capítulo 14: ajudando o carrasco.

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Será que ele bebeu desse jeito por que terminou com Pamela? Será que ele a ama?

Empurro esses pensamentos para longe com força total.

Decido dizer:

— O que foi, Brandon? Se a sua intenção é me ofender, fique sabendo que...

— Não, eu não vou te ofender. — ele franze o cenho. Fico surpresa. — Eu só... — ele fica em silêncio, encarando o piso do corredor. — Eu tenho que ir para o meu quarto, é isso. Se o técnico me pegar aqui, estou ferrado. — ele se apoia na parede e passa na minha frente, seguindo seu caminho.

Aposto que seu quarto não fica nesse corredor. Ou fica?

Brandon se desequilibra e está prestes a cair de cara no chão, mas sou mais rápida e consigo empurrá-lo de volta para a parede. Ignoro o choque que percorre meu corpo com tanta proximidade e tento sustentá-lo o máximo que pode.

Apesar de ser um cara ruim, Brandon ainda é um ser humano. E ao contrário dele, eu não usaria minha raiva para pisar em alguém.

— Jéssica, você é tão boaaa. — diz com seu humor bêbado.

Reviro os olhos.

— Onde fica seu quarto? — pergunto ao meu algoz.

— Não sei. — resmunga em meio ao riso.

— Pensa logo, Brandon ou sou capaz de te deixar aqui no corredor.

— Ok, ok. Meu quarto é aquele ali. — ele aponta uma porta não muito distante da minha. O engraçado é nem percebi que partilhamos o mesmo corredor desde ontem.

— Eu vou te levar lá. Vamos. — murmuro, tentando apoiá-lo.

Ele estende o braço sobre meu ombro e peço para ele tentar não apagar até chegarmos ao quarto. Eu não conseguirei lidar com ele caso pense em desmaiar. Apesar de ser magro, Brandon é bem pesado e isso não é algo estranho quando ele é capitão do time de futebol.

— Eu não imaginei que um dia seria sustentado por Jéssica Aniston Hernández. — ele diz consigo mesmo enquanto caminhamos. — Isso é estranho.

— Põe estranho nisso. — resmungo.

Estamos andando com passos de tartaruga e para meu espanto, Brandon se apoia ainda mais em mim. Sinto algo molhado contra minha camisa do pijama e tento olhá-lo com mais atenção; isso é meio difícil quando estou tentando carregá-lo através desse corredor tão longo.

Brandon está chorando? Não pode ser!

— Ele era legal. — sussurra e é nítido que sua voz está bem embargada.

Engulo meu espanto com sua atitude.

— Quem? — minha boca se mexe antes que eu possa evitar.

— Meu avô. — murmura.

— Ah.

— Ele era legal.

Era.

— O que houve com ele?

— Ele morreu. — sua voz está carregada de dor.

Essa atitude é estranha vinda de Brandon. Ele realmente é uma incógnita.

— Sinto muito. — murmuro. Droga, por que estou sentindo pena dele? — Você devia gostar dele.

Porque estou prolongando essa conversa com ele? Eu nem deveria estar aqui para começo de conversa. É como seu eu quisesse entendê-lo um pouco mais e isso é totalmente esquisito.

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