Capítulo Seis

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Aos poucos os raios da manhã invadiam o quarto, se antes Dmitry estava preso admirando e velando o sono da humana, agora ele realmente estava preso, não poderia sair com o sol brilhando fortemente lá fora, mas o que mais o afligia era não saber como ela reagiria ao acordar e vê-lo ali deitado na cama com ela, se ela gritasse poderia acabar criando problemas para ele.

Ela estava tão pacífica deitada, se agarrava fortemente a ele, tinha os braços e pernas ao redor dele como se ele fosse um travesseiro fofo, Dmitry sentia ela se mover levemente, acordaria em instantes, segurando o folego Dmitry ficou imóvel, ele estava totalmente a mercê dela, por Deus como tinha parado naquela situação, todo os anos em que viveu sendo o flagelo das nações, agora estava a mercê de uma humana, bem frágil por sinal, Eda aos poucos se soltava dele se espreguiçando e ele colocava distância entre os corpos, queria aliviar o impacto da reação dela ao vê-lo ali.

Então ela abriu os olhos, estava sorrindo contente e olhando ao redor, e por fim os olhos dela encontraram os dele, por um instante ela apenas o encarou, e ele suspirou aliviado, talvez ela se lembrasse da noite passada afinal e não estivesse apenas sonhando, pensou ele, mas ele não poderia estar mais errado, o breve instante de reconhecimento se foi a medida que ela arregalava seus olhos para ele

- AI MEU DEUS, AI MEU DE.. – ela gritou, e se afastou até a ponta da cama, ela esqueceu porém que a cama tinha um limite e acabou se esborrachando no chão, antes que ela continuasse com a gritaria até alertar todos os que provavelmente ainda dormiam na casa Dmitry rapidamente a segurou com as mãos sobre os lábios dela

- Acalme-se, você esta bem, eu não vou te machucar, por favor não grite – ele dizia calmamente no ouvido dela, porem ela ainda se contorcia em seus braços – por favor fique calma, eu vim ontem a noite para ver se você estava bem, e você me pediu para ficar, você estava tão mal, eu não podia ir embora e te deixar sozinha – aos poucos ela parava de se contorcer em seus braços, talvez estivesse começando a lembrar – eu não vou te machucar, vou te soltar agora, então por favor não grite.

Então ele a soltou, rapidamente ela se movimentou correndo para o outro lado do quarto, se virou sem ficar nem um segundo de costas para ele, pegou o abajur pesado que estava em cima de sua mesinha, pensou que poderia usar aquilo como uma arma contra a criatura letal que a encarava do outro lado do quarto com os braços estendidos para ela como se estivesse lidando com um animal assustado

- O que você veio fazer aqui? Veio me matar, não é? AI DEUS, EU NÃO CONTEI NAD...

- EI EI EI SHHH acalme-se, não grite por favor – ele se aproximava lentamente ainda com os braços estendidos – eu jamais machucaria você, eu te salvei aquela noite no beco lembra? Eu precisava saber se você estava bem, se estava segura

- Eu não estava sonhando, você estava mesmo aqui ontem a noite – então arregalando os olhos ela continuou – você vem no meu quarto toda noite? É por isso que eu sonho com você toda noite, não era sonho você estava mesmo aqui

- Na verdade não, ontem foi a primeira vez que subi até aqui, espera – ele sorria para ela agora como um menino travesso – você sonha comigo toda a noite?

- Por que você subiu ontem a noite? – ela iria ignorar a pergunta dele, tinha acabado de entregar que estava sonhando com ele com frequência

- Eu estava preocupado, sempre te observava pela janela, mas ontem você parecia aflita, e então eu senti um cheiro forte de sangue, achei que poderia estar se machucando – ele estava mais perto agora, a olhando com olhos gentis – então decidi subir ate aqui, precisava ter certeza

- Eu derrubei um copo de agua, me cortei com os cacos – ela estendia a mão enfaixada para mostrar a ele – espera, você sentiu meu cheiro?

- Me desculpe, não é algo que eu consiga controlar – ele agora segurava o abajur que ela ainda segurava firmemente junto ao corpo – confie em mim, que razões eu teria para te machucar se eu te salvei aquela noite? – aos poucos ela cedia, seu aperto ao redor do abajur diminuía – eu queria só te ver, ver se estava segura

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