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Meu pai sumiu a três meses.

Um viciado em apostas, sempre sumindo e voltando semanas depois com uma enorme quantidade de dinheiro.

Nunca fui fã de apostas, confesso, algo me faz imaginar que a qualquer momento alguém pode bater em nossa porta e me levar, me matar ou algo do tipo:

"Park Jimin, seu pai apostou você e perdeu em uma mesa de jogos, venha comigo."

Isso me assombra.

Minha mãe é uma falsa evangélica, nossa relação é a definição de "amor e ódio", ela passa a maior parte do seu tempo na igreja, com um marido viciado em apostas, resta a si ter que manter a pose de uma boa mulher.

Enfim, com minha maldita curiosidade acabei descobrindo o caso que minha mãe mantém com o pastor Lee há um tempo, depois de duas semanas seguidas o convidando para jantar conosco, acabei ouvindo o que ninguém deveria ouvir nessa situação.

Gemidos.

— Hoje teremos mais um jantar com o pastor Lee, eu ordeno que não me envergonhe e desça para jantar na mesa. — diz ela apertando meu braço. — Se fizer o mesmo como da última vez, acabo com você. — ameaçou novamente.

— Sabe mãe, você não precisa me ameaçar toda vez que o senhor Lee vem aqui em casa, está ficando repetitivo, e nem se você apontasse uma arma na minha cabeça eu aceitaria jantar na mesma mesa que ele. — me soltei do seu aperto e fui em direção as escadas. — Se fosse você, não traria o franguinho do pastor para cá hoje, algo me diz que o papai voltará essa noite, e acredite em mim, ele vai odiar descobrir que você estava ajoelhada para o pastor sem a intenção de rezar.

Segui o caminho do meu quarto, ouvindo as suas mesmas palavras de sempre.

— Seu pai está morto, Jimin! deveria começar a aceitar o pastor Lee como seu novo pai, ninguém some por três meses sem dar notícias, querido. — havia deboche em suas palavras.

— Ele não está morto, jovem pecadora. Ele está bem vivo e ficará com bastante raiva quando descobrir as traições, ele anda tendo uma maré de azar nesse cassino. — afirmei para minha mãe pela milésima vez. — Mas traga o franguinho do pastor Lee, irei adorar ouvir o barraco.

— Então onde está ele? Deve estar escondido debaixo da sua cama, porque na minha vista não vejo ninguém. Durma de fone de ouvido querido, pois sua mãe irá clamar o nome de Deus por outro motivo essa noite. — mamãe falou rindo e me dando as costas.

— Continue rindo, estou com a gasolina na mão para tocar fogo nesse circo todo. — gritei da escada.

Já tem um bom tempo que venho recebendo mensagens anônimas de alguém que me mantém informado sobre o paradeiro do meu pai, quase sempre são as mesmas palavras.

"Ele apostou todo o dinheiro que tem, passou a noite com várias mulheres e se drogou até cair no meio de uma boate qualquer"

Algo realmente me diz que ele voltará hoje.

                                       
                                         [...]

— Jimin, o senhor Lee chegou, venha jantar, não irei falar de novo. — diz minha mãe depois um tempo, quando já estou no meu quarto.

Ela insiste em escancarar a minha porta.

— Eu dispenso, obrigado. — digo de braços cruzados, olhando em sua direção. — Cuidado mamãe, realmente acho que o papai volta hoje, deveria ir para algum motel ou algo do tipo.

— Seu pai está morto, Park Jimin. — diz ela pausadamente. — Se não descer para jantar, irá ficar sem comer. — deixou suas últimas tentativas de ameaças no ar.

Como se eu ligasse.

— Não se preocupe, eu peço pizza, agora se me der licença, preciso ligar para a tia Morgana, não quero ficar sem casa quando o papai apostar a nossa em um jogo de azar. — apontei para o celular em minha mão.

— Tanto faz. — saiu pisando firme no piso de madeira e batendo a porta com toda força.

— Quebra! - gritei olhando para a porta fechada.

[...]

— Alô, gostaria de falar com a senhorita Morgana, por favor.

Com quem eu falo?

— Jimin, Park Jimin.

Sim, senhor, um momento.

Aguardei na linha até escutar a voz conhecida da minha tia.

Jimin? Jimin, meu bebê, como está? Titia está com saudades!

— Estou bem, obrigado tia, preciso saber se posso passar as férias aí, o circo vai pegar fogo por aqui, preciso de um teto antes que tudo exploda.

Você pode passar suas férias aqui ou até morar, iria amar!

— Entro de férias daqui uma semana, estarei aí, ok?

Tudo certo. Seu primo irá amar, ele fala de você o dia inteiro, diz que não vive sem você, que sua beleza combina com a dele.

— Jin é muito exagerado. Estarei aí em algumas semanas, tenho que ir tia Morgana.

Te espero, estamos com saudades de você, te amo.

— Também te amo tia, mande um beijo para Jin e para o tio Kim. — me despeço e desligou a ligação.

                                          [...]

Horas haviam se passado, era possível escutar os gritos e o insuportável barulho da cama batendo na parede, minha querida mãe e o pastor estavam clamando por seus orgasmos.

— Céus! Eu joguei pedra na cruz? Ou joguei o padre da masmorra? Que mulher escandalosa é essa? — falava enquanto tapava meus ouvidos com as mãos.

O barulho está tão alto que não foi possível ouvir a porta sendo aberta.

Droga.


Eu estava bem empolgada pra postar a minha primeira fic, espero que gostem.

(Revisado e betado por (@Leticiafgomesz)

A APOSTA  || Jikook Where stories live. Discover now