Capítulo 6

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– Não fala nada por favor – ela suplicou desvencilhando-se do pai. A cara estava igual a um pimentão, que vergonha sentia!

– Vamos falar sim, princesinha! Filha minha assim?

– Eu tô cansada, papai – fugiu Chichi, trancando-se no quarto.

Deixou-se escorregar pela porta até alcançar o chão, deixando a bolsa de lado e encostando a cabeça na porta e fechando os olhos. Respirou fundo, muito fundo. Seu corpo estava em pura ebulição, sua intimidade ainda pulsava formigando excitada. Os rastros de fogo de onde as mãos dele a haviam tocado ainda ardiam em sua pele. Seus lábios ainda estavam irritados e vibravam com o beijo intenso.

Deus, quanta humilhação ser pega daquela forma pelo pai. Onde seu fogo a levara? Se perguntou se não teria dado pra ele ainda dentro daquele carro.

– Você é um perigo Goku, um perigo real e que preciso ficar bem longe, do contrário, vou enlouquecer e fazer algo que possa me arrepender depois.

Ela tirou as roupas e, apenas de calcinha, deitou-se. Não tinha mais cabeça para arrumação, ou para qualquer outra coisa. Revirou-se incontáveis vezes e então bufou concentrando-se naquela noite, naquele cara de cabelos desgrenhados sem noção que roubara seu fôlego e razão apenas com um beijo.

– Você é patética, Cutelo – disse para si mesma – eu preciso de um orgasmo, isso é carência de afago, de... Contato só pode, Yamcha tem razão. Eu preciso sair com caras, eu preciso...

Ela fechou os olhos e mesmo sentindo parte do rubor ardente na sua face, deixou os dedos descerem delicados e gentis com muita experiência até seu desesperado clitóris. Com o estímulo certo e o pensamento errado, o gozo logo chegou, deixando-a arfante na sua cama, mas arfante frustrada com uma satisfação atingida pensando num estranho que certamente mexeu demais com seus hormônios.

...

Ela queria evitar qualquer conversa. Acordou, fez o café e montou como sempre uma mesa farta, sabia que seu pai comia bastante e sempre prezara pela abundância da mesa.

Chichi achara que com a noite bem dormida seu pai, com sorte, esqueceria aquilo ou, pelo menos, com bom senso não fosse a constranger ainda mais.

O senhor Cutelo juntara-se à mesa vendo Chichi calada. Ele pegou o seu jornal e abriu após servir uma xícara de café preto forte, era assim que começava o dia. E ali lia as notícias da manhã de domingo, muito embora ele realmente estivesse ainda ponderando o que acontecera na noite anterior. Já Chichi deu graças aos céus pelo o seu pai calado lendo o jornal, até perceber que ele não estava lendo, mas a olhando.

– Papai não...- murmurou envergonhada.

– Sério, Chichi Cutelo? Você de safadeza dentro de um carro na porta de casa? Sabe-se lá Deus o que ia fazer, com tantos perigos na rua e...

– Papai não é pra tanto, pelo amor de deus, eu já sou grandinha!

– Isso não é coisa de mulher direita! – bradou o homem – onde já se viu filha minha de safadeza assim? Porque não trouxe seu namorado para dentro de casa, ou melhor... ?

– Ele não é meu namorado! – bradou a garota furiosa levantando-se e batendo as mãos na mesa.

– Você dizer isso não tá ajudando em nada, mocinha! Se atracando com um qualquer? Bem se vê o tipinho dele! Não te eduquei para isso garota! E depois...

– E depois que? – ela respondeu, irritada, sentindo os olhos queimarem levemente e Cutelo se calou, encarando a filha e vendo o mesmo reflexo da mãe dela. Era como se olhasse e de repente ele deu um discreto sorriso.

Meu eu em vocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora