Closure

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Nessa mesma noite, Marinette teve muita dificuldade para dormir. Se levantou de sua cama e foi até a sala. Se sentou na escrivaninha e começou a mexer no computador. Viu a notícia de que alguém havia morrido afogado em Paris. Enquanto lia a notícia, Klaus se levantava e ia até a sala. Ele tinha sono leve e acordou com o barulho da porta do quarto da moça se abrindo.

- Sabia que quando você está se afogando, na verdade não inala até pouco antes de apagar? - Percebeu a presença de Klaus atrás de si. - O instinto de não deixar água entrar é tão forte, que você não vai abrir a boca até que sinta que vai explodir. - Fez uma pequena pausa. - Então, quando você a deixa entrar, é quando para de doer.

- Você não está bem. - Não era normal que ela simplesmente começasse a falar de afogamento. Marinette falava de moda, questões dos heróis e todo tipo de coisas, que não envolvia morte, pela menos não a sua.

- Eu estou bem... - Estava mentindo, não estava bem de modo algum. - Apesar de não dormir, do nervosismo, do medo constante esmagador que algo terrível está prestes a acontecer...

- É chamado de hipervigilância. - Explicou. - A sensação constante de estar sob ameaça.

- Não é apenas um sentimento, é como um ataque de pânico. - Se voltou para ele. - Sabe, como se não pudesse respirar.

- Como se estivesse se afogando? - Começou a entender um pouco mais do que estava acontecendo.

- Sim... - Foi sincera.

- Então, se você está se afogando e você tenta deixar sua boca fechada até o último momento... O que acontece se você decidir não abrir a boca? Para não deixar a água entrar - Completou após alguns segundos. Era uma dúvida interessante. Marinette já possuía uma resposta para tal pergunta.

- Você tenta de qualquer maneira, é um reflexo.

- E se você segurar até que o reflexo se vá... Você terá mais tempo, certo? - Insistiu na pergunta. Estavam falando de Mari, sem falar dela.

- Não muito tempo.

- Mais tempo para achar um modo de ir até a superfície.

- Suponho que sim.

- Mais tempo de ser resgatada.

- Mais tempo para estar com uma dor agonizante, se esqueceu da parte onde sente como se sua cabeça estivesse explodindo? - Niklaus tinha um ótimo ponto, porém não estava pensando exatamente na dor que a pessoa sentiria enquanto tudo estava acontecendo.

- Se isso é sobre sobrevivência, um pouco de agonia não vale a pena?

- E se ficar pior? E se for agonia agora e for o inferno depois? - Ninguém tinha uma resposta para isso. Ninguém tinha passado dessa fase do afogamento, não que eles soubessem.

Klaus não queria que ela sofresse mais, só que ainda queria sua amiga viva. Seu tempo estava acabando, ela estava quase abrindo a boca.
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Mais tarde, ela teve o almoço com sua família. Conversaram sobre o passado e ela os perdoou. Contou que estava doente e a beira da morte. É claro que eles choraram, ninguém quer ou gosta de perder um familiar.

Depois do almoço em si, Bridgette levou Marinette até o quarto que pertencia a segunda, para poderem conversar um pouco em particular.

- Como você se sente? - Questionou a gêmea.

- Eu me sinto esperançosa, depressiva, brava e acima de tudo, assustada. - Foi o mais sincera possível. Tinha esperança de vencer a doença, mas estava assustada de não conseguir fazer isso. - Parte de mim só quer apenas acabar com isso. Eu preciso que isso pare.

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