Capítulo 11

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Sentado com o violão, ele tocava solo antes mesmo do ensaio começar. As meninas ainda estavam montado os equipamentos e Yajirobe estava pendurado no telefone com o que ele chamava de peguete e que Goku tinha suas duvidas sobre a real existência ou aparência dela.

Era o último ensaio deles antes do sábado, quando seria a primeira apresentação juntos e que, embora fosse em apenas uma casa de show, Goku sentia certo alívio porque nos outros dias do fim de semana eles tocariam apenas os três. Tratar aquela obsessão estava sendo custoso: perdera as contas de quantas vezes ele segurou-se para não mandar mensagem para ela ou ao fazer a rota do bairro onde ele sabia que ela trabalha, para não passar lá sabendo o horário de saída da garota.

A verdade é que ele se segurava completamente quanto a tudo que remetia a Chichi. Tentara ficar com mais duas garotas – seus "contatinhos" – mas a coisa não parecia fluir. Para ele era um tesão muito forte e muito reprimido, mas se um não quer, dois não brigam.

Dedilhando o violão, ele começou a cantar um clássico sertanejo, o primeiro que ele aprendera com seu pai, que sempre a cantava para sua mãe:

♫Difícil demais
Te amar assim
Minha timidez
Tem que ter um fim
Preciso perder
O medo de falar
Pra não te perder
Vou me declarar

Morro de saudade
Quando você some
Dá uma vontade
De gritar seu nome
Quase uma loucura
Uma obsessão ♪

Kuririn sorriu com a música. Pegando seu violão ele juntou-se a Goku e fez a segunda voz. como fazia no início, antes deles tocarem para fora, quando eram guris.

♫Pra me sentir feliz
Só tem uma saída
Fazer você ficar
De vez na minha vida
Perto dos meus olhos
E do coração

Eu te amo!
Eu preciso te dizer
Todo dia toda noite
O meu sonho é você

Eu te amo!
É paixão que não tem fim
Dou a vida por um beijo
Quero ter você pra mim ♪

Chichi o ouvia cantar percebendo o sentimento daquilo e a alegria verdadeira deles. Ela montava os pedestais dos microfones e os conectava ao sistema de sonoplastia bem simples. Uma mesa pequena dela, que havia sido um presente do pai.

A verdade é que ela estava muito incomodada naquele instante. Goku estava completamente centrado desde o episódio da última vez na sua porta. Ele nunca mais falara com ela:. nenhuma mensagem, nenhuma ligação, e, até ali, nenhuma provocação ou suas brincadeiras carregadas de flertes e segundas intenções, muito pelo contrário. Ele estava totalmente profissional e aquilo estava realmente a incomodando, afinal, ela desejara tanto que não houvesse aquilo, suplicara tanto para que ele levasse a sério e parasse de provoca-la, e quando isso finalmente acontecera, ela sentia-se mal, rejeitada de alguma forma.

Goku era de uma imensa complexidade para ela àquela altura. Era um galinha cafajeste que parecia não querer nada além de uma noitada, mas parecia ter realmente se zangado com o último encontro deles e ela perguntava se tudo aquilo era a droga da vontade apenas de tê-la na sua cama. Tinha de admitir que ele fizera um esforço grande demais apenas por um prazer de momento, talvez fosse melhor assim, à distância.

O ensaio ocorreu sem pormenores e além de ensaiarem as musicas já programadas, pegaram algumas extras que estavam em alta e populares a fim de abrir para pedidos do público na noite. No fim, Chichi estava guardando as coisas quando Goku se aproximou dela.

– Precisa de carona? – ele perguntou de forma despojada, mas como ele conversava com os amigos.

Chichi o olhou pensando seriamente em perguntar se estava tudo bem, se ele havia ficado com raiva pois ele sério a incomodava, mas não deveria! Sentia-se ridícula, mas estava com falta do jeito para lidar com ele. Ela iria de táxi porque Lunch já tinha marcado com Tenshin outra saída. Ela poderia apenas aceitar, porque ela tinha aquilo, aquela vontade latente em mente.

Meu eu em vocêWhere stories live. Discover now