Cap 36

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Letícia;

Sabe quando você acorda e não entende absolutamente nada? É exatamente o que está me acontecendo.

De primeira achei que foi só um transe, pelo tanto que eu bebi ontem. Mas eu estou amarrada em uma cadeira, em algum galpão ou sei lá que merda é essa.

O pior é que na hora que eu acordei, tive um leve surto e me mexi muito, nisso houveram duas explosões atrás de mim.

Agora o que eu tento fazer é me soltar, sem fazer tantos movimentos.

Quando eu fiz meu curso, aprendemos a se soltar nessas situações. Já que a nossa profissão tem certos riscos.

Aliás, o único motivo pelo qual eu estou calma é que o Terror apareceu aqui e disse que é o tal treinamento deles.

Eu já nem me surpreendo mais com essas coisas que o 157 faz. Só queria que ele tivesse me avisado.

No momento em que eu me soltei, levantei devagar e olhei à minha volta. Não faço idéia de quais são os falsos..

Letícia: Ei, eu me soltei. Dá para alguém me ajudar? - Gritei e a única coisa que eu recebi foi um "Se vira".

Porra 157!

Juntei toda a minha coragem e andei bem devagar, sem encostar em nenhum dos fios espalhados pelo chão. E o mais difícil é que está escuro, muita pouca luz.

Puta que pariu, porra! Caralho..

Aranha não.. Tem uma aranha do caralho em cima do meu dedo do pé.

Chutei ela para longe e começei a correr por alí, eu aguento e bato de frente com tudo. Menos com uma aranha!

Nessa de correr, eu tropecei em um fio e não consegui correr por muito tempo antes de uma explosão acontecer.

Foi bem perto de mim então o impacto foi grande, eu caí e bati a minha cabeça. Tá doendo um pouco.

Sentei alí no chão mesmo, com a mão na cabeça e em seguida a porta foi aberta, o desgraçado entrou gritando.

157: Que caralho. Doutora, tu tá bem? - Se abaixou do meu lado. - Porra eu tinha mandado desativar essa merda, se machucou?

Letícia: Eu tô bem, calma. Só bati minha cabeça e machuquei meu ombro.

Passei a mão no meu ombro e percebi um sangramento, nada tão ruim. Dá para piorar.

157: Filhos da puta, porra caralho! - Ele levantou gritando e indo até a porta. - Desativa essa merda caralho, agora porra.

Eu tentaria avisaria, mas ele pisou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Letícia: Cuidado merda, cuidado! - Me levantei abaixando a minha saia. - Essa foi a coisa mais estupida que você já fez.

Ele está intacto, só eu quem se ferrou. Mais uma vez.

157: Já percebi, arruma essa saia por favor. - Bufei abaixando a parte de trás. - Relaxa que o que tinha pra explodir, já explodiu.

O humor dele é uma coisa inexplicável, ele debocha, me xinga, fica bolado e briga comigo em uma só frase.

Letícia: Podemos ir embora? Eu não vejo a Helo desde ontem e.. E eu me lembro vagamente de algumas coisas, você levou a sério? - Tentei evitar olhar para ele mas não deu certo.

157: Depende se tu quiser casar comigo, aí eu levo a sério. Se tu não quiser, a gente finge que foi só brincadeira. - Concordei rindo e nem sei porque.

Letícia: Eu nem sei o seu nome cara, mas se me contar eu penso seriamente na sua proposta. - Me aproximei devagar.

157: Tu vai saber no altar doutora.. - Segurou minha mão. - Hum? O que a senhorita me diz?

Vi uma coisa estranha aonde ele tá pisando e não sei se eu devo comentar sobre.

Letícia: Não tem nada haver, mas porque tem dinheiro em baixo do seu pé? - Ele me olhou sério e segurou meu rosto devagar.

157: Não muda de assunto doutora, manda teu papo e não me enrola. - Revirei os olhos apontando para o chão.

Letícia: Não tô mudando de assunto, você está pisando em dinheiro sim. E  ele não estava aqui antes.

Ele olhou para o chão, depois olhou em volta de todo o lugar e encarou o chão outra vez.

De repente ele gritou, gritou muito.

157: Doutora caralho, tu é foda. Tu é foda pra caralho! Tu acabou de achar nove milhões de reais.

Puxou meu rosto me beijando e se afastou gritando outra vez.

   ...

ARTIGO 157Onde as histórias ganham vida. Descobre agora