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O horário havia passado mais rápido do que eu imaginava e Yeri não parava de falar sobre a sua alergia a mosquitos e de como a sua pele fica cheia de caroços.

— Eu tô te falando, ontem eu fui me depilar, na hora que abaixei tinha caroço na parte traseira da minha bunda, Jimin, os mosquitos se teletransportaram para dentro do meu mosquiteiro, eles tem fetiche na minha bundinha de grilo — falava andando de um lado para o outro, me olhando nos olhos — Não tem buracos no meu mosquiteiro, eu tenho certeza, ou será que tem e eu não vi? — parou e colocou a mão no queixo, pensando em sua própria fala.

— Oh céus, porque não me leva daqui Jesus? Yeri, você parece o papagaio da minha avó, mulher — falei respirando fundo — Pensando bem, o papagaio da minha avó é mudo, esquece — me lembrei desse detalhe, e olhando a mesma por cima do ombro alfinetei — Use o seu salário para comprar repelentes do bom yeri, cachaça não é repelente interno.

— Minha mãe disse que é! — Fez birra igual uma criança, só que essa é alcoólatra — Acho que vou por vodka em um vasinho e sair borrifando pelo quarto, pronto, repelente interno e externo — gargalhou da sua própria fala — Enfim, já está quase na hora de encerrar Ji, pode fechar o caixa e a loja para mim? Preciso comprar umas garrafas de álcool. — perguntou com carinha de cachorro que caiu na mudança.

— Eu nunca fechei um caixa mas creio que não tenha escolha né? — ela balançou a cabeça em negação — E então? O que ainda está fazendo aqui? Vaza, se alguma coisa der errado eu te quebro na porrada — empurrei Yeri levemente até a porta da cafeteria — Xôxôxô, sai, sai — fechei a porta e dei vários tchauzinhos pelo vidro da porta.

Assim que ela se afastou eu me virei olhando o balcão cheio de xícaras e notas.

Fechar caixa né? Não deve ser tão difícil, talvez ,pra mim já que sou péssimo em conta, lembrei desse detalhe e logo em seguida de outros.

— Sou péssimo em lavar pratos, em lavar copos e em lavar o chão sem escorregar e cair de bunda no chão, eu tô ferrado! — sussurrei contando nos dedos cada uma das minhas falas — Virgem Maria, será que tem tutorial no YouTube? — pesquisei, olhei vários vídeos e... nada. — Eu sou uma ameba, vamos tentar na marra, melhor um ossinho quebrado do que um sermão da Yeri — falei dando pulinhos de aquecimento. — Eu consigo, vamos nessa!

Se passaram quase duas horas até eu terminar tudo, acabei, e sem ossos quebrados.

Agora é hora de saber dos babados.

Chamei um táxi e fui direto para casa, desci do táxi e já estava estranhando o silêncio que exalava de dentro de casa, abri a porta e entrei rapidamente.

— CHEGUEI FAMIL... minha nossa senhora franguinho — olhei para o pastor Lee amarrado em uma cadeira no meio da sala, vestindo apenas uma cueca do Batman — Batman, franguinho? Não teve força nas pernas para correr? Mamãe te largou no meio da caminhada? — gargalhei ainda mais alto caindo no chão de tanto rir — Aí socorro, minha barriga tá doendo. — falei, tentando recuperar o fôlego.

— Hahaha, hilário, tô chorando de rir Jimin. Me solta daqui — me olhou de canto de olho — Vai logo! — exigiu.

— Seja lá quem tenha te amarrado, deveria ter colocado uma fita isolante na sua boca, sua voz é chata. Só por causa da sua audácia vai ficar aí amarradinho com a cuequinha do Batman para vem quiser ver.

Vou em direção as escadas, ignorando as suas reclamações.

— PAI! ONDE VOCÊ TÁ? APAREÇA ASSOMBRAÇÃO — gritei correndo pelo corredor dos quartos.

— TÁ GRITANDO POR QUE? — gritou saindo do banheiro — Não se pode mais fazer necessidades nessa casa? — reclamou — Jimin, sabe que o papai te ama né? Tipo muito mesmo, mas a gente precisa conversar — sorriu em minha direção e jogou os cabelos para trás — Nós vamos viajar por um tempo. Um mês... dois, não, três meses, saímos hoje, arrume tudo e vazamos — falou tudo rápido demais.

— Calma, 'tá levando um sacode da polícia? Fala devagar, você pretende manter o franguinho amarrado na sala? E cadê a mamãe hein? Por que a viagem tão do nada? Tá devendo? — olhei no fundo dos seus olhos, juro que eu quase vi a alma dele.

Aí tem coisa.

— Sem perguntas sobre a viagem. Sua mãe está dormindo, ela perdeu muitas energias já que saiu correndo em círculos pela rua gritando atrás do franguinho, coisas do tipo "Lee seu filho da puta, você é um bundão, cuequinha broxante, você é um frango, nem ,pra amante você serve, pinto murcho" tá no YouTube, pode procurar depois — falou rindo, provavelmente lembrando da cena.

— E quem amarrou ele? — perguntei ainda com essa dúvida.

— Sua mãe, ela puxou ele pelos cabelo e amarrou o coitado, ainda disse "Meu marido sabe dos amantes, temos um relacionamento aberto, se você gritar eu arranco a sua língua, franguinho da angola"  — falou cada detalhe pausadamente — Agora vai arrumar a mala.

— Tá bom corno manso — sai correndo desviando dos seus tapas que iam acertar em cheio nas minhas costas — Corre que o boi tá puto! — me tranquei no meu quarto rindo dos palavrões que ele falava do outro lado da porta.

— Chifrudo é o seu pai! — falou com raiva — Ah não, pera aí, seu pai sou eu — se corrigiu imediatamente — Eu te pego nos tapas quando estiver de bobeira, toquinho de amarrar bode — gritou puto do outro lado da porta.

— Já até assumiu a nova identidade, o corno manso reconhece os chifres, que fofo — falei rindo quase sem fôlego — Vai embora corno manso. Toquinho de amarrar bode é a sua mãe. — provoquei antes de me afastar da porta.






A o próximo capítulo, beijinho.
deixem a estrelinha 💜

A APOSTA  || Jikook Where stories live. Discover now