Cap 64

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Letícia;

Eu não estou acreditando no que eu vou fazer, tomara que eu esteja certa. Ou isso aqui vai ser um trauma

Já estou com uma vontade de vomitar só de imaginar, isso é extremamente ridículo e inteligente. Ninguém ia imaginar onde esse dinheiro pode estar.

É bom ele estar aqui.

Deixei o Terror e o LH fazendo uma breve barreira alí em baixo na subida, ninguém sobe aqui além de mim. Aí que nojo.

Foco Letícia, foco. O mínimo que você vai encontrar além de dinheiro vão ser ossos, só ossos.. Eu vou vomitar, isso é extremamente nojento.

Só mais um pouco, um pouquinho, tá quase lá. Foca!

Tirei mais um pouco da terra e pude ver a madeira clara do caixão, tirei o resto da terra e finalmente vi o caixão por completo. Me abaixei e entrei no buraco, me sujando toda de terra, respirei o mais fundo possível e mesmo com certa dificuldade, abri o caixão.

Letícia: Obrigada senhor, obrigada. - Disse baixo encarando todo o dinheiro alí dentro. - Terror!

Gritei pelo Terror várias vezes até ele me ouvir e vir correndo junto com o LH.

Terror: O que tu tá fazendo? Tu caiu?! - O coitado veio em um desespero.

Letícia: Eu sempre estou certa, a porra do dinheiro tá no caixão. - Me apoiei na terra e o LH me ajudou a levantar. - Ele morreu e levou o império. Olha o 157 vai agradecer o resto da vida dele por me ter na vida dele.

LH: O velho passou a perna em geral, doutora tu tem meu respeito. Olha isso porra, quanto que tem aí? - Dei de ombros.

Terror: Doutora tá milionária mermão, aí deve ter o dinheiro do Nascimento mais tudo o que sobrou do Santo. - Bateu palmas rindo.

Letícia: Nem eu tô acreditando que achei esse dinheiro, agora eu preciso que busquem malas, sacolas ou até saco de lixo. Vamos tirar esse dinheiro daqui. - Sorri animada e agradecendo mentalmente.

Pensando em tudo, acho que o Santo queria que alguém achasse o dinheiro. Mas não qualquer um. Ele deixou na cara que o dinheiro estava no túmulo, mas ao mesmo tempo escondeu de todos.

Agora eu tenho que esconder isso aqui em um lugar que ninguém procure, só não sei aonde. Vou tirar os 15 milhões do Nascimento e sumiu com o resto antes que ele perceba que alguém achou.

***

Foram quase uma hora para guardar todo o dinheiro que tinha alí. O pior for ter que colocar o esqueleto do cara de volta.

Por enquanto o dinheiro vai ficar aqui em casa, amanhã quando o 157 estiver de volta, vamos decidir aonde colocar o dinheiro.

Mari: Amiga? Tudo bem? - Concordei dobrando um body que ganhei dela, para a Helo. - Você tá com uma cara de cansada.

Letícia: Eu tô ansiosa, não vou conseguir dormir. Três da manhã vou sair com os meninos, buscar o 157 e espero que dê tudo certo.

Ela sorriu concordando e sentou do meu lado me abraçando.

Mari: Você mudou tanto, agora tá feliz. Feliz como nunca te vi, eu fico mais feliz ainda por isso. A gente tá formando nossas famílias, crescendo.. Uma ao lado da outra.

Letícia: E pensar que ontem nós éramos pirralhas do ensino médio apenas com sonhos. - Sorri beijando a bochecha dela. - Nós somos fodas.

Fazia um tempo que a gente não conversava como conversamos hoje, refletimos sobre a nossa vida inteira. Sempre foi nós duas, eu por ela e ela por mim.

Agora cada uma de nós tem dois filhos, ela vai casar e eu acho que talvez vou casar pela segunda vez. Nós crescemos.

Foram horas conversando e quando me dei conta já eram duas e meia. Vesti uma roupa melhor para ir, penteei meu cabelo e coloquei um tênis. Tomara que eu não precise correr.

Aproveitei o tempinho livre, resolvi ler um pouco mais do diário do Santo. Parei onde ele falava do Maicon, me interessou muito, quero entender a vida que ele tinha. A que eu não conhecia.

"Meus filhos são dois fodidos, gostam da mesma puta. Maicon é o pior, casou tem uns anos e nunca teve coragem de apresentar a mina pra mim. Dá chifre nela igual os mano distribuí bala pras crianças daqui, engravidou a Pietra e agora tá em guerra com o irmão.

O foda é que a Pietra chegou a ter o filho antes de morre, e ele pô, induziu a mulher dele a adotar a criança sem saber quem é."

Por um momento entrei em estado de choque, encarei a Helo deitada no berço e me deu um negócio estranho. Uma dor ou sei lá..

Ela é filha do Maicon.

Terror: Opa, doutora? - Sequei meu rosto rápido e encarei ele que cruzou os braços. - Vai me contar o que rolou em.. Vamos?

Letícia: Nada demais, só estava pensando um pouco. - Sorri falso levantando. - Vamos.

Engoli o choro e me manti firme saindo com ele. Mas não saiu da minha cabeça por um segundo, essa história.

...

ARTIGO 157Onde as histórias ganham vida. Descobre agora