma música para ouvirmos... Vou pegar taças pra gente.

Talvez seja meio óbvio como quase fujo de Jimin, caminhando até a cozinha e parando frente a pia. Claro que estou nervoso, é Jimin quem está ali na minha sala, nós dois estamos sozinhos aqui... Por mais que não tenhamos dito que é um encontro, saí com poucos caras que eu tinha interesse: Jaehyun, Daesung e Daeshin. Mas, o principal nem é isso, mas sim como Jimin é diferente de qualquer um deles. A maneira que Jimin me surpreende é novidade para mim, ao mesmo tempo que me encanta, me assusta.

Está tudo dando certo, relaxe.

Mas será que meus assuntos estão o deixando entediado? Às vezes falo demais de coisas desnecessárias.

Não posso pensar dessa maneira, tenho que viver o momento.

- Está tudo bem. - verbalizo o que quero tomar para mim mesmo como verdade, respirando fundo. Pego as taças e volto para sala, encontrando Jimin ainda de pé, olhando para os quadros apoiados em uma prateleira.

Mas, para minha surpresa, a música que toca de seu celular é bastante conhecida por mim. A voz grossa de Matt Berninger, vocalista do The National, canta a letra dramática de Sea of Love, uma de minhas músicas favoritas.

- Tomei liberdade de ouvir The National. Você gosta dessa música?

- É uma das que eu mais gosto, hyung. - respondo, sorrindo pequeno. Jimin sorri comigo e aponta para uma das fotos da prateleira, dizendo:

- Você sempre foi muito fofo. - na foto em questão, estou com quinze anos sorrindo ao lado de minha mãe.

- Foi tirada em Incheon, viajamos para lá porque seria o casamento de uma das filhas de um amigo do meu pai. - comento, olhando para a foto, um sorriso pequeno surgindo. - Eu lembro que foi um bom momento...

Antes do Pôr do Sol • jjk + pjmWhere stories live. Discover now