Agrégora empurrou a porta de uma vez só, carregando um pedaço de madeira nas mãos.
Tropeçando em um cálice de prata e vinho que derramava sobre um pequeno monte de vestidos jogados pelo chão, o ar cheirava a vinho, cera de vela e poeira.
Mais a frente um pequeno emaranhado de vestidos baratos estavam estirados sobre um colete azul com pequenos detalhes de metal, a luz vazava entre as frestas da janela deixando apenas linhas brilhantes pelo ambiente.
Sobre a cama o sol tocava os cabelos castanhos de uma mulher com feições delicadas e com rosados mamilos a mostra, além de outras duas encobertas pela escuridão, fora um par de pés com pernas cabeludas enfiadas para dentro de uma pele de urso.
Agrégora pegou um jarro de vinho e se sentou cruzando as pernas sobre uma mesa de ameixeira que repousava ao lado da cama.
-Acorda putada, pra fora do quarto.- Gritou garota abrindo a janela com o pedaço de madeira.
O vento frio espantou o cheiro e a escuridão, com um rugido o calor que se acumulara lá dentro.
Uma a uma as mulheres se levantaram, uma das mulheres com olhos verdes e cabelos aguados cobriu os seios com os lençóis e enfiou um dos braços para dentro como se escondesse algo.
-É melhor mostrar o cálice que está escondendo aí embaixo, não é a primeira puta que vejo, nem a primeira que mandarei matar por roubo, só perguntar aquela ali.-Disse a garota apontando para uma mulher rústica seu cabelo era vinho e a pele pálida como a de um cadáver.
-Deixe isso onde encontrou e vamos comer.- Disse a mulher pegando o vestido do chão, que estava com uma mancha de vômito, embora ela não parecesse se importar.
- E eu já vi o que está perto da porta também, se não encontrar ele aí quando sair. Mando executar todas.
-Tudo bem magricela, já estamos saindo." Disse a mulher ruivaPegou uma capa com capuz verde de sobre a cadeira colocando o sobre o ante braço, puxou a porta com calma até que todas saíssem. Então abaixou a cabeça e seus cabelos voaram pelo vento, como um tipo de reverência para caçoar dela, Agrégora riu e discordou com a cabeça, então a mulher recostou a porta calmamente.
O último par de pés que sobrava na cama era o par cabeludo, quem nem havia se mexido.
-Dã..Dã...Dã.- Agrégora chamou, mas ele não esboçou qualquer reação.
Ela revirou os olhos azuis profundos como o oceano, saltou da mesa e empurrou a coberta de pelo de urso mostrando a cabeleira encaracolada, negra como a noite sem luar.
-Dã...Dã...Dã- a garota chamou novamente, sem resposta.
Agrégora pegou o pedaço e pau e empurrou a face dele mas, ela apenas subiu despencando sobre uma pequena poça de baba.
Segurou a ânfora de cerâmica e a revirou, o líquido arroxeado derramou sobre a face de Dã molhando os lençóis e o colchão de palha.
-Que porra é essa? Porque me acordou dessa forma?-Perguntou Dã balançando a cabeça e secando o rosto com a mão completamente nú.-Pelos deuses, cubra isso.- Disse Agrégora empurrando a coberta com o pedaço de madeira.
-Te acordar? Do jeito que você dorme? não acorda, ressuscita.Fora que você merece, quem é esse gnomo de Mirávelir? Acha que sou tola a ponto de achar que chegou justamente quando você estava fora por mera coincidência?
-Gnomo? Então ele é um anão? Acho que conseguiu seu casamento.
Esse candidatado é perfeito para você minha irmã.- Disse Dã com tom de zombaria, se tampando a vergonha com a pele de urso.
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O despertar dos mártires
FantasyUm simples escudeiro tem a sua vida virada do avesso quando conhece uma garota após seu cavaleiro receber a missão do próprio rei de casa-lo com uma garota de outro reino. Elliot então percebe que há algo de estranho nessa proposta por vir de alguma...