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Ele acendeu outro cigarro se debruçando sobre o apoio da pequena varanda, ainda estava disperso em pensamentos. Cheguei por trás de seu corpo, sem saber o que fazer. Meus braços pareciam ter vida própria e foram em um abraço, o qual o surpreendeu e o fez virar de frente vagarosamente. Eu sentia vergonha por ter sido tão grossa, tanta vergonha que enterrei minha cabeça em seu peito sem desfazer o abraço e sinto os seus braços os meu redor correspondendo. Ele entendia, ele soube que eu não estava preparada para falar.

— Ei, está tudo bem. Você não precisa fazer isso. - ele dizia em um tom sussurrante, agora com uma de suas mãos passando pelos meus cabelos. - Me desculpa, não queria te deixar desconfortável.

Levantei a cabeça e desfiz nosso abraço lentamente. - eu sou uma bagunça, Andy. Você realmente não deveria desejar me conhecer - levantei meu olhar para seu belo par de orbes azuis.

— Ei, não diz isso. Eu ainda quero saber quem é você, mas espero o seu tempo. - nós dois ficamos em silêncio, um silêncio confortável, por longos segundo, ainda nos encarando. Percebi nossos rostos se aproximando em cada milímetro, eu poderia sentir seu olhar brilhante em meus lábios, sua respiração arritmada e o calor de sua presença cada vez mais perto. Estávamos trêmulos.
O celular de Andy apita e nos faz dar um pulo nos afastando desconcertadamente e ele faz um sinal pedindo licença. Que porra estava prestes a acontecer? E que porra de celular atrapalhou o que quer que fosse?
Biersack havia trocado de cômodo para atender o celular mas rapidamente voltou. Um semblante insatisfeito estava presente.

— Era Scout. - nos entreolharmos sem saber o que dizer e eu assenti, não sabendo se deveria perguntar algo.  - ela quer me ver para conversar sobre nós, e tudo o que aconteceu. - continuei sem saber o que dizer. Por que diabos ele estava me dando explicações? Eu o acharia um babaca por me deixar aqui pra ver aquela caipira anã? Sim! Eu iria me manifestar? Não! - Eu não vou, ela já deveria saber que não existem chances. - ele começou esse diálogo em sua cabeça, se perguntou e se respondeu em questão de segundos. Wow.

Eu não poderia negar que dei pulos internos e nem sei por que. Apenas assenti e perguntei o que gostaria de fazer naquele momento. Depois de toda aquela conversa, o efeito do álcool havia passado e bateu a fome. Pedimos uma pizza e Andy decidiu fazer uma vídeo chamada para CC e Ashley, seus colegas de banda que dividiam um quarto de hotel na Califórnia. Nós quatro conversamos por horas após Andrew nos apresentar devidamente. Senti um afeto incrível por Chris, que era um fofo e estupidamente palhaço, assim como Ash, que no lugar de fofo era tremendamente safado. Após tantas risadas, nos despedimos pelo sono, que já estava presente.

— Quer dormir aqui hoje, girafa? Não que eu queira acabar com sua autoestima, mas você está parecendo uma capa de álbum dos Misfits. - dei uma gargalhada em deboche.

— Jura que esse é seu melhor método pra me convencer a dormir na sua casa e se aproveitar de mim? - Andy fez aquilo de sempre arqueando as sobrancelhas e o sorriso de lado que eu estava começando a achar ridiculamente sexy.

— Há, há, há. Vai sonhando, Biersack. Agora tenho que ouvir merda por tentar ser simpática. - rolei os olhos e taquei uma almofada em sua direção, que acabou batendo em sua testa.

— Você não fez isso! - ele dizia com a boca formando um O e parecia incrédulo.

— Na verdade eu acabei de fazer. - o desafiei maldosamente com meu sorriso mais maléfico.

Ele me pegou pelas pernas e colocou meu corpo sobre seu ombro começando a me fazer cócegas incessantes. Não sei como ele descobriu que era uma das coisas que mais me irritava na vida.

— Andrew Dennis Biersack, para com essa porra agora e me coloca no chão imediatamente. - eu me contorcia, e não conseguia segurar as gargalhadas, mas ainda tentava manter meu tom de ódio.

— Isso é o que você ganha por tentar atingir o batcapitão. Muahahaha. - eu sinceramente não acredito que ele acabou de dizer isso.

Me contorci em seus ombros e comecei a soltar mordidas aleatórias para tentar me soltar, e de alguma forma consegui alcançar seu pescoço. No mesmo momento senti seu corpo se enrijecer e cada fio de cabelo do mesmo arrepiar, fazendo com que ele parasse as cócegas me colocando no chão.

— E-eu vou tomar um banho enquanto você prepara a cama, se quiser pode ir depois. - eu disse sem jeito.

Sem dizer nada Andy assentiu, e passou as mãos por sua nuca, bagunçando seus cabelos. No que eu me virava em direção ao banheiro, o vi balançando a cabeça negativamente e senti seu olhar continuando sobre mim enquanto eu caminhava.

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beautiful remainsWhere stories live. Discover now